Labradores chocolate vivem menos, mostra estudo

 

A cor do pelo pode ter relação com a expectativa de vida e a saúde de cães da raça labrador, mostra estudo conduzido pela Universidade de Sydney.

Segundo a pesquisa, feita em parceria com a Royal Veterinary College, da Universidade de Londres, os cães da cor chocolate vivem menos e têm mais infecções de ouvido e doenças de pele em comparação aos pares amarelos ou pretos.

O levantamento foi feito a partir de um banco de dados com 33.320 animais da raça sob cuidados veterinários no Reino Unido, em 2013. Os dados sobre mortalidade e saúde foram extraídos de uma amostra aleatória de 2.074 animais. Os resultados foram publicados no último dia 22 no Canine Genetics and Epidemiology.

Do total, os pesquisadores apontam como principais problemas obesidade, infecções de ouvido e problemas articulares. A expectativa de vida dos labradores amarelos ou pretos analisados ficou, em média, em 12,1 anos. Já a dos animais de cor chocolate era 10% menor —10,7 anos.

Foi constatada incidência duas vezes maior de otite em animais dessa cor, e quatro vezes no caso de dermatite piotraumática.

Para o professor Paul McGreevy, da Faculdade de Ciências e principal autor do estudo, a relação entre cor e doença é  surpresa. Ele diz que as descobertas no Reino Unido podem não ser válidas para os labradores australianos, mas precisam de investigação. E a causa pode ser genética.

O professor afirma, de acordo com publicação da universidade, que os problemas podem ser consequência da criação comercial. A cor chocolate está ligada a genes recessivos  —deve estar presente no pai e na mãe para que o filhote tenha essa coloração. Com isso, criadores tendem a cruzar apenas animais chocolate entre si, reduzindo a variedade genética, o que afetaria a saúde do animal.