O caso envolvendo uma mulher que postou nas redes sociais imagens do filho de 9 anos fantasiado de negro escravizado será investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. O caso ganhou grande proporção nas redes sociais na noite da segunda-feira (29), quando milhares de pessoas compartilharam as imagens da criança fantasiada.
Na postagem, a mãe relatou que o filho que quis ir de escravo para uma festa de Halloween na escola, que fica na zona Sul de Natal. Nas imagens, a criança aparece com tinta escura no corpo, tecidos brancos na cabeça e também formando uma espécie de saia, além de correntes no pescoço, pés e maquiagem reproduzindo cicatrizes por açoitamento.
“Quando seu filho absorve o personagem. Vamos abrasileirar esse negócio #escravo”, postou a mãe em sua conta no Instagram.
Tanto o Ministério Público quanto a Polícia Civil vão apurar os fatos. A Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente instaurou um procedimento para acompanhar o caso, mas que irá transcorrer em segredo de Justiça por envolver uma criança, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Já na Polícia Civil, a situação está sendo apurada pela Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente, mas ninguém ainda foi ouvido sobre o caso.
Em nota, o CEI da Romualdo Galvão, escola em que a criança estuda, disse que não compactua com qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito.
“Lamentavelmente, a escolha do traje para a participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa ferida histórica do nosso país. Amargamos as sequelas do trágico período da escravidão até os dias de hoje. O Colégio CEI não incentiva qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica”, disse a escola em nota.