Senado aprova projeto que inscreve Clara Camarão no Livro dos Heróis da Pátria

O Senado aprovou, nesta terça-feira (7.3), projeto relatado pelo senador José Agripino Maia (DEM), do projeto de lei da Câmara (PLC 69/2013) que inscreve o nome da indígena potiguar Clara Camarão no “Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria”.

Clara Camarão
Clara Camarão

Agripino foi relator da matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

“Clara Camarão é um símbolo da história potiguar. Ela representa a força e a determinação da mulher potiguar. Por isso é tão importante ter seu nome registrado em um documento público como heroína da pátria”, destacou Agripino. O “Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria” fica guardado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Quarenta brasileiros já tiveram seus nomes inscritos no livro.

Quem foi Clara Camarão

Clara Camarão ficou conhecida como conhecida pelo seu heroísmo. Índia brasileira nascida no início do século XVII, possivelmente da nação dos Potiguar, ela foi catequizada por padres jesuítas, na aldeia de Igapó. Casou-se com o chefe da tribo Poti, catequizado como Felipe e junto com ele adotou o sobrenome Camarão – tradução exata do nome Poty. Ao lado do marido combateu os holandeses em Pernambuco, liderando um grupo de guerreiras.

Conta a História que os holandeses se encontravam sitiados em Olinda, sem ter o que comer e obrigados a avançar para o litoral. A primeira aldeia era Tejecupapo, onde viviam no máximo duzentas pessoas. Buscando deter os estrangeiros, todos os homens da aldeia fizeram uma barricada na estrada e por serem em número muito inferior, foram totalmente liquidados. Ao chegar na aldeia, eis que os holandeses encontram um grupo organizado de mulheres guerreiras lideradas por Clara Camarão e são por elas derrotados.

Pela primeira vez, uma mulher, e ainda por cima índia, foi considerada heroína no Brasil. Por seus feitos corajosos, foi-lhe dado o direito de ser chamada de Dona e de receber o hábito de Cristo, junto com seu marido, concedido pelo rei Felipe IV.