89ª edição do concurso Miss França terá júri só de mulheres

Maeva Coucke, a Miss França 2018 — Foto: Valery Hache/AFP

Maeva Coucke, a Miss França 2018 — Foto: Valery Hache/AFP

Pela primeira vez na história, o júri da 89ª edição do Miss França será exclusivamente feminino. O anúncio do canal de televisão francês TF1 vem após uma edição precedente que levou em consideração a luta feminista, em resposta ao movimento #MeToo.

“Nós queríamos um júri exclusivamente feminino. Quem melhor do que mulheres para julgar mulheres?”, afirmou Selvie Tellier, diretora geral da empresa Miss França, filial do grupo de produções audiovisuais Endemol.

Trinta representantes regionais batalham pelo título nacional, que será escolhido no dia 15 de dezembro, em Lille, no norte da França. A cerimônia, apresentada ao vivo, é um dos programas de maior audiência do canal TF1. No ano passado, foram 8,8 milhões de telespectadores.

Em 2017, a miss Nord-Pas-de-Calais, Maëva Couke, foi a sucessora de Alicia Aylies, miss Guiana Francesa. Nesse ano, as candidatas vão participar de um espetáculo com menções ao circo, a Bollywood e a super-heroínas.

As cinco finalistas serão designadas pelos espectadores e pelas juradas. No fim, o público decidirá a vencedora através de telefonemas e de mensagens de texto.

Miss França sofreu ataques racistas

Quando ganhou o concurso Miss França em 2016, Alicia Aylies foi vítima de vários ataques racistas nas redes sociais. A jovem de 18 anos representava a Guiana Francesa, território ultramarino da França, que faz fronteira com o Norte do Brasil.

Em um programa de rádio, ela respondeu aos insultos. “Devido à minha agenda lotada, não tive tempo de me conectar às redes sociais. De qualquer maneira, eu não dou a mínima atenção a esse tipo de ataques”, disse a estudante de direito. “Não há muitas vencedoras negras ou mestiças, isso permite mostrar que a França é dotada de uma grande diversidade”.

A diretora do concurso, Sylvie Tellier, também se expressou sobre o assunto. “Estou muito contente com o resultado. É a vitória da beleza da mulher, pouco importa a cor da pele ou a origem”, afirmou.20