Pesquisadores da USP buscavam saber se poderia haver proteção cruzada das doenças, mas descobriram o contrário
Acre enfrentou aumento de notificações de casos de dengue neste ano
Indivíduos que já tiveram dengue anteriormente correm um risco duas vezes maior de desenvolver sintomas da covid-19 caso sejam infectados pelo coronavírus. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo), publicado recentemente na revista Clinical Infectious Diseases.
Durante o estudo, o grupo analisou amostras de sangue de 1.285 moradores da cidade de Mâncio Lima, no Acre. Deste total, 37% haviam sido diagnosticados com dengue entre setembro e outubro de 2019.https://b9f214db72e5dae2643c9b2b8bb50233.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
No ano seguinte, 35,2% apresentavam anticorpos desenvolvidos a partir do contato com o vírus causador da covid-19, sendo que 57,1% relataram sintomas durante a infecção.
Os pesquisadores buscavam, inicialmente, descobrir se a infecção prévia pelo vírus da dengue poderia garantir à população algum grau de proteção cruzada em relação ao coronavírus. Mas os resultados foram justamente o oposto.
O coordenador da pesquisa, Marcelo Urbano Ferreira, destacou a ocorrência de epidemias de dengue e covid-19 ao mesmo tempo em algumas localidades do Brasil.
“Esses dados sugerem haver uma interação entre as epidemias de dengue e covid-19, uma agravando a outra, algo que se convencionou chamar de sindemia. Ambas afetam os setores mais vulneráveis da população”, declarou em comunicado.
O Acre, especificamente, teve aumento de quase 300% das notificações de casos suspeitos de dengue entre janeiro e março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020.PUBLICIDADE
Da mesma forma, o estado também foi afetado pela segunda onda da covid-19, com um pico superior a 1.000 novos casos por dia em meados de março
Fonte: R7