Despedidas são geralmente tristes. E hoje é um dia extremamente triste. Nublado, pesado, cinza. Temos que nos despedir de Márcia Carrilho e de tudo que ela representava nesse mundo fugaz, o inverso desse dia: alegria, cores, um arco-íris de sentimentos bons!
Márcia Carrilho era isso: um arco-íris!
Um arco de cores que se foi hoje com a chuva.
Foi colorir outras paragens.
Conheci Márcia nos idos de 1970. Jamais vou esquecer a entrada triunfal dela numa festa que promovi na ACDP, em 1979: trajava um vestido Dior belíssimo. Uma visão deslumbrante para um colunista provinciano em início de carreira.
Valério Andrade certa vez tentou defini-la: “Márcia Carrilho é o sobressalto dos tímidos!”.
A Toca do Miga, seu refúgio em Extremoz, nunca mais será tão verde.
Despediu-se hoje no Rio, cidade que ela tanto amava – seu coração estava dividido entre Rio, Paris e Extremoz.
Ao saber que estava doente, proibiu os familiares de dar a notícia triste para os amigos. Não queria tristeza. Queria viver intensamente cada segundo de sua existência. E assim o fez. Espalhou alegria e bom humor por onde passou. Fugaz e iridescente como um beija-flor.
Vai, Márcia, colorir outros jardins!
Deixe conosco apenas um pouco do seu perfume…
Adeus.
Do seu estimado amigo, Toinho Silveira.

