Igreja pede solidariedade aos pobres e união contra discriminação na missa em Aparecida

Missa solene durou quase 2 horas na manhã desta sexta-feira (12) em Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

Missa solene durou quase 2 horas na manhã desta sexta-feira (12) em Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

A homilia na principal missa do Dia da Padroeira, na basílica em Aparecida (SP), defendeu uma sociedade solidária aos pobres e unida contra a discriminação e a exclusão racial. A igreja pediu o fim do que chama de ‘mundo de separação’, citando casais e partidos políticos, como exemplos da falta de união.

A celebração, que começou às 9h e durou quase 2 horas, nesta sexta-feira (12), foi acompanhada por uma multidão que lotou o templo – entre eles, o candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB).

A igreja, no interior de São Paulo, é o principal local de peregrinação do país, por abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O sermão na missa do Dia Padroeira da Padroeira ocorre logo depois da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão máximo da igreja católica no Brasil, orientar os eleitores cristãos que, ao escolher seus candidatos, atentem aos que ajudem a preservar, não a destruir, sistemas democráticos.

A missa em Aparecida foi conduzida pelo arcebispo Dom Orlando Brandes e, a homilia, feita pelo reitor da basílica, padre João Batista de Almeida. “O nosso Brasil precisa ser reconstruído e nosso povo precisa recuperar a confiança e pedimos a ela que nos ajude a reconstruir e restaurar a força de vida do nosso povo”, disse ele aos fiéis.

A igreja destacou que Nossa Senhora é solidária aos pobres e negros, que vieram ao Brasil inicialmente como escravos, mas que hoje, mesmo livres, são ‘escravos’ de uma sociedade que exclui, não dando oportunidades.

“Na ‘Casa da Mãe’ não pode haver a exclusão. A dignidade do negro e do branco é igual, da mulher e do homem. Não pode haver cercas, mas sim pontes”, afirmou.

Quase no fim da missa, a igreja divulgou o tema na novena da Padroeira em 2019: Amazônia. Uma cerimônia indígena foi apresentada após o anúncio.

Multidão acompanhou a principal celebração do dia em Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

Multidão acompanhou a principal celebração do dia em Aparecida — Foto: Carlos Santos/G1

Maria da Penha Xavier (centro) veio de Vitória, no Espírito Santo para participar da celebração em Aparecida — Foto: Poliana Casemiro/G1

Maria da Penha Xavier (centro) veio de Vitória, no Espírito Santo para participar da celebração em Aparecida — Foto: Poliana Casemiro/G1

Programação

O Santuário Nacional prevê atividades aos romeiros até a noite desta sexta-feira. Além de outras missas, está prevista uma procissão e um show conduzido pelo cantor Daniel e padres cantores à noite. A atração, seguida de show pirotécnico, encerra as festividades à Santa neste ano.

Fieis vieram de longe para homenagear a Padroeira. “Vim com um grupo de Vitória, no Espírito Santo, cheguei ontem. E a primeira vez que eu venho no dia 12 [de outubro]. Esse ano eu vim pela fé que tenho pelas coisas que Ela já fez por mim. Eu vim só para agradecer. Encaramos essa casa lotada, trânsito e cansaço, mas faríamos de novo, porque vale a pena”, disse a devota aposentada Maria da Penha Xavier, de 66 anos.

Imagem de Aparecida achada no rio em 1717 fica em um nicho blindado na basílica — Foto: Carlos Santos/G1

Imagem de Aparecida achada no rio em 1717 fica em um nicho blindado na basílica — Foto: Carlos Santos/G1

Basílica espera mais de 200 mil romeiros neste Dia da Padroeira — Foto: Carlos Santos/G1

Basílica espera mais de 200 mil romeiros neste Dia da Padroeira — Foto: Carlos Santos/G1

Imagem foi carregada em um andor durante a missa solene — Foto: Carlos Santos/G1