Black Friday estimula o comércio em novembro

Mesmo em meio a um cenário de incertezas na economia do país, a expectativa de parte dos empresários para a Black Friday brasileira deste ano é de bons resultados. Ao chegar em sua nona edição, se consolida como uma das principais datas para o varejo. Um levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 11% das empresas pretendem aderir a Black Friday — percentual que sobe para 16% no setor de comércio. Desse total, 77% enxergam uma oportunidade para aumentar suas vendas e 19% em girar produtos em estoque.
Na Black Friday, produtos poderão ser vendidos com até 70% de desconto
Na Black Friday, produtos poderão ser vendidos com até 70% de desconto
As principais estratégias de preparação que devem ser adotadas pelos empresários que participarão da Black Friday envolvem realização de promoções especiais (52%), investimento na divulgação de seu negócio (32%) e ampliação do estoque (29%). Para atrair os consumidores, o desconto médio a ser aplicado nos produtos ou serviços durante o período do evento será de 29%, sendo que 33% dos empresários prometem descontos que variam entre 31% e 50%.
Outro dado apontado pela pesquisa mostra que um em cada quatro (25%) empresários participantes do evento acredita que as vendas no Black Friday 2018 serão melhores em relação ao ano passado, enquanto 35% acham que serão iguais e apenas 10% avaliam que serão piores. “Este é um bom momento para o varejo oferecer descontos atrativos e impulsionar suas vendas, já aquecendo seus negócios para o fim de ano”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
Ainda que a Black Friday seja tradicionalmente realizada na última sexta-feira de novembro, a apenas um mês das festas de final de ano, 26% dos empresários consideram que o evento é um indicativo de como serão vendas para o Natal — em maior medida no setor de comércio (29%).
Além disto, 47% acreditam que a Black Friday não interfere nas vendas de Natal, enquanto para 32% contribui para aumentar o faturamento e apenas 10% afirmam que há algum tipo de prejuízo. Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, Natal e Black Friday são eventos com propósitos diferentes.
“O hábito de presentear no Natal já é tradição no mundo todo, que envolve familiares e amigos. Já a Black Friday trata-se de uma compra pessoal, com a finalidade de aproveitar um grande desconto”, observa. “Ainda assim, as vendas no Black Friday podem indicar um consumidor mais otimista e com mais apetite para as compras no Natal”, completa o presidente do SPC Brasil.
Bens duráveis
As vendas de bens duráveis devem crescer 6% em 2018 na comparação com o ano passado, segundo o estudo mais recente da GfK, em parceria com a 4E Consultoria. A cesta de bens duráveis inclui linha branca, eletrônicos, eletroportáteis, telefonia e informática. Com esse desempenho, o faturamento do setor deverá atingir um patamar em torno dos R$ 107 bilhões, níveis de 2014, antes de a crise econômica assolar o país.
De janeiro a agosto deste ano, as vendas do setor cresceram 8%, muito puxadas pelo desempenho de TV’s (crescimento de 30% de janeiro a agosto de 2018 ante 2017) no primeiro semestre, ano de Copa de Mundo.
Já a data sazonal mais importante do ano, a Black Friday, que desde 2016 desbancou o Natal e este ano acontecerá no dia 23 de novembro, deverá ter um crescimento tímido, da ordem de 5% na comparação com 2017. Em sua última edição, em novembro passado, as vendas de bens duráveis somaram 11,7 bilhões de reais no país. “Depois de anos crise e retração, estamos recuperando os níveis de faturamento de quatro anos atrás”, afirma Gisela Pougy, diretora da GfK e coordenadora do estudo.
Ainda de acordo com a GfK, o desempenho das vendas no período natalino (9,2 bilhões de reais em 2017) já perdem, em faturamento, para o chamado Saldão, que acontece nas primeiras semanas de janeiro, (faturamento de 9,7 bilhões de reais) e para a Dia das Mães, com faturamento de 9,5 bilhões de reais. “A explicação para esse fraco desempenho de Papai Noel é que as pessoas buscam, cada vez mais, programar suas compras de bens duráveis para pagar menos em datas tradicionalmente de descontos e de preços mais baixos” assegura Gisela.