Mensalidades de escolas particulares sobem até 9,8%

Com a proximidade do fim do período letivo de 2018, as escolas já começam a se preparar para o período de matrículas de 2019. Este ano, os pais que pretendem matricular os filhos nas escolas particulares devem esperar reajustes que variam entre 7,48% e 9,87% nas anuidades. A variação é um pouco maior do que a registrada em 2018, quando o reajuste das anuidades subiram entre 6,95% e 9,8%. – mas é menor do que o de 2017, quando as escolas elevaram os valores em até 12,87%, de acordo com o Sindicato de Escolas Particulares do RN.

Alexandre Marinho explica que o principal custo das escolas é a folha dos funcionários

Alexandre Marinho explica que o principal custo das escolas é a folha dos funcionários

As escolas, no entanto, podem repassar aos pais reajustes maiores do que os previstos pelo Sindicato, contanto que as planilhas de custo, na qual se baseiam os reajustes, justifiquem o aumento, como explicou o diretor do Sindicato, Alexandre Marinho. “O principal é a folha de pagamento dos professores e demais funcionários, que representa 70% da planilha de custos”, explica. Os outros encargos que contribuem para os reajustes são chamados de “insumos educacionais”: água, luz, telefone, equipamento de informática, manutenção da instituição e outros aspectos necessários para o funcionamento da instituição, de acordo com Alexandre.

Nos últimos anos, com a crise econômica e a redução do poder de compra da população, muitos pais vem tirando os filhos das escolas particulares. “Isso precisa ser levado em conta, e é por causa disso que o valor desse reajuste não pode extrapolar demais. É preciso olhar os dois lados, dos pais, muitos dos quais estão tendo que enfrentar o desemprego, e o das instituições, que também não podem funcionar no prejuízo”, afirma Alexandre.

Nos anos anteriores, algumas escolas chegaram a aplicar aumentos de até 27% nas mensalidades, valor considerado abusivo. Nesses casos, a recomendação é acionar o Procon. O orgão, atualmente, está trabalhando em um levantamento em todas as escolas da capital potiguar a fim de tentar identificar possíveis aumentos abusivos de preço, e uma estimativa própria de percentual de reajuste para o ano seguinte, que deve ser divulgada na próxima semana.

Além da procura por escolas públicas, a inadimplência também vem aumentado durante o período de crise. Nesses casos, muitas escolas oferecem também, aos pais, a possibilidade de negociação da dívida, alguns casos até permitindo a realização da matrícula para o ano seguinte sem a quitação da anuidade do anterior. “Há atrasos das famílias e, na prática, não há muito que se possa fazer. Cerca de 10%, 12% dos pais vêm negociar as mensalidades atrasadas nesse período de matrículas do ano seguinte. Mas também precisamos ter em mente que as escolas precisam desses pagamentos para pagar seus funcionários e manter sua estrutura”, reforça Alexandre.

O valor do reajuste pode mudar, também, a depender da série da criança ou adolescente. O Ensino Médio, por exemplo, costuma ser a etapa mais cara da educação, e tem diferenças no reajuste até entre suas séries: o terceiro ano, por exemplo, costuma ter variações ainda mais altas do que os outros, em função de fatores como aumento da carga horária e aplicação de provas e aulas nos fins de semana, por exemplo. “O salto às vezes chega a ser de até 20%. Mas isso se explica pelo aumento da carga horária, tudo isso. O valor que se paga por um aluno do pré chega a ser duas vezes maior do que o de um aluno das outras séries do ensino médio”, completa.