Segundo estudos científicos a cura do HIV virá até 2020

Uma parcela significativa da comunidade médica mundial não tem dúvida: a cura para o HIV é possível e virá dentro de poucos anos. O que, no auge da epidemia, sequer era discutido, hoje é encarado como meta.

— Se me perguntassem três anos atrás se o HIV tem cura, minha resposta seria não. Hoje, é sim — disse, na última quarta-feira, durante uma conferência sobre o tema em São Paulo, Mario Stevenson, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas e diretor do Instituto de Aids da Universidade de Miami, nos EUA.

Stevenson foi um dos palestrantes do encontro promovido na última semana pela amfAR, a Fundação para Pesquisa da Aids, na Escola da Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Nessa conferência, foi reafirmado o compromisso da fundação com a iniciativa batizada em 2015 de “Contagem Regressiva”, que estipula o ano de 2020 como o prazo para a descoberta de uma cura para o HIV. Não significa que a população que vive com o vírus começará a ser curada nessa data, mas sim que um método científico de cura deverá ser encontrado e validado.

A reação imediata de quem se depara com esse passo a passo é pensar que a teoria é bem mais simples do que a prática. É verdade, mas essa “rota” já teve êxito uma vez, resultando na única pessoa com HIV que foi curada até hoje: Timothy Ray Brown, mais conhecido como “o paciente de Berlim”. Ele, que é americano, foi infectado em 1995 e, em 2006, descobriu estar com leucemia. É muito interessante a história de Brown, pois sua cura foi validada por meio do transplante de medula óssea.

Atualmente existem 44 milhões de pessoas com HIV no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No último relatório do Ministério da Saúde, foram contabilizados no Brasil 842 mil infectados. No entanto, estima-se que sejam, na verdade, mais de 1,2 milhão, por conta de problemas de testagem.

Reservatórios Virais

A eliminação desses reservatórios virais leva a cura

“Os reservatórios virais ficam, então, invisíveis. E identificá-los é o primeiro de quatro passos para acabar com o HIV. O segundo é entender, cientificamente, o que mantém esses reservatórios vivos. Depois, mensurar quantas e quais células estão neles. E, por fim, retirar todas elas do corpo.”