O MADA confirma em 2018 a vocação de festival grande. O evento, que só deixou de ser realizado em 1999 e em 2010, consolida posição de destaque no circuito de festivais no Brasil ao mostrar ano a ano curadorias sintonizadas com o que de mais contemporâneo está sendo produzido no país. A fórmula é equilibrar artistas em ascensão com atrações de grande público. A programação deste ano não foge a regra.
A presença feminina também é marcante: 11 cantoras darão voz a este festival nos dois dias do evento. Algumas chegam à Natal com boa expectativa, é o caso de Jade Baraldo, Larissa Luz e a já citada Duda Beat. A elas, vale a pena ficar de olho em outras atrações que vem despontando no cenário nacional, como é o caso do rapper Rincon Sapiência e do grupo Atooxxá. Dos gringos, a produção apostou em dois nomes novos que vêm galgando espaço em seus países, é o caso da banda Saint Chameleon (Áustria) e o da cantora Alfonsina (Uruguai). Mas o grande destaque – de todo o festival por sinal – são os escoceses do Franz Ferdinand. Bastante queridos do público brasileiro, eles vêm ao país para apenas três concorridos shows, sendo que pela primeira vez no Nordeste.
Cena Potiguar
A pulsante cena potiguar marca presença no festival com dez atrações. Dos conhecidos, Talma&Gadelha, Alphorria e as já citadas Far From Alaska e Luisa e os Alquimistas. Dentre as novidades, está Ângela Castro, que com 15 anos de vivência na música estreou em carreira solo neste ano com o disco “Buena Onda”. Outros nomes interessantes para ficar de ouvido ligado são a banda de punk rock só de meninas Demonia, a drag queen Potiguara Bardo, cujo disco de estreia está repercutindo bem, a cantora Bex e as bandas Ardu e Ciro e a Cidade.
O VIVER preparou um guia com informações sobre o som de cada uma das atrações que vai tocar no evento. Confira.
Sexta, 12 de outubro
20h20 – Jade Baraldo (SC)
Coletivo formado por Raoni Knalha (voz), Rafa Dias e Wallace Chibata (guitarra). O grupo se destaca por ressignificar o pagode baiano a partir de bases eletrônicas. O maior sucesso é “Popa da Bunda”. Do novo disco, “LUVBOX”, prestes a ser lançado, o single “Caixa Postal” resgata a estética dos anos 1990.
O grupo que fez fama com uma mistura de ritmos nordestino e poesia popular está de volta a ativa depois de oito anos parado. O reencontro de Lirinha e companhia resultou no disco de inéditas “Viagem ao Coração do Sol”.
Campeã de participações no MADA. Foram sete, sendo uma com o projeto Agridoce. Nesta nova apresentação a cantora traz o show “Matriz”. A apresentação conta com músicas como “Na Pele”, lançado com participação de Elza Soares, e “Contramão”, com Emmily Barreto (Far From Alaska) e Tássia Reis, além de sucessos da carreira e algumas surpresas.
19h40 – Alfonsina (URU)
Cantora, compositora e multiinstrumentista, ela começou na música em 2010 por incentivo do produtor musical inglês Tricky (ex-Massive Attack). Seu som bebe no jazz e na canção popular uruguaia.
18h – Demonia (RN)
Banda de punk rock formada por Quel Soares, Nanda, Isabela Graça, Karina Moritzen e Karla Farias. As músicas transitam por temas políticos e agressivos, com tiradas ácidas, divertidas e grudentas.
Banda de rock com pitada pop, o Talma&Gadelha lançou recentemente no Itaú Cultural e Casa Natura, em São Paulo, o disco “Marfim”, que marca uma nova fase do grupo.
Trio de indie pop que vem ganhando terreno na cena brasileira. Já estiveram no Lollapalooza Brasil 2016, abriram shows do Ringo Starr e Maroon 5. As principais músicas são “Dinossauros” e “Eu vim passear.”
Palco TNT Energy Stage:
Com 16 anos de carreira, a artista lançou disco solo em 2018, mostrando um pouco de suas vivências musicais, mas caindo em sonoridades de rock setentista, beats eletrônicos, dub e afrobeat.
Luisa vai mostrar no MADA canções do disco “Vekanandra” (2017) e “Cobra Coral” (2016). A sonoridade passeia pelo pop, a música eletrônica das periferias do Brasil, pelo soul e por influências jamaicanas.
O rapper se apresenta pela primeira vez no RN um ano após o lançamento do disco “Galanga Livre”, que catapultou sua carreira. Além da poesia marcante, a negritude de seu trabalho se faz sentir nos ritmos, que vão desde a capoeira até o blues, passando pelo coco, tropicália e o afrobeat.
19h – Oto Gris (SP)
Banda de reggae com mais de 20 anos de carreira. Marcaram época nos anos 90, abrindo shows para diversos nomes nacionais e até puxaram bloco no Carnatal. Eles sobem ao palco para mostrar não só sucessos antigos como músicas inéditas que vão compor o disco novo.
Já passou pela banda feminina Lucy in the sky e pelo Araketo. Em 2012 inicia carreira solo. O disco mais recente é de 2016, “Território conquistado”, que traz participação de Thalma de Freitas e Elza Soares. Ela também está em turnê ao lado da potiguar Khrystal com o espetáculo Elza.
Banda que mistura rock, música brasileira e latinidades. Em 2017 ganharam o Grammy Latino de melhor canção em língua portuguesa pela faixa “Triste, louca ou má”.
Uma das bandas mais impactantes da nova cena brasileira. Famosos pela mistura da guitarra baiana com o soundsystem jamaicano, o grupo retorna a Natal depois de fazer o melhor show do MADA passado. No repertório, sucessos do premiado álbum “Duas Cidades”. Vale muito essa segunda dose!
19h – Ciro e a Cidade (RN)
Da nova safra de bandas potiguares. O quinteto tem um pé no indie rock e outro no brega nordestino. Lançaram recentemente o EP Encharcado. As composições evocam sonoridades da MPB dos anos 70 e do indie rock anos 90.
Influenciada por Toro y Moi, Icarus e Letrux, a banda mistura instrumentos orgânicos, samples e sintetizadores para criar uma espécie de chillwave tropical.
Cantora e produtora musical cujo som transita por experimentações eletrônicas, passando pelo blues, jazz, house, dub, hip-hop e diversos sub-gêneros.
A drag queen lançou o disco de estreia “Simulacre” há poucas semanas, mas o trabalho já caiu nas graças de boa parte do público alternativo de Natal. Mistura de vários ritmos, como house, reggae, lambada, vale a pena ver como as músicas vão funcionar ao vivo. O clipe de “Você não existe” já conta com mais de 120 mil .
