Weintraub vê ‘indícios de sabotagem’ em sistemas do MEC e chama PF para investigar

O Globo

Após os sistemas de informática do Ministério da Educação ( MEC ) apresentarem instabilidade, o ministro da pasta,Abraham Weintraub , convocou uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (8) para explicar o problema, e disse suspeitar tratar-se de sabotagem.

— Os serviços estão caindo, alguns deles, de uma forma que a gente não consegue explicar apenas tecnicamente. Há indícios de sabotagem, e esses indícios nos levaram a chamar a Polícia Federal para investigar e verificar se são prova ou não de algo criminoso que possa estar acontecendo aqui no MEC — disse Weintraub .

O ministro afirmou que a população não seria prejudicada e que serviços que tivessem sido atingidos —como o Fundo de Financiamento Estudantil Fies ) e o Programa Universidade para Todos (Prouni) — teriam seus prazos de inscrição prorrogados pelo tempo correspondente ao que tivessem ficado fora do ar.

Mais cedo, Weintraub havia comentado no Twitter que “alguns dos sites do MEC estiveram fora do ar” de forma intermitente ao longo da semana, mas que a população não havia sido avisada porque a Polícia Federal tinha sido chamada a investigar.

O diretor de Tecnologia da Informação do MEC, Daniel Miranda Rogério, disse que ainda não há uma definição de quantos dias a mais serão dados para a inscrição no Prouni, que financia mensalidades em instituições de ensino superior privadas.

Segundo a página do programa no site do MEC, a inscrição para bolsas remanescentes começou em 5 de agosto. Há dois prazos distintos. Para quem ainda não é matriculado na instituição onde quer fazer o curso, ele vai até 16 de agosto. Para quem já é matriculado, vai até 30 de setembro. O prazo de renegociação de dívidas do Fies vai até 10 de outubro.

— O Fies e o Prouni estão intermitentes. Ficam fora em alguns momentos do dia — explicou o diretor, acrescentando: — Ainda não sabemos quanto tempo vamos prorrogar o Prouni, porque a gente está esperando estabilizar o serviço para saber. O ministro orientou que o prazo será prorrogado o quanto for necessário para compensar a paralisação do sistema.

Questionado sobre detalhes dos possíveis ataques, o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, disse que será possível saber isso apenas com a investigação da PF.

Segundo ele, o contato com a polícia foi feito na última segunda-feira. O superintendente da PF no Distrito Federal, Márcio Nunes de Oliveira, que participou da coletiva, também disse não ter ainda informações.

— Eu desconheço ainda os ataques. Acabamos de ser informados da ocorrência de possíveis indícios de algum tipo de anormalidade aqui no ministério. Isso está sendo enviado ainda formalmente para a polícia. Assim que chegar, vamos fazer a análise de todo esse material. Havendo indícios de crime, vamos fazer investigação nos nossos moldes. Ainda não foi instaurado inquérito — afirmou Márcio Nunes de Oliveira.