Fátima vai tratar de indicações com aliados

A governadora eleita Fátima Bezerra (PT) não deflagrou o processo de indicação e anúncio do secretariado, mas os partidos políticos que a apoiaram no primeiro e segundo turnos das eleições deste ano serão ouvidos na hora de formação da equipe de auxiliares.
Antenor Roberto afirma que a governadora eleita não demoniza os partidos políticos
Antenor Roberto afirma que a governadora eleita “não demoniza os partidos políticos”

Vice-governador eleito e presidente estadual do PC do B, Antenor Roberto de Medeiros disse que, até agora, só existem decisões tomadas quanto a indicações dos auxiliares do governo. “Esse formato [da escolha] ainda está na cabeça dela, que não compartilhou nada sobre isso, mesmo com o meu partido, o PC do B, ela não tratou”.

Antenor Roberto disse que o discurso político da senadora Fátima Bezerra, “é de que não demoniza os partidos, apesar de hoje estar muito em voga esse negócio de desconstruir os partidos”.

Segundo Antenor Roberto, a governadora eleita “vê a questão dos partidos como inerente ao funcionamento da democracia”, daí a importância para seja considerados na composição do governo dela.

Ele admitiu que, ao fim do primeiro turno, quando  aumentaram as adesões, a coligação “Do Lado Certo” enfrentou dificuldades em oito ou dez municípios,  para conciliar nos novos apoios com as lideranças que já estavam na campanha.

O vice-governador eleito afirmou que a senadora dizia, a quem estava aliado desde o primeiro turno, que isso “que ia respeitar quem estava desde o primeiro momento, mas tinha que receber quem chega para adesão. Ela teria, segundo Antenor Roberto, já sinalizado que vai ouvir todos para definir a participação do governo todos, porque “precisa ter diálogo e harmonia”.

O presidente do PC do B disse, ainda, que a própria governadora eleita afirmava que não abria mão das indicações dos partidos políticos, que são próprias do regime democrático, para composição do governo,

“Venham de onde vier, desde que sejam observados o critério da competência técnica com as sensibilidades política e social”, como ela teria dito aos deputados, na visita que fez à Assembleia Legislativa na terça-feira (6).

Para o vice-governador essa história de só se indicar técnicos para cargos importantes no governo “é conversa para inglês ver”. Ele comentou que um secretário ou diretor atende pessoas “e tem de compreender qual é o programa de governo dela ter uma postura condizente com esse programa”.

Em relação as articulações, o que se diz é que pelo menos sete ou oito dos 19 membros da Comissão de Transição indicada pela própria governadora eleita, poderão fazer parte do governo, como já é uma tradição.

Na transição comandada pelo então eleito governador Robinson Faria (PSD) em 2014, três dos 12 membros da Comissão de Transição terminaram  ocupando cargos de primeiro escalão na administração estadual, casos de Juliane Faria, que foi secretaria estadual do Trabalho, Habitação e Ação Social; Tatiana Mendes Cunha, que é chefe do Gabinete Civil e a delegada de Polícia Civil, Kaline Leite, que foi secretária estadual de Segurança Pública e Defesa Social.