Artesãos preparam estoque para o Cidade Junina

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Os artesãos que vão expor seus produtos durante a programação do Mossoró Cidade Junina já estão preparando o estoque de peças e a produção segue a todo vapor. Eles terão espaço para montar seus produtos na Praça de Eventos, local que vem sendo chamado de Polo da Cultura Popular, onde a Prefeitura disponibilizará um total de 70 barracas que serão distribuídas entre os artesãos, os restaurantes e lanchonetes que oferecerão comidas típicas e regionais.

Na casa de dona Francisca Fernandes da Silva, artesã conhecida por seus traços e trabalhos a partir do biscuit, a decoração deu espaço para as peças que ela está produzindo dia e noite ao lado de dois filhos, Carlos André e Adriana Carla. A pressa na produção tem um motivo: garantir o estoque para o Mossoró Cidade Junina e também cumprir com as entregas de pedidos que vêm de várias localidades como Natal, Pipa e Recife. “Aqui o trabalho não para. A gente está produzindo praticamente 24 horas por dia. Não podemos descansar porque temos muitos pedidos e também tem o Cidade Junina que nós estamos com uma expectativa muito boa, então precisamos produzir bastante”, diz a artesã. Por dia, cada um deles está produzindo uma média de 100 peças.

Trabalhando com o biscuit há 17 anos, o carro-chefe nas produções da família de dona Francisca é o cangaço, e praticamente todas as peças produzidas levam o tema. Seus produtos também são famosos pela riqueza de detalhes, o que lhe rende muitos pedidos de peças personalizadas para festas de casamento e aniversário. Dona Francisca também produz caricaturas de famosos e, inclusive, já entregou pessoalmente ao ex-presidente Lula uma imagem sua. “Também já entreguei uma da Dilma a ela. Já participei de vários programas de televisão porque consigo reproduzir qualquer imagem com muita riqueza e identidade. Minha técnica eu desenvolvi sozinha e meus filhos estão no mesmo caminho. Hoje eles estão trabalhando até melhor que eu”, destaca.

O trabalho segue uma linha de produção e cada um produz uma parte da peça para ao final dar um resultado mais rápido. “Quando temos uma encomenda de muitas peças iguais, por exemplo, cada um faz uma parte e depois vamos montando. Dessa forma fica mais rápido. A nossa família está toda empenhada nos trabalhos, mas nem sempre foi assim. Quando decidi começar ninguém acreditava. Éramos eu e minha filha trabalhando, mas depois eles foram nos ajudando e hoje até meu marido ajuda”, diverte-se.

Depois de vários anos, dona Francisca decidiu buscar a profissionalização e legalizou a empresa, fato que abriu as portas para ela levar seus produtos para outras cidades, já que aqui em Mossoró o trabalho não é tão valorizado quanto os artesãos gostariam. “Infelizmente a gente tem que recorrer ao mercado de outras cidades porque depender somente das vendas aqui não dá muito certo. Graças a Deus o cenário tem mudado um pouco nos últimos anos, mas ainda precisa melhorar bastante. A nossa expectativa é de que agora com esse novo espaço disponibilizado pela Prefeitura para a gente expor durante os finais de semana o reconhecimento melhore”, desabafa o filho de dona Francisca, artesão Carlos André.

Para tentar chamar a atenção do público, os artesãos vêm tentando incrementar as produções agregando valor às peças de biscuit com tecidos, palha e outros materiais. “Finalmente as portas estão se abrindo para o artesanato em Mossoró e as pessoas estão reconhecendo o nosso valor. Espero que um dia essa realidade mude”, finaliza.

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