
Por Fernando Baldin, Country Manager LATAM da AutomationEdge
A automação, especialmente em tempos de inteligência artificial (IA) e hiperautomação, deixou de ser promessa e se tornou prioridade. No entanto, após investirem em projetos de automação, muitas empresas não conseguem extrair os benefícios prometidos, como redução de custos operacionais, aumento de eficiência e escalabilidade. O que explica essa situação?
A resposta está longe de ser trivial, mas começa por uma constatação simples, automatizar não é apenas implementar tecnologia, é transformar processos.
Estudos recentes da Bain & Company, empresa de consultoria, revelam que 44% dos projetos de automação não entregam as economias esperadas, e apenas 12% atingem todos os objetivos definidos. O principal motivo não está na tecnologia em si, mas na execução falha e na falta de alinhamento estratégico. Muitas empresas iniciam suas jornadas com expectativas infladas, mas sem uma base sólida de governança, priorização e indicadores claros de sucesso. Além disso, ignoram a necessidade de uma transformação cultural profunda. Sem isso, os robôs operam, mas os resultados não aparecem ou pior, geram efeitos colaterais negativos.
A falsa sensação de maturidade digital
Muitas organizações se iludem ao pensar que a aquisição de uma plataforma de automação, por si só, representa um avanço significativo na transformação digital. O problema é que frequentemente o que se automatiza são processos engessados, mal desenhados e pouco compreendidos. A tecnologia apenas acelera o caos quando aplicada a fluxos ineficientes.
É comum encontrarmos empresas que automatizam tarefas manuais sem revisar os processos por trás dessas tarefas. São criados “robôs” para operar em ambientes desorganizados, perpetuando ineficiências. Isso explica por que a automação em vez de gerar alívio operacional, muitas vezes resulta em frustração, retrabalho e baixo retorno sobre investimentos (ROI).
Ausência de governança e estratégia
Outro ponto crítico é a ausência de governança clara. Sem uma estratégia centralizada, indicadores definidos, critérios de priorização e de sucesso bem estabelecidos, os projetos de automação se tornam iniciativas isoladas, descoordenadas e pouco sustentáveis.
Automação exige uma jornada contínua, que vai da identificação de oportunidades até a medição do impacto. É preciso definir quem é responsável por cada etapa, como os processos serão mantidos atualizados, qual o roadmap de evolução e como será garantida a qualidade das automações ao longo do tempo.
Além disso, sem uma liderança comprometida com a mudança cultural, os ganhos da automação tendem a ser superficiais. Os líderes precisam entender que automação não é apenas uma conquista da TI, mas, sim, uma alavanca de transformação de negócio.
Falta de capacitação e envolvimento das áreas
Outro equívoco recorrente é centralizar o projeto exclusivamente nas mãos da TI, sem o envolvimento das áreas de negócio. A automação é mais eficaz quando há sinergia entre tecnologia e operação, e isso só acontece quando os times entendem o valor do que está sendo feito e se sentem parte do processo.
A ausência de capacitação também mina os resultados. Robôs quebram, interfaces mudam e outros problemas surgem. Se não houver profissionais preparados para manter e evoluir os fluxos, a automação se torna frágil e em vez de escalar, estagna.
Empresas que internalizam o conhecimento sobre automação e criam estruturas de suporte, como centros de excelência ou squads multidisciplinares, colhem resultados muito mais robustos e sustentáveis.
Falta de visão em longo prazo
Muitas empresas tratam a automação como projeto pontual, com foco em reduzir funcionários ou tempo de execução de tarefas. Essa visão limitada subaproveita o potencial transformador da automação.
Quando bem aplicada, a automação não apenas substitui atividades humanas repetitivas, mas amplifica a capacidade das equipes, melhora a qualidade dos dados, aumenta a rastreabilidade e prepara o terreno para uma cultura orientada por dados.
É preciso mudar a pergunta de “quanto posso economizar com este processo automatizado?” para “como este processo pode ser reinventado com o apoio da automação?”. A diferença de impacto entre as duas abordagens é gigantesca.
Se muitas empresas não colhem os frutos da automação, é porque continuam tratando ela como um fim em si mesma, e não como meio para transformar a forma como operam, tomam decisões e geram valor. Aqueles que compreendem isso não apenas implementam robôs, constroem vantagem competitiva.
Fernando Baldin é formado em Relações Públicas, com Pós-graduação em Administração de empresas, há mais de 20 anos com Service Desk e Serviços de TI.
Sobre a AutomationEdge
A AutomationEdge é fornecedora de soluções de Hyperautomação, Robotic Process Automation e IT Automation. Seu RPA inteligente, altamente avançado, reúne todos os recursos essenciais necessários para automação empresarial, como inteligência artificial, machine learning, chatbot, ETL, integrações de API prontas e automação de TI.