Presidente da Vale: tragédia de Brumadinho é mais humana que ambiental

O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, durante entrevista coletiva,  sobre rompimento de barragem em Brumadinho.

Tomaz Silva/Agência Brasil

Agência Brasil

O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, disse na noite de hoje (25) que o rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho (MG), terá um impacto mais humana do que ambiental. Segundo ele, a maior parte das vítimas são funcionários da empresa. “Dessa vez é uma tragédia humana. Estamos falando de uma quantidade provavelmente grande de vítimas. Não sabemos quantas, mas sabemos que será um número grande”, disse.

A avaliação foi apresentada durante coletiva de imprensa ao ser questionado se o episódio se equipara à tragédia de Mariana (MG), ocorrida em novembro de 2005, quando se rompeu uma barragem da Samarco, empresa da qual a Vale é uma das acionistas. Na ocasião, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desalojados em decorrência da destruição de comunidades. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o episódio provocou ainda devastação de florestas e poluição da bacia do Rio Doce.

No caso do rompimento em Brumadinho, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou sete mortes e estima que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas. A Vale não divulgou número de mortes. “Mas certamente haverão”, disse Schvartsman.

De outro lado, o presidente da Vale avalia que o dano ambiental será menor em comparação com o ocorrido na tragédia de Mariana. “Como a barragem era inativa, o material era razoavelmente seco. E consequentemente, ele não tem poder de se deslocar por longas regiões. A parte ambiental deve ser muito menor e a parte humana terrível”, reiterou. Segundo ele, o rejeito não irá além de onde ele está nesse momento.

Schvartsman informou que haviam cerca de 300 funcionários próprios e terceirizados na Mina Feijão quando houve o rompimento. Parte deles estava em um refeitório, que foi soterrado, mas pelo menos 100 foram localizados. O presidente da Vale não soube dizer com segurança o que houve com o sistema de sirenes estruturado para avisar previamente a ocorrência de acidentes. “É provável que elas tenham funcionado, mas a velocidade com que isso ocorreu impediu que se tivesse qualquer benefício”.

A Vale organizou um gabinete de crise com a participação de seus diretores. Schvartsman viaja ainda hoje para Brumadinho. Segundo ele, não serão poupados esforços para atender as vítimas. Assistentes sociais e psicólogos já estariam à disposição. 

General view from above of a dam owned by Brazilian miner Vale SA that burst, in Brumadinho, Brazil January 25, 2019. REUTERS/Washington Alves
Vista aérea do local da Mina Feijão, da Vale, em Brumadinho, onde houve rompimento de uma barragem de rejeitos – Reuters/Washington Alves/Direitos Reservados