De acordo com o neurologista e professor de Medicina da UnP/Inspirali, Marcos Lima, crises podem ser incapacitantes
A neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica caracterizada por crises intensas de dor facial, descritas pelos pacientes como choques elétricos ou pontadas agudas. Apesar de não ser uma doença comum, seu impacto na qualidade de vida é significativo, já que as crises podem ser incapacitantes e interferir em atividades simples do dia a dia, como falar, mastigar ou escovar os dentes. A explicação é de Marcos Lima, neurologista e professor da UnP, cujo curso de Medicina é o único em instituição privada no Rio Grande do Norte reconhecido pelo MEC e é parte integrante da Inspirali, o melhor ecossistema de educação em saúde do país.
Segundo ele, a dor é provocada por alterações no nervo trigêmeo — responsável pela sensibilidade do rosto —, em sua maioria sem uma causa identificável, podendo estar relacionada, menos frequentemente, à compressão do nervo por vasos sanguíneos, tumores ou até a doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla. Reconhecer os sinais precocemente é fundamental.
“Muitas vezes o paciente demora a procurar atendimento médico especializado por acreditar que a dor está ligada a problemas odontológicos. O diagnóstico correto é essencial para iniciar o tratamento adequado e evitar o agravamento da condição”, afirma.
Entre os sintomas mais comuns estão dores unilaterais na face, em crises curtas que podem durar segundos ou minutos, mas se repetem várias vezes ao longo do dia. Em alguns casos, apenas o toque na região ou ações rotineiras, como beber água fria, podem desencadear uma nova crise.
Apesar de ser crônica, os avanços da medicina oferecem alternativas cada vez mais eficazes de manejo da dor, permitindo que os pacientes tenham uma rotina mais próxima da normalidade. “Procurar avaliação médica diante de dores faciais recorrentes é o primeiro passo para garantir um cuidado adequado”, destaca Lima.
O tratamento depende da gravidade do quadro. Na maioria dos pacientes, medicamentos anticonvulsivantes conseguem controlar as crises de dor. Nos casos mais resistentes, pode ser indicada intervenção cirúrgica, como a descompressão do nervo trigêmeo, que busca reduzir a pressão sobre a estrutura nervosa.
“Ampliar o conhecimento da população sobre a neuralgia do trigêmeo é uma forma de estimular o diagnóstico precoce e reduzir o sofrimento dos pacientes. Quanto mais rápido a neuralgia do trigêmeo é identificada, maiores são as chances de controlar a dor e devolver qualidade de vida a quem convive com ela”, complementa o docente da UnP/Inspirali.
