Incestos causaram deformidade maxilar em família real de séculos atrás

Incestos causaram deformidade maxilar em família real dos séculos 16 e 17. Da esquerda para a direita: Carlos II (1661-1700), Margarida da Áustria (1480-1530) e Fernando II (1578-1637) (Foto: Wikimedia Commons)

Fonte: Galileu

Entre os séculos 13 e 20, membros da dinastia Casa de Habsburgo governarem diversos países, como a Áustria, a Espanha e Portugal. Para ficar tanto tempo no poder, casamentos entre parentes eram comuns: com isso, os governantes não precisariam se preocupar em dividir o poder com membros de outros povos.

Esse esquema garantiu que representantes do clã governassem por muitos anos. Os incestos também fizeram os Habsburgo entrarem para a história por outro motivo: seus maxilares avantajados. Segundo uma nova pesquisa publicada no periódico Annals of Human Biology, o sexo entre familiares fortaleceu os fatores genéticos que resultam em uma deformidade genética chamada de prognatismo mandibular. 

O prognatismo mandibular se caracteriza pela existência de uma mandíbula inferior extremamente avantajada. Isso faz com que o lábio inferior da pessoa fique consideravelmente afastado do superior. 

Hoje, casos do tipo podem ser resolvidos graças a aparelhos ortodônticos ou cirurgias (em situações mais graves), mas séculos atrás isso não era possível. Por isso, quadros como o de Carlos II, que governou a Espanha entre 1665 e 1700, não podiam ser resolvidos — e foi justamente nesses representantes da família real que os pesquisadores focaram o estudo. 

Dez cirurgiões faciais foram recrutados para analisar 66 retratos de 15 membros da dinastia Habsburg e buscar diagnosticá-los ou não com a condição. Em comunicado, os cientistas explicaram que, apesar das diferenças no estilo artístico, os retratos são caracterizados por uma abordagem realista do rosto humano.

Dessa forma, eles identificaram sinais de prognatismo mandibular em 11 dos membros da Casa de Habsburgo, sendo o lábio inferior proeminente a característica mais perceptível. Além desses sintomas, os membros da família real apresentavam o nariz proeminente e o queixo pouco desenvolvido – comuns a outra condição, o micrognatismo mandibular.

Leia na integra: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2019/12/incestos-causaram-deformidade-maxilar-em-familia-real-de-seculos-atras.html

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