Caixa pede que Justiça decrete falência da Odebrecht

G1

Logo da Odebrecht — Foto: Paulo Whitaker/Reuters
 Foto: Paulo Whitaker/Reuters

A Caixa Econômica Federal entrou com um pedido para que a Justiça decrete a falência da empreiteira Odebrecht. A companhia entrou em recuperação judicial em junho deste ano.

O plano de recuperação judicial foi aprovado também em junho deste ano pela Justiça. A holding do conglomerado e mais 20 empresas listaram dívidas totais de cerca de R$ 98 bilhões, mas, desse total, só R$ 65,5 bilhões podem ser alvo de cobrança. Os outros R$ 33 bilhões são empréstimos trocados entre as companhias levadas para recuperação judicial.

Em documento entregue na 1ª Vara de Falências de São Paulo, a Caixa diz que, no prazo concedido de 60 dias, as empresas recuperandas “foram incapazes de evoluir minimamente em negociações com seus credores até mesmo para propor uma forma de pagamento básica.”

O banco também pede a convocação de assembleia credores para deliberar sobre o plano de recuperação judicial e a substituição da atual administração.

Procurada, a Caixa disse que “não comenta processo pendente de decisão judicial”.

O plano de recuperação da Odebrecht também foi questionado por outras instituições. Na semana passada, o Banco do Brasil pediu que a empreiteira apresente um novo plano.

Questionado sobre a medida, o BB disse que “não iria se manifestar”.

Dívida da empresa

Os bancos públicos têm R$ 22,8 bilhões a receber da Odebrecht. Desse montante, R$ 10 bilhões são devidos ao BNDES; R$ 7,8 bilhões ao Banco do Brasil; e outros R$ 5 bilhões à Caixa Econômica Federal.

Já os bancos privados têm R$ 8,4 bilhões a receber: Bradesco R$ 4,4 bilhões; Itaú R$ 3,5 bilhões; e Santander R$ 500 milhões.

Por meio de nota, a Odebrecht afirmou que ainda não teve tempo de “tomar conhecimento das petições” e disse que é natural que, nos processos de recuperação judicial, os credores “façam questionamentos nas diversas fases do processo”.

“A Odebrecht está em processo de negociação construtiva com os seus principais credores e confia em que o seu plano de recuperação será aprovado para a preservação dos seus mais de 40 mil empregos”, informou a companhia.