Irmã Dulce será canonizada em outubro; freira morou em São Cristóvão

G1

Irmã Dulce, também conhecida como 'O Anjo Bom da Bahia' — Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo
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Os católicos sergipanos começam a semana festejando o anúncio da canonização de Irmã Dulce, feita na manhã desta segunda-feira (1º), pelo Papa Francisco na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, em Roma, durante o Consistório Ordinário Público para a Canonização da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. A cerimônia acontecerá no dia 13 de outubro, às 10 horas, no Vaticano.

O Anjo Bom da Bahia, como era chamada Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce, em função do trabalho social com os pobres em Salvador (BA), viveu em Sergipe por cerca de seis meses, no ano de 1933, quando iniciou a vocação religiosa no Convento de São Francisco, em São Cristóvão, através da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. O local mantém um memorial com peças que pertenceram à baiana.


“Quando fomos noticiados pelo Vaticano, através do arcebispo de São Salvador, Dom Murilo Krieger, o nosso coração se alegrou por dois motivos: o primeiro é que a igreja continua a gerar no coração de homens e mulheres a vocação, que é o desejo de Deus na nossa vida, a santidade. No Livro dos Levítico, no capítulo 11, versículo 44, quando o Senhor diz: ‘sede santos porque Vosso Pai do Céu é Santo. E o capítulo 5, do versículo 48, do evangelho de Mateus quando Jesus diz: ‘sede perfeitos porque Vosso Pai do Céus é perfeito’. Esta santa é brasileira, baiana e porque não dizer sergipana? Ela iniciou aqui o processo que a preparou para a vida religiosa, amando Jesus nos pobres e entregar seus projetos de vida pra Deus fazer os projetos Dele na vida dela”, afirma o padre Marcelo Conceição, da Arquidiocese de Aracaju.

primeiro milagre reconhecido pelo Vaticano é de um caso de Sergipe, do município de Malhador, de uma mulher que tinha sangramento hemorrágico após dar a luz ao segundo filho. “A canonização de Irmã Dulce é um louvor que nós damos a Deus pela glórias realizadas na vida da freira. Glórias essas que se fizeram presentes em todo o seu trajeto de vida, enquanto passou conosco. Quando amou os pobres, quando se dedicou pela evangelização, quando buscou levar homens e mulheres a descobrirem o Amor de Deus em suas vidas. Hoje, Igreja de Aracaju, a Igreja Arquidiocesana, se alegra e ao mesmo tempo agradece a Deus por tão grande dádiva”, completa o padre.

Experiência com Dulce

A advogada Ana Lúcia Aguiar é devota e embaixadora das obras de Irmã Dulce no estado de Sergipe. Há uns 30 anos, ela e o filho, que iria completar 3 anos, tiveram um momento de dificuldade. No ano de 1992, no dia 13 de março, quando acompanhava o anúncio da morte da freira, através da televisão, teve uma outra experiência com a religiosa.

“Recebi uma luz muito forte, um clarão, tudo escureceu do meu lado e somente aquela luz e a voz que vinha no meu ouvido, na minha mente e dizia: ‘eis chegado o momento de conhecer o anjo que te salvou’. E aí eu tive a certeza que realmente o milagre, o anjo que Deus havia mandado pra mim, tinha sido Irmã Dulce. Depois disso, saí de madrugada com meu esposo e fui a Salvador para conseguir chegar perto do corpo dela e agradecer a Deus essa revelação”, conta, lembrando que a fila de fieis era imensa, mesmo já tendo terminado a visita para o público na Igreja da Conceição da Praia.

A advogada foi até a frente do templo para de longe agradecer e venerar Dulce. “Neste momento um PM, também um anjo enviado por Deus, me chamou e disse que eu precisava ver irmã Dulce. Respondi que precisava, mas não iria conseguir. Foi quando ele me orientou a atravessar a rua e encontrar outro policial, que tava na porta da basílica. Ao me aproximar, o outro PM disse que eu precisava entrar. Junto com minha irmã e a cunhada dela, pude tocar na mão da freira. Mais uma vez tive a certeza dela ter sido o anjo enviado para me salvar no momento difícil que vivia com meu filho”, lembra emocionada.