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A Polícia Federal lançou nesta quarta-feira (29), em São Paulo, uma campanha de abrangência nacional para alertar os brasileiros sobre o tráfico de pessoas. A ação conjunta com o Ministério da Justiça e Segurança Pública prevê a distribuição de panfletos no Distrito Federal e sete Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pará e Amazonas) que têm os maiores volumes de emissão de passaportes e registros de denúncias deste tipo de crime.
Serão impressos 495 mil folders com várias orientações para vítimas e testemunhas, além dos canais de denúncia — entre eles, o Disque 100 e o Ligue 180. O material também contém um QR CODE que conduz o usuário ao site do Ministério da Justiça e Segurança Pública para outros esclarecimentos sobre o tema.
O delegado Roberto Mello Milaneze, coordenador geral da Defesa Institucional da Polícia Federal, ressaltou que a intenção é incentivar as denúncias e humanizar o atendimento. Por isso, as queixas serão recebidas por funcionários do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“A vítima não vai ser investigada de forma alguma. Muitas vezes, essa pessoa não percebe que foi vitimizada. Nem depois de voltar. Não sabe que existe uma legislação que a protege. A vitima não é punida. Ela é acolhida”, frisou o delegado federal.
Entre os principais tipos de crime destacados pelas autoridades federais estão a exploração sexual, de trabalho e o contrabando de imigrantes. De acordo com a Polícia Federal, há cerca de 150 investigações em andamento relativas a crimes desta natureza.
Os federais querem qualificar as denúncias, combater a subnotificação de crimes e prevenir a população nacional sobre propostas suspeitas de emprego no exterior, além da ação de “coiotes” que cobram para promover a entrada de imigrantes ilegais no Brasil.
“O mundo hoje vive uma situação bem grande de imigração. Esse dinamismo na imigração gera situações de ilusões criadas para pessoas que estão em situação não tão confortável economicamente ou socialmente e elas querem deixar o seu país. E surgem esses oportunistas que convencem as pessoas com ofertas mirabolantes de trabalho no exterior”, complementou o delegado federal Roberto Mello Milaneze.
Fronteira venezuelana
Dois dos Estados envolvidos na ação (Pará e Amazonas) fazem fronteira com a Venezuela, país do qual parte uma grande quantidade de pessoas que fogem da atual crise política e econômica e que buscam no Brasil um recomeço.
No ano passado, a entrada de venezuelanos no território brasileiro praticamente triplicou e gerou esforços do governo federal para viabilizar a assistência emergencial e o acolhimento humanitários dessas pessoas.