Chegada do outono acende alerta para doenças respiratórias

 

 

Doenças podem ser ter sintomas parecidos e serem confundidas; biologia molecular possibilita diagnóstico rápido e certeiro

O outono já chegou e com ele também chegam as doenças respiratórias. Nesta época do ano, é comum que doenças virais ou alérgicas, como gripe, resfriado, rinite e até asma, sejam mais recorrentes. As emergências de hospitais tendem a lotar e os pacientes sempre com os mesmos sintomas, que independente da patologia, quase sempre são os mesmos. Nos últimos anos, os vírus que mais causaram hospitalização e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram o SARS-CoV-2 (Covid-19) em adultos, Influenza H1N1 e vírus sincicial respiratório (RSV) em crianças. O RSV é também responsável por 75% das bronquiolites e até 40% das pneumonias.

Em muitos casos, e por terem os sintomas parecidos, a real condição do paciente pode ser confundida, o que pode ser perigoso. Isso porque além das doenças comuns, há também a pneumonia ou a SRAG por exemplo, que são doenças mais graves e que necessitam de um tratamento adequado e com outros tipos de medicação. Esses quadros mais graves, se não tratados corretamente, podem levar à morte.

“Com a chegada do outono, as pessoas tendem a ficar com o ambiente mais fechado e mais próximas umas das outras. Então, isso faz com que vírus e bactérias circulem mais livremente entre as pessoas e causem mais doenças. O vírus e a bactéria precisam estar dentro de um organismo para se replicar e aí causar uma doença. Se a gente tem uma pessoa infectada, ele vai se multiplicar e vai passar mais para as pessoas ao redor e assim, sucessivamente”, explica a otorrinolaringologista, Dra. Mariele Lovato.

Além da circulação do vírus, o outono é também a época em que as temperaturas mais variam e possuem mudanças bruscas, o que também favorece o aparecimento destas doenças. Os públicos que mais devem tomar cuidados e medidas protetivas são crianças, idosos e pessoas que possuem algum problema de saúde referente a imunodeficiências e têm as defesas mais baixas.

Prevenção e sintomas

De acordo com a otorrinolaringologista, as vacinas são as principais formas de prevenção, tanto para evitar infecções, quanto para ter sintomas mais leves, caso pegue. “Essas vacinas incluem a vacina da gripe ou do H1N1 e outros tipos de H e N’s e a vacina do COVID-19. A vacina do pneumococo, seja ela a 23, a decavalente ou a 13, a vacina do meningococo e a vacina do hemófilo influenza também ajudam na prevenção”, destaca Dra. Mariele. Manter os ambientes arejados e com uma grande circulação de ar, lavar as mãos e sempre levá-las à frente de boca e nariz quando for tossir e espirrar também são medidas que auxiliam na prevenção.

Apesar dos sintomas mais comuns serem referentes a doenças de tratamento mais fácil e rápido, também existem chances de serem quadros mais graves. Diante disso, é importante saber em quais casos deve-se procurar ajuda médica. A Dra. Mariele explica que, além de ter sintomas mais graves, pessoas com problemas cardíacos, pulmonares, diabetes, ou imunodeficiências, e também pessoas que estejam muito prostradas ou que provavelmente vão precisar de algum atestado para afastamento das atividades laborais devem ficar atentas.

“Os sintomas de alarme numa síndrome gripal geral são quando a pessoa está há mais de cinco dias ainda fazendo febre, quando tem falta de ar e dificuldade para respirar, principalmente pela boca, quando sente chiado no peito, fraqueza, redução de urina, ou uma maior concentração, vômitos e diarreias e chegando a queda de saturação. Em crianças pequenas, é extremamente importante notar que quando fizer febre, se mesmo quando a temperatura é baixa ou quente térmica, a criança continuar abatida, indisposta, não querendo brincar, também é importante levar no pronto atendimento”, destaca Dra. Mariele.

Diagnóstico molecular detecta quadros mais graves de forma precoce

Em meio a tantas doenças possíveis de serem resultantes quando há coriza, espirro, tosse, febre, entre outros sintomas, é de suma importância que o diagnóstico seja feito. Além da possibilidade de confundir as doenças mais simples de serem tratadas, elas também podem esconder casos mais graves, para que a conduta médica e os tratamentos sejam feitos de forma adequada. Nestas situações, é importante a realização de exames de diagnóstico molecular.

“Os exames de biologia molecular são indicados para a realização quando há suspeita de algumas doenças em que, se fazendo o diagnóstico, vai mudar a conduta médica. Por exemplo, uma síndrome gripal, com nariz trancado, tosse, secreção e prostração, acaba se tornando evidência do Covid-19, e sendo necessário o diagnóstico, pois exige o isolamento de sete dias. Então, sim, é importante sabermos que isso é Covid”, ressalta a otorrinolaringologista.

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Com o diagnóstico molecular preciso e rápido, medidas para prevenção da transmissão patogênica, tratamento direcionado e prevenção do desenvolvimento de mecanismo de resistência antimicrobiana podem ser tomadas. O tratamento correto e iniciado de forma rápida reduz o risco de reação adversa, além da garantia de uma resposta aos fármacos, redução de gastos hospitalares, entre outros benefícios.

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