Fecomercio: Vendas nos shoppings somam R$ 4,1 bi no Dia das Mães e ficam acima do previsto

As vendas nos shoppings no Dia das Mães foram melhores do que o esperado, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), que representa os donos dos empreendimentos. Mesmo assim, a expectativa de volta do faturamento aos níveis pré-pandemia foi adiada para o ano que vem, uma vez que os centros de compras ficaram de portas fechadas por muitas semanas devido ao agravamento da pandemia neste ano.

Pesquisa da associação mostra que o Dia das Mães movimentou R$ 4,1 bilhões na semana de 3 a 9 de maio de 2021. O dado foi 460% maior do que a data comemorativa de 2020 – quando só 15% dos shoppings estavam abertos – e ficou 12% abaixo do que em 2019 – quando as unidades operavam plenamente. Os dados porcentuais já estão corrigidos pela inflação.

Embora qualquer comparação com o resultado de anos anteriores seja distorcida pela pandemia, os números foram considerados positivos pelo presidente da Abrasce, Glauco Humai. As vendas superaram a projeção inicial de alta de 370% em relação ao ano passado e foram menores do que a queda prevista de 19% ante o ano retrasado.

Uma hipótese é de demanda reprimida de consumidores após muito tempo em casa. Outra possibilidade é de um sentimento crescente de segurança devido ao avanço da vacinação contra covid e às propagandas dos shoppings sobre seus protocolos sanitários. Também se fala em resiliência da economia brasileira.

Recuperação é incerta

Mas restam dúvidas, por exemplo, sobre o efeito concreto do fim do auxílio emergencial. Sem ele, as vendas pioraram em janeiro e fevereiro. Depois o comércio foi fechado. O cenário de inflação e juros em alta levanta dúvidas sobre o que acontecerá após junho, segundo Humai. Ele ainda pondera ainda que há o temor de novas ondas da pandemia e restrições ao varejo.

Diante de tudo isso, a Abrasce abandonou a projeção de alta de 9,5% nas vendas dos shoppings em 2021, divulgada em janeiro. Um novo número será comunicado após o fechamento do primeiro semestre.

A expectativa é que os negócios sigam pressionados até junho, passem por uma inflexão até setembro e se recuperem no último trimestre, com Black Friday e Natal fortes. Isto é, se não tiver terceira onda. Se essa perspectiva se concretizar, dá para pensar em retomar os níveis de faturamento pré-pandemia em 2022, previu o presidente da Abrasce.