Sob outros ângulos

O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte recebe inúmeros visitantes todos os dias. São jovens, crianças, idosos, pessoas de meia idade que buscam uma vida saudável em contato com a natureza. Mas, um, em especial, chama a atenção de quem frequenta ou trabalha no Parque e é visto diariamente caminhando sozinho nas trilhas ou visitando as instalações. É Juarez Francisco da Silva, 52 anos, que é cego e aproveita a segurança e tranquilidade do Parque da Cidade para sua caminhada diária.
Eletrotécnico por profissão, Juarez perdeu a visão total em 2011 devido ao descolamento de retina, glaucoma e catarata.
“Em 2006 começou num olho, fui operado, mas depois veio no outro e cegou de vez. Os médicos não chegaram a um consenso do que pode ter acontecido comigo, mas eu acho que a vida estressante que eu levava, a rotina de subir e descer em torres, olhando rápido para cima e para baixo, pode ter contribuído muito”, conta.
Casado e pai de três filhos adultos, Juarez faz questão de manter independência na sua rotina diária e não depender muito das pessoas. Ele confessa que não tem paciência para esperar carona das pessoas e anda a pé ou de ônibus para todo lugar em Natal. Morador do bairro Pitimbu, no entorno, ele vai caminhando pela ciclovia da avenida Omar O´Grady e segue pelas trilhas do Parque da Cidade.
“Vou até a portaria de Cidade Nova pelas trilhas e volto”, comemora. Perguntado como se orienta para não ficar perdido entre as trilhas, ele diz que pelo barulho do vento sabe que direção seguir. “De vez em quando pergunto ao guarda ou aos caminhantes”, revela.

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