Cidade da Criança acumula acervos da Pinacoteca e TAM

A Cidade da Criança foi o lugar escolhido pela Fundação José Augusto (FJA) para armazenar o precioso acervo de três importantes equipamentos culturais do estado cujos prédios estão em obras – Pinacoteca Potiguar, Teatro Alberto Maranhão e Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM). Embora o volume de peças seja grande, o armazenamento não afeta o funcionamento normal da Cidade da Criança, segundo informou a administração do local. O problema é que as condições não são as mais adequadas.

Prédio que abriga ensaios da Orquestra Sinfônica aloja parte dos acervos de obras de arte e móveis

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Todo o material está distribuído em dois prédios – o laranja (onde no pavimento superior acontecem os ensaios da Orquestra Sinfônica do RN) e o verde (onde há um auditório, sala de vídeo e sala de artes), que atualmente está inativo.

Coordenadora administrativa da Cidade da Criança há seis meses, Aglia Revoredo reconhece que o local não dispõe das melhores condições de armazenamento para peças de arte, mas como foi o lugar escolhido pela Fundação José Augusto, coube a ela receber o material.

“É uma responsabilidade grande cuidar desse acervo. Talvez não fosse o lugar ideal. Mas o governo está passando por uma situação difícil e é o que dá para se fazer. Todas as peças estão bem embaladas, sem risco de dano”, comenta a Aglia. Ela não sabe informar se o acervo completo da Pinacoteca foi enviado para a Cidade da Criança nem as especificidades de cada peça, como material ou nome do artista. “Recebi o material. O documento com a lista das peças está na Fundação. Sei que também recebemos móveis do Teatro Alberto Maranhão. Está tudo guardado”.

O último inventário de obras da Pinacoteca é de 2006. Na ocasião foram registrados 860 peças. Mas em reportagem neste VIVER, a coordenadora de museus da FJA na época, Dione Caldas, estimou que o acervo atual gire em torno de 1600 e 2 mil peças. São esculturas, gravuras, fotografias, mapas e pinturas de artistas reconhecidos nacional e internacionalmente, como Volpi, Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Fayga Ostrower, além de Newton Navarro, Dorian Gray, Abraham Palatnik e Maria do Santíssimo.

Quanto a segurança da área, Aglia conta que a Cidade da Criança dispõe de equipe de três funcionários no turno da manhã e dois no da tarde. À noite há um vigia e uma câmera de vigilância.

Pinacoteca terá mais acessibilidade

As obras na Pinacoteca Potiguar (Palácio do Governo) envolvem reforma e restauro de toda a estrutura física, como sala de exposições, sala de imprensa, Administração do Palácio, sala de acervo técnico, toda a área comum e externa, além da estruturação da acessibilidade física, instalações elétricas e hidráulicas. Segundo nota da equipe do RN Cidadão, programa estadual que viabilizou as obras dos equipamentos culturais do estado com recursos do Banco Mundial, os investimentos são na ordem de R$ 5,6 milhões e a previsão de entrega é para junho de 2019.

Pinacoteca do Palácio Potengi está fechada para reforma e deve reabrir em junho de 2019

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Ainda segundo a nota do RN Cidadão, o que se pretende com as obras é garantir a conservação do imóvel (recuperação de esquadrias, cobertura, pintura, cozinha, banheiros), dotar o local de equipamentos adequados (iluminação, sonorização, rede lógica, mobiliários, suportes, vitrines, expositores, circuito de segurança, reserva técnica), atender às normas vigentes de acessibilidade (elevadores, rampas e sinalização de obstáculos) e implantar novos espaços (oficina de restauração, sala de projeção, biblioteca). Outra ideia é desenvolver um “programa de sustentabilidade apoiado num espaço gourmet, loja de suvenir inspirada no acervo, locação de espaços e um arrojado programa de visitações e formação em cursos e oficinas”, informa a nota.

Outro acervo
Também há outra situação dentro da Fundação José Augusto (FJA). Acervos de espaços culturais que passaram por obras e já foram reabertos seguem sem destinação. É o caso do acervo de Café Filho, do Museu Café Filho. O espaço foi reaberto há quase um ano meio e ainda não recebeu o material daquele que é o único potiguar que assumiu a Presidência da República. A promessa era de uma remontagem da exposição com as peças do acervo, de modo mais moderno, mas até agora o projeto não foi para frente. Enquanto isso, o material do ex-presidente, que passou por um longo período de higienização e catalogação pela equipe do Centro de Documentação da FJA, aguarda por definição no Solar João Galvão.