Com o aquecimento das vagas de emprego, saiba quais as competências mais valorizadas por recrutadores

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Segundo a McKinsey & Company, recrutadores da área de RH relatam cada vez mais dificuldades em encontrar candidatos que possuam as “soft skills” necessárias em cenários automatizados.

O país vive um momento ‘otimista’ durante o segundo semestre de 2025, com relação ao mercado de trabalho. Dados divulgados na última sexta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que as taxas de desemprego apresentaram baixas em estados como Rio de Janeiro (8,1%), São Paulo (5,1%), Minas Gerais (4%) e Espírito Santo (3,1%).

Mesmo diante do encerramento das vagas temporárias, que aquecem o mercado entre fevereiro e junho, a taxa de desemprego no Brasil manteve-se estável, avaliada em 5,8%. Entre as unidades federativas, 18 estados apresentaram reduções na taxa de desemprego, enquanto 9 permaneceram estáveis, que são os casos de Pernambuco (10,4%), Distrito Federal (8,7%) e Sergipe (8,1%).

Aproveitando o aquecimento das vagas de emprego em grande parte do país, quem deseja sair à frente da concorrência já pode revisitar os currículos e aprimorar as novas habilidades que estão em “alta”. Apesar do foco das empresas em ‘tecnologia’, apostar as fichas exclusivamente neste caminho pode não garantir o emprego almejado. Segundo a McKinsey & Company, recrutadores da área de RH relatam cada vez mais dificuldades em encontrar candidatos que possuam as “soft skills” necessárias em cenários automatizados.

O desafio para o 2º semestre, portanto, tornou-se entender quais as competências mais valiosas para os recrutadores; como aprimorá-las e até mesmo como comprovar essas habilidades nos processos seletivos. Especialista em transição de carreira e diretor da Transite, Vinicius Walsh elenca 6 habilidades em destaque no mercado de trabalho: comunicação eficaz; trabalho em equipe; adaptação (aprendizado contínuo); resiliência, proatividade e autonomia.

“Em 2025, especialmente após a aceleração da transformação digital e o crescimento de modelos híbridos e remotos, as chamadas ‘soft skills’, habilidades comportamentais e interpessoais, se tornaram protagonistas nos processos seletivos. Enquanto habilidades técnicas podem ser desenvolvidas em meses por meio de cursos, bootcamps e projetos práticos, características como comunicação, resiliência, adaptabilidade e capacidade de aprender continuamente não se constroem do dia para a noite. Por isso, empresas passaram a valorizar profissionais que, mesmo ainda sem uma bagagem técnica sólida na área, demonstram maturidade emocional, inteligência relacional e vontade de aprender”, explica.

Segundo Walsh, os recrutadores estão cada vez mais atentos ao comportamento e ao potencial de desenvolvimento do candidato, destacando à necessidade do mercado por profissionais com postura proativa e bom relacionamento interpessoal. O especialista destaca que a construção de uma nova identidade profissional durante a transição exige intencionalidade e consistência. Dessa forma, as ‘soft skills’ funcionam como um diferencial competitivo em ‘real time’, posicionando estrategicamente o profissional no mercado.

Estratégias em entrevistas emprego: como sair das ‘pegadinhas’

De acordo com o diretor da Transite, muitos profissionais se sentem inseguros em processos seletivos por ainda não dominarem as habilidades técnicas exigidas para a nova função. No entanto, Walsh destaca que é possível comprovar as competências comportamentais (soft skills) mesmo com pouca ou nenhuma experiência prévia na área-alvo. O segredo, na visão do especialista, é saber utilizar o storytelling coerente, com significado por trás da mensagem.

Para não cair nas pegadinhas em entrevistas, Vinicius explica que os candidatos devem demonstrar como lidaram com desafios em experiências anteriores, destacando aprendizados, oportunidades de liderança, adaptações às oscilações do mercado e uma curta apresentação dos resultados obtidos. Essas estratégias, segundo o especialista, ajudam o recrutador à visibilizar como as ‘soft skills’ podem ser traduzidas em valor agregado à organização.

“Até mesmo experiências fora do ambiente corporativo, como projetos pessoais, participação em cursos, contribuições em comunidades e atividades de voluntariado, podem ser utilizadas como evidência. O essencial é que o profissional saiba fazer a conexão entre essas vivências e as competências exigidas para o cargo. Com isso, o foco da entrevista deixa de ser apenas o ‘que você sabe fazer tecnicamente’ e passa a ser ‘quem você é como profissional e o que é capaz de desenvolver’, chamando a atenção dos recrutadores”, explica.

O especialista em transição de carreira ainda aconselha à gerar provas sociais, como compartilhar conteúdos no LinkedIn, atuar com freelas, construir projetos autorais e participar ativamente de eventos, para que o reconhecimento e às boas expectativas já vislumbre os olhos dos recrutadores, antes mesmo da entrevista.

“Mais do que um recurso secundário, as ‘soft skills’ devem ser tratadas como um pilar central da estratégia para quem está mudando de carreira. E não adianta somente falar que você as possui. O entrevistado precisa criar cases e demonstrar essas habilidades na prática. Isso irá sustentar o processo de aprendizagem e adaptação nas empresas, abrindo portas quando a bagagem técnica ainda está em fase de consrtução”, conclui.

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