Surpresa na literatura

capa-caderno-revista-7faces-p
7Faces: periódico literário de alta qualidade, em termos de pesquisa e divulgação poética – Foto Reprodução

 

Esta é a 11ª edição do caderno-revista 7Faces. Publicada exclusivamente em meio eletrônico, o periódico se consolida como um dos pontos de encontro mais significativos da cena literária brasileira recente. São seis anos e além dos 11 números editados semestralmente, há uma edição especial sobre a poesia de José Saramago, editada em 2010, e outras publicações que os editores preferem chamar de encartes.

“A ideia é mantida apenas por uma extensa rede de contatos que se amplia a cada novo número editado. E pelas páginas do caderno-revista já passaram nomes significativos, não só da poesia nacional, mas de outros países, como Portugal, Argentina e Moçambique. Cada edição é dedicada a um poeta: assim, há uma revista sobre a poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, o poeta brasileiro Vinicius de Moraes, outra sobre Salgado Maranhão, outra sobre Allen Ginsberg, e, agora, uma sobre Manoel de Barros”, fala Pedro Fernandes, coordenador da publicação.

A nova edição reúne a poesia de Ondjaki, Jørge Pereira, Izabela Orlandi, Juliana Hollanda, Valter Hugo Mãe, Fernanda Fatureto, Sebastião Ribeiro, Lucas Perito, Mia Couto (um inédito), Marcelino Freire (um inédito), Samuel Pimenta, Abilio Maiworm-Weiand, Mauricio Goldani Lima, Sandro Teixeira, Ricardo José Pérez Segura e Bruna Pianto. Somam ainda os ensaios de Cesar Kiraly, Vicente Franz Cecim e Maria Heloísa Martins Dias e os depoimentos da filha Martha Barros, do crítico José Castello, do escritor José Eduardo Agualusa sobre a obra do poeta homenageado. A edição reúne também fotografias raras e manuscritos inéditos de Manoel de Barros cedidos pelo poeta amigo de Manoel, Douglas Diegues.

 

ESTUDOS

A segunda edição da Revista de Estudos Samaguianos, coordenada pelos professores Pedro Fernandes e Miguel Koleff, está on-line. Há dois destaques sobre este número: um, é a marca de celebração dos 20 anos do romance “Ensaio sobre a cegueira” (publicado em novembro de 1995) e outro os acontecimentos protagonizados pela Fundação José Saramago sobre a redação de um documento a ser entregue às Nações Unidas e que foi defendido publicamente pelo escritor desde sempre, marcadamente durante a recepção do Prêmio Nobel de Literatura em 1998: uma Carta de Deveres Humanos.

Esses dois acontecimentos estão marcados na edição de forma diversa: o primeiro com um ensaio de Maria Alzira Seixo, um conjunto de fotografias de Marcelo Buainain realizadas em Alfama em fevereiro de 1996 numa sessão cujo ponto de partida foi justamente o drama do livro agora lembrado e excertos dos “Cadernos de Lanzarote” em que Saramago comenta sobre o processo de escrita do “Ensaio”; o segundo, um texto do próprio Saramago (de 1993) “Heresia, um direito humano” (para os leitores de língua portuguesa é um texto inédito, visto que, até onde alcançamos pesquisar, não aparece em nenhum dos títulos já publicados e o encontramos numa versão em língua espanhola editada em 16 de fevereiro de 1994 do jornal El País da qual escrevemos a tradução em língua portuguesa. A relação deste texto com os acontecimentos na Cidade do México (lugar onde foi realizado o evento de início para elaboração da Carta dos Deveres Humanos) é que no ano em que o texto sobre a necessidade da heresia foi publicado, Saramago enunciou-a como um direito inerente aos Direitos Humanos; tema sobre o qual recorreu várias vezes em outras de suas intervenções, como quando publicou “Caim”, em 2009. Completam as duas edições, os textos de Gisela Maria de Lima Braga Penha, Júlia Cristina Figueiredo, Saulo Gomes Thimóteo, Eula Carvalho Pinheiro, Maria do Socorro Velos, Maria Angela Pavan, Miguel Koleff, Diego J. González e Pedro Fernandes.

Fonte:Gazeta Do Oeste

Rolar para cima