“O transplante salva não só quem recebe, mas toda a família”, afirma mãe de transplantada renal aos 2 anos

INSTITUTO DEIXE VIVO

 

Deixe Vivo Talks traz histórias de pacientes transplantados que tiveram suas histórias transformadas

É falando do coração que o Deixe Vivo Talks – conversas inspiradoras chega na metade dos episódios lançados. O podcast traz histórias de pessoas transplantadas e entrevistas com médicos especialistas e no 5º episódio, lançado na última quinta-feira (04), traz a história de duas transplantadas de coração que possuíam prioridade na lista de espera. Andrea Rosa descobriu a insuficiência cardíaca na fase adulta. Já Letícia Andrade teve leucemia na infância, e a quimioterapia levou à insuficiência cardíaca na adolescência.

Andrea é ex-atleta de basquete, mas atualmente trabalha como árbitra. Em um certo dia, ela acordou com os pés inchados e consultou um médico. Ao realizar exames do coração, seus batimentos estavam em 23. Foram dois anos de tratamento até o dia em que recebeu uma ligação para ser internada e realizar o transplante, pois o tratamento não estava mais fazendo efeito. A ex-atleta foi pega de surpresa, pois não sabia que teria de realizar a cirurgia.

“Em um dia qualquer, recebi uma ligação da médica falando que em tal dia eu iria me internar. Ao chegar lá, descobri que ia ter que fazer o transplante. Eu não sabia nada sobre a cirurgia e sobre o transplante, pois achava que seria internada apenas para um tratamento comum e que logo seria liberada. Mas ao chegar lá, fui colocada como prioridade na lista, pois não tinha mais nada para fazer”, explica.

Já Letícia é estudante de Biomedicina e conta que, apesar de não lembrar muitos detalhes do tratamento de leucemia, por ter dois anos de idade, a família foi quem sofreu. Após anos fazendo exames para controle da doença, aos 11 anos começou a sentir inchaço no corpo. O diagnóstico de insuficiência cardíaca demorou algum tempo, assim como o transplante, que foi realizado cerca de cinco anos depois, quando também foi colocada na lista prioritária.

Ambas utilizaram o Cardioversor/Desfibrilador (CDI), que é um equipamento implantável e automático que, quando necessário, trata arritmias graves por meio de estímulos elétricos. Letícia passou por dois choques durante o período em que o utilizava. “Eu estava numa aula de zumba quando senti um choque e comecei a chorar, porque foi uma batida muito forte. A segunda foi quando eu estava indo para o shopping, onde tinha uma pequena subida, e ao ouvir o barulho de um caminhão, deu o choque. Foi tão intenso quanto o primeiro, mas eu já estava preparada”.

Histórias de inspiração 

A ideia de criar um podcast dedicado às histórias de pessoas transplantadas surgiu há sete anos, quando o Deixe Vivo era apenas uma rede que conectava pessoas com o mesmo ideal: popularizar a importância da doação de órgãos e tecidos para a sociedade em geral. Até maio de 2024, o Brasil possuía mais de 72 mil pessoas na lista de transplante de órgãos, sendo o rim o mais aguardado, com cerca de 40 mil pessoas na fila, seguido pela córnea, que conta com mais de 28 mil solicitações. Em seguida, está o fígado, com mais de 2.300 pessoas aguardando o transplante, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O órgão mais aguardado no Brasil foi também o mais esperado pela Clara, de quatro anos, e por sua mãe Fernanda Ferronato. A médica geriatra participou do 4ª episódio e contou que descobriu, ainda durante a gestação, que sua filha tinha Hipo Displasia Renal Bilateral, uma doença renal crônica grave. Clara podia nascer sem vida, falecer logo nos primeiros momentos de vida ou ter outros tipos de intercorrências. Após insistir com a gravidez, Clara nasceu e o tratamento renal substitutivo foi iniciado.

Ao longo do processo até o transplante, Clara passou por diversas cirurgias e sessões de hemodiálise. Hoje, a pequena está com quatro anos e a Fernanda ainda mais engajada na causa da doação de órgãos. “Se uma pessoa mudar de ideia sobre ser doador de órgãos, minha missão já está cumprida e outras famílias podem ser salvas. O transplante salva não só quem recebe, mas toda a família. Apesar de eu ser médica e já saber muito sobre o assunto, divulgar sobre a importância de doação de órgãos é a minha missão agora”, afirma Fernanda durante o episódio.

O projeto é um sonho antigo do Instituto Deixe Vivo, uma organização que há dois anos atua como Organização da Sociedade Civil (OSC), mas que desde 2017 desperta a cultura de doação de órgãos e tecidos por meio da informação. A possibilidade de colocar o sonho em prática foi possível após a submissão do podcast ao edital da farmacêutica Takeda, no segundo semestre de 2023.

Os episódios estão sendo lançados ao longo de três meses, todas às quintas-feiras, no YouTube e no Spotify. Além delas, participaram ainda pacientes transplantados de pulmão e fígado. Ao todo, 20 pessoas contaram suas histórias e puderam contribuir com a cultura de doação de órgãos. O episódio que conta a história de duas transplantadas de coração foi lançado no último dia 04 e já está disponível.

Sobre o Deixe Vivo

Criado em 2017 como uma hashtag no Instagram, o Instituto Deixe Vivo se tornou uma Organização da Sociedade Civil (OSC) há dois anos, e tem a missão de despertar a cultura da doação de órgãos e tecidos na sociedade por meio de informação, inspiração e acolhimento. Além disso, o Instituto busca informar toda a sociedade sobre a doação de órgãos e tecidos e outros temas relacionados; inspirar cada vez mais pessoas a se declarar doadoras de órgãos e acolher pacientes renais crônicos, transplantados e seus familiares por meio de ações, eventos e campanhas. Atualmente, mais de 10 mil pessoas já foram impactadas pelos conteúdos, ações, eventos e campanhas promovidas pelo Instituto Deixe Vivo. Para mais informações, acesse https://www.deixevivo.org.br/.