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FLASHES E BRILHOS

Prefeitura de Natal oferece castração gratuita de gatos

Primeira ação ocorrerá no CCZ Zona Norte — Foto: Demlurb/Divulgação

Primeira ação ocorrerá no CCZ Zona Norte — Foto: Demlurb/Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) encerra nesta quinta-feira (11) o cadastramento online para o programa de castração de animais, do Centro de Controle Zoonoses (CCZ). A primeira ação de esterilização animal gratuita está marcada para 21 de outubro no CCZ Zona Norte.

Para participar é preciso criar, pelo menos, cinco animais (entre cães e gatos) e preencher o formulário online. Na primeira fase da campanha apenas dois animais, por inscrito, serão atendidos. Inicialmente a castração será feita exclusivamente em gatos machos.

Os animais que pertecem a pessoas de baixa renda, organizações não-governamentais e beneficiários do Programa Bolsa Família terão prioridade.

FLASHES E BRILHOS

‘Nasce uma estrela’ e ‘Tudo Por Um Popstar’ estreiam nos cinemas do RN

Bradley Cooper e Lady Gaga em cena de 'Nasce uma estrela' — Foto: Divulgação

Bradley Cooper e Lady Gaga em cena de ‘Nasce uma estrela’ — Foto: Divulgação

Nesta quinta (11), véspera de feriado, o destaque no cinema é o longa “Nasce Uma Estrela”, com Bradley Cooper e Lady Gaga. Também estreiam no Rio Grande do Norte o filme nacional “Tudo Por Um Popstar”, o drama “Os Invisíveis”, o documentário “Amanhã Chegou” e “Djon África”.

Os filmes infantis “Goosebumps 2 – Halloween Assombrado” e “Cinderela e o Príncipe Secreto” entram em cartaz também, e o Cinemark traz três dias de Festival Kids com “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”. Confira abaixo a programação:

Nasce Uma Estrela

Bradley Cooper e Lady Gaga em cena de 'Nasce uma estrela' — Foto: Divulgação

Bradley Cooper e Lady Gaga em cena de ‘Nasce uma estrela’ — Foto: Divulgação

O diretor Bradley Cooper estrela o longa ao lado de Lady Gaga, com a história de Ally (Gaga), jovem cantora que ascende ao estrelato ao mesmo tempo em que seu parceiro Jackson Maine (Cooper), um renomado artista de longa carreira, cai no esquecimento por problemas com álcool.

Confira abaixo o trailer de “Nasce Uma Estrela”:

Tudo Por Um Popstar

Manu (Klara Castanho), Gabi (Maisa Silva) e Ritinha (Mel Maia) em 'Tudo por um popstar' — Foto: Divulgação

Manu (Klara Castanho), Gabi (Maisa Silva) e Ritinha (Mel Maia) em ‘Tudo por um popstar’ — Foto: Divulgação

Baseado no livro homônimo da escritora Thalita Rebouças, o longa nacional acompanha as adolescentes Gabi (Maísa Silva), Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia), fãs da banda Slavabody Disco Disco Boys, quando os ídolos anunciam um show no Rio de Janeiro. As três amigas fazem de tudo para que seus pais deixem que elas saiam da cidade onde moram para assistir ao show do grupo.

Confira abaixo o trailer de “Tudo Por Um Pop Star”:

Os Invisíveis

Cena do filme 'Os Invisíveis' — Foto: Divulgação

Cena do filme ‘Os Invisíveis’ — Foto: Divulgação

Após o Partido Nazista tornar oficial a perseguição ao povo judeu na Alemanha, muitos deles precisam se tornar praticamente invisíveis, entre eles a jovem órfã Hanni Lévy (Alice Dwyer); o habilidoso falsificador Cioma Schönhaus (Max Mauff); o apaixonado adolescente Eugen Friede (Aaron Altaras); e Ruth Arndt (Ruby O. Fee), que perde o contato com a família passando-se por viúva e trabalhando para um oficial alemão.

Confira abaixo o trailer de “Os Invisíveis”:

Amanhã Chegou

Cena do documentário 'Amanhã Chegou' — Foto: Divulgação

Cena do documentário ‘Amanhã Chegou’ — Foto: Divulgação

Durante muitas décadas, sonho e consumo material foram duas coisas que sempre andaram juntos. Por mais que esta associação de pensamento ainda seja perpetuada na sociedade atual, hoje tenta-se desmitificar a ideia de que dinheiro sempre será poder.

O documentário de Renata Simões mostra instituições que tentam fazer diferente em um mundo onde o consumidor leva órgãos governamentais a destruírem culturas nativas e o meio-ambiente.

Confira abaixo o trailer de “Amanhã Chegou”:

Djon África

Cena do filme 'Djon África' — Foto: Divulgação

Cena do filme ‘Djon África’ — Foto: Divulgação

O longa dramático de Filipa Reis e João Miller Guerra conta a história de Miguel “Tibars” Moreira, mais conhecido como Djon África, filho de cabo-verdianos, que nasceu e cresceu em Portugal. Sem jamais ter conhecido seu pai, acaba descobrindo que ele mora em Tarrafal, e decide aventurar-se além-mar, mesmo sem muitas pistas, à sua procura.

Confira abaixo o trailer de ‘Djon África’:

Goosebumps 2 – Halloween Assombrado

Cena de 'Goosebumps 2 - Halloween Assombrado' — Foto: DivulgaçãoCena de 'Goosebumps 2 - Halloween Assombrado' — Foto: Divulgação

Cena de ‘Goosebumps 2 – Halloween Assombrado’ — Foto: Divulgação

O longa se passa em Wardenclyffe, Estados Unidos, às vésperas do Halloween. Sonny (Jeremy Ray Taylor) e Sam (Caleel Harris) são grandes amigos, que encontram um livro incompleto guardado dentro de um baú, em uma casa abandonada. Ao abri-lo, eles despertam o boneco Slappy (Avery Lee Jones), que surge inesperadamente. Criação do autor R.L. Stine (Jack Black), ele usa os jovens e ainda a irmã de Sonny, Sarah (Madison Iseman), para criar sua própria família de monstros.

Confira abaixo o trailer de “Goosebumps 2 – Halloween Assombrado”:

Cinderela e o Príncipe Secreto

Contada por outro ponto de vista, a clássica história da Cinderela aqui não envolve amor à primeira vista ou sapatinho de cristal. Cinderela decide ir ao baile convencida por seus amigos ratos, que sonham com o banquete do palácio, e auxiliada por uma fada madrinha aprendiz. Em pleno baile o grupo descobre algo terrível e inicia uma ousada aventura para reverter o feitiço de uma terrível bruxa e desmascarar o príncipe ilegítimo.

Confira abaixo o trailer de “Cinderela e o Príncipe Secreto”:

Pets – A Vida Secreta dos Bichos (Festival Kids)

Na semana das crianças, o Cinemark traz o Festival Kids na sexta (12), sábado (13) e domingo (14), com a animação “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”.

O filme conta a história de Max, um cachorro que mora em um apartamento de Manhattan. Quando sua dona traz para casa um novo cão chamado Duke, Max não gosta nada, já que seus privilégios parecem ter acabado.

Confira abaixo o trailer de “Pets – A Vida Secreta dos Bichos”:

Confira abaixo a programação completa de cada cinema:

Natal

Mossoró

FLASHES E BRILHOS

Abertura da Festa do Boi será nesta sexta-feira

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A partir desta sexta-feira, 12, o Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, será sede da 56ª Festa do Boi 2018. A maior e mais tradicional feira agropecuária do Rio Grande do Norte deve movimentar cerca de R$ 50 milhões em negócios e a estimativa da organização é que 300 mil pessoas passem pelo evento durante os 10 dias de duração.  A abertura oficial será realizada  a partir das 17h, pelo governador Robinson Faria e pelo presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc), Marcelo Passos.

“Este ano tivemos um período chuvoso bem melhor e isso muda a nossa empolgação com o evento. A chuva é uma das matérias-prima do Agronegócio. Certamente deveremos ter números bem melhores, além de uma melhor qualidade dos animais em exposição, de todos os tipos.  A Festa do Boi, por sua tradição e sua envergadura, é um marco importantíssimo para o agronegócio potiguar”, afirma Marcelo Passos.

A cerimônia ocorrerá no Tattersal José Bezerra Araújo. Já a partir do sábado, 13, começam os leilões, concursos e exposições de animais puros e mestiços, que começaram a chegar no Parque Aristófanes Fernandes já nesta terça, 9. Um dos principais eventos da festa, é o leilão “Emparn & Convidados”, realizado no domingo, 14. A partir das 20h, o leilão deve oferecer aos criadores 45 lotes, sendo 30 da Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN) e 15 de criadores convidados. Os animais da Emparn são reconhecidos pelo alto valor genético, resultado de décadas de pesquisa de melhoramento genético de diversas raças, com o objetivo de apoiar o melhoramento do rebanho no Estado e elevar o padrão do rebanho bovino potiguar.

A programação se estende até o dia 20 de outubro e incluirá shows com artistas como Wesley Safadão e Léo Santana, por exemplo, além de cursos promovidos pelo Sebrae/RN.

Além dos leilões, julgamentos e desfiles de raças de bovinos, equinos, caprinos e ovinos, a Festa do Boi volta a contar este ano com algumas inovações introduzidas no ano passado e que fizeram bastante sucesso como a Feira de Aquarismo do Rio Grande do Norte; Exposição Nacional de Peixes Ornamentais, Mostra Nacional de Queijos Artesanais, exposição, degustação e comercialização de produtos que unem qualidade e valorização da cultura local.

Haverá também a Copa Potiguar de Três Tambores – modalidade de montaria de exibição – que deve reunir cerca de 200 cavaleiros e distribuir mais de R$ 25 mil em prêmio. O humorista Zé Lezin fará show, na segunda-feira, 15 de outubro.

Serviço:
56ª Festa do Boi 2018

Local: Parque Aristófanes Fernandes, Parnamirim

Abertura: Sexta-feira, 12, às 17h

Horário de Funcionamento: 8h às 0h (com exceção dos shows)

Entrada no Parque: R$ 5 (inteira) R$ 2,50 (meia)

FLASHES E BRILHOS

Música Calcanhoto une poesia do Brasil e Portugal em show

O laço mais forte entre Brasil e Portugal, a língua portuguesa, forma uma ponte na qual Adriana Calcanhotto verseja e proseia sobre música, identidade, história e poesia. Não à toa o show “A Mulher do Pau Brasil” é definido por ela como um “concerto-tese”, nascido entre as seculares salas da Universidade de Coimbra, onde Adriana passou dois anos entre cursos e apresentações, concluindo sua residência artística. Ela foi nomeada, em 2015, Embaixadora da Língua Portuguesa pela instituição lusitana.

Da experiência de estudar em Portugal, Adriana Calcanhoto idealizou um espetáculo centrado em letra e poesia

Da experiência de estudar em Portugal, Adriana Calcanhoto idealizou um espetáculo centrado em letra e poesia
A repercussão do show na Europa gerou uma turnê que já está circulando pelo Brasil e chegará a Natal na próxima sexta (12), às 21h, no Teatro Riachuelo. Adriana estará no palco acompanhada pelos músicos Bem Gil e Bruno Di Lullo, se alternando entre guitarra, mpc, piano e baixo. O repertório apresentará canções criadas no período lusitano, poemas musicados, releituras (a recente “As Caravanas”, de Chico Buarque, por exemplo) e também reencontra clássicos de seu repertório, como “Inverno”, “Vambora” e “Esquadros”.

“O show é justamente sobre o olhar para o Brasil de Coimbra. O período em Portugal ajudou muito a pensar a minha música e a pensar o Brasil também”, declarou ela, em entrevista ao VIVER. A seguir, a cantora falou um pouco mais sobre suas teses de som e poesia:

 “A Mulher do Pau Brasil” tem o mesmo nome de um show seu de 1986, quando você iniciava a carreira. Há algum tipo de relação? O show atual seria uma reinvenção do anterior?

A Mulher do Pau Brasil foi o título de um show que fiz em 1987 e onde já estavam todas as ideias que iriam me acompanhar ao longo da minha trajetória, como as ideias modernistas e antropofágicas. Quando eu resolvi fazer o concerto-tese, as ideias vieram por conta de eu estar em Coimbra pensando sobre o Brasil, sobre o Modernismo. Eu pensei que tudo era muito parecido com este show que tinha feito em 1987. E falei: “É a Mulher do Pau Brasil de novo!”.

Espetáculo é inspirado nos laços poéticos entre Brasil e Portugal

Espetáculo é inspirado nos laços poéticos entre Brasil e Portugal

Como está estruturada a apresentação. Cenário, figurino, repertório, tudo está interligado em que tipo de conceito?
As canções da primeira montagem da Mulher do Pau Brasil seguiram me acompanhando por toda a minha trajetória, como “Eu Sou Terrível”, “Geleia Geral”, enfim, várias delas foram se diluindo, aparecendo em shows e discos que fiz. Depois da estreia em Portugal, fomos desenvolvendo e o roteiro teve algumas modificações. Tem as músicas inéditas, como “A Mulher do Pau Brasil”, composta neste período em Coimbra, canto “Outra Vez”, da Isolda, que fez sucesso na voz de Roberto Carlos, “As Caravanas”, do Chico Buarque.

Você montou o show depois da experiência de morar em Portugal. De que forma você leva sua experiência na Universidade de Coimbra pra cima do palco? 
O show é justamente sobre o olhar para o Brasil de Coimbra. O período em Portugal ajudou muito a pensar a minha música e a pensar o Brasil também. A Universidade me pediu para que eu iniciasse as aulas a partir de canções que eu tinha escrito, entre sucessos, inéditas e outras que não ficaram conhecidas. Foi um período bem fértil. Fui pensando muito sobre o Brasil e sobre a minha própria música.

Muitos brasileiros têm ido morar em Portugal numa espécie de fuga dos problemas do Brasil. Viver lá fora te fez enxergar um outro Brasil? Que Brasil seria esse?

Eu me sinto cada vez mais brasileira porque sou brasileira e tenho passado muito tempo fora. Quanto mais tempo eu passo fora, mais eu me sinto brasileira. Ouvindo o rádio quando viajamos aprendemos a dar mais valor para as nossas coisas. A poesia veio através da Música Popular, que eu ouvia no rádio, quando tudo começou. Em relação ao cancioneiro brasileiro, nós somos muito folgados, mal acostumados. Não nascem gerações de gênios em outros países como acontece aqui. Ouvimos alta poesia na rádio popular. No estrangeiro, o sonho das pessoas nas férias é vir para o Brasil…

Fale um pouco de dois movimentos culturais importantíssimos, o Modernismo dos anos 20 e o Tropicalismo – inspirações para esse espetáculo novo. De que forma eles aparecem no seu trabalho?

Eu acho que sempre é importante olhar para trás no sentido de se aprender com a história. Em momentos como este, com o Brasil tão polarizado, com o Brasil não se reconhecendo, é ainda mais importante. As ideias modernistas, as ideias da poesia Pau Brasil e a Tropicália são movimentos de identidade do Brasil. Nesta hora fica mais importante ainda pensar o Brasil por essas lentes.

O show apresenta reencontros com os sucessos  Inverno, Vambora e Esquadros

O show apresenta reencontros com os sucessos Inverno, Vambora e Esquadros

O repertório do espetáculo apresenta músicas feitas em cima de poemas de Gregório de Matos, Emily Dickinson, Augusto Caeiro. Você também recita poema de Oswaldo de Andrade. Gostaria que você falasse um pouco sobre a relação poema e canção no seu trabalho.
Este é um excelente momento para viajar o Brasil e levar esses compositores e poetas tão importantes. A obra deles faz um sentido nesse momento tão delicado e difícil, no sentido de reforçar as coisas que estão acontecendo, tragédias anunciadas, coisas que se repetem e que não se aprendem com a história. As pessoas continuam usando as canções como meio de fala e expressão política e social. Eu não vejo a extinção da canção acontecendo, pois levando estes grandes poetas pelo Brasil eu vejo a força incrível disso, o quanto mexe com as pessoas.

Serviço:

A mulher do Pau Brasil, por Adriana Calcanhotto. Sexta, às 21h, no Teatro Riachuelo. Entrada: R$100 (frisas), R$140 (balcão), R$160 (plateia B), R$180 (plateia A), R$200 (camarotes).
FLASHES E BRILHOS

Morre, aos 92 anos, a escritora Zibia Gasparetto

Morreu, aos 92 anos, em São Paulo, a escritora Zíbia Gasparetto. Ela lutava contra um câncer no pâncreas. O enterro será às 15h no Cemitério de Congonhas. O velório começa de manhã. Há cinco meses, ela perdeu um dos filhos, o apresentador Luiz Gasparetto, de 68 anos, que morreu de câncer no pulmão.

A escritora publicou 58 livros e teve mais de 18 milhões de obras vendidas

A escritora publicou 58 livros e teve mais de 18 milhões de obras vendidas

Em 68 anos dedicados ao espiritismo, Zíbia Gasparetto publicou 58 obras e teve mais de 18 milhões de livros vendidos. Os livros dela fazem uma espécie de ponte entre os vivos e os que já morreram. Nas redes sociais, a equipe da escritora confirmou a morte.

“O astral recebe com amor uma de suas representantes na Terra.”, diz o texto. “Zíbia Gasparetto, 92 anos, completou hoje sua missão entre nós e parte para uma nova etapa ao lado de seus guias espirituais, deixando uma legião de fãs, amigos e familiares, que foram tocadas por sua graça, delicadeza e por suas palavras sábias.”

Em várias entrevistas, Zíbia Gasparetto dizia ser médium consciente, quando recebia mensagens como se fosse alguém a sussurrar no ouvido dela sobre o que deveria ser escrito. Ela costumava escrever quatro vezes por semana, utilizando o computador.

“Esse legado será eterno e os conhecimentos de Zíbia sobre as relações humanas e espirituais serão transmitidos por muitas e muitas gerações. Ela segue em paz ao plano espiritual, olhando por todos nós”, diz a equipe da escritora.

Agência Brasil

FLASHES E BRILHOS

Furacão Michael ganha força, atinge categoria 4 e deve chegar hoje à Flórida

O furacão Michael ganhou mais força e chegou à categoria 4, nesta quarta-feira, enquanto passa pelo Golfo do México e se dirige à Flórida, onde deve causar fortes chuvas e possíveis inundações perigosas. O Centro Nacional de Furacões afirma que o fenômeno é “extremamente perigoso” e que ele deve chegar à região conhecida como Panhandle, na Flórida, nesta quarta-feira. Atualmente, ele tem ventos máximos sustentados de 225 quilômetros por hora, com rajadas ainda mais violentas, e deve se fortalecer um pouco mais antes de chegar à terra.

O governador da Flórida, Rick Scott, advertiu para a gravidade do quadro e pediu que a população em risco deixe suas casas. Há 57 mil residências com risco de estragos, com um custo de reconstrução estimado de US$ 13,4 bilhões, segundo a CoreLogic, companhia do setor de dados imobiliários.

Cerca de 40% da produção de petróleo offshore no Golfo do México foi paralisada por causa do furacão, segundo estimativas oficiais dos EUA. Isso afeta quase 6% da produção de petróleo dos EUA.

FLASHES E BRILHOS

Lei dispensa reconhecimento de firma e autenticação de documento

Fim da obrigação de reconhecimento de firma, dispensa de autenticação de cópias e não-exigência de determinados documentos pessoais para o cidadão que lidar com órgãos do governo. É o que prevê a Lei 13.726, de 2018, sancionada e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (9). O texto também prevê a criação do selo de desburocratização na administração pública e premiação para órgãos que simplificarem o funcionamento e melhorarem o atendimento a usuários.

A nova lei tem origem no substitutivo da Câmara (SCD 8/2018) ao PLS 214/2014, do senador Armando Monteiro (PTB-PE), aprovado no Senado no início de setembro.

Pela nova lei, órgãos públicos de todas as esferas não poderão mais exigir do cidadão o reconhecimento de firma, autenticação de cópia de documento, além de apresentação de certidão de nascimento, título de eleitor (exceto para votar ou registrar candidatura) e autorização com firma reconhecida para viagem de menor se os pais estiverem presentes no embarque.

Para a dispensa de reconhecimento de firma, o servidor deverá comparar a assinatura do cidadão com a firma que consta no documento de identidade. Para a dispensa de autenticação de cópia de documento, haverá apenas a comparação entre original e cópia, podendo o funcionário atestar a autenticidade. Já a apresentação da certidão de nascimento poderá ser substituída por cédula de identidade, título de eleitor, identidade expedida por conselho regional de fiscalização profissional, carteira de trabalho, certificado de prestação ou de isenção do serviço militar, passaporte ou identidade funcional expedida por órgão público.

Quando não for possível fazer a comprovação de regularidade da documentação, o cidadão poderá firmar declaração escrita atestando a veracidade das informações. Em caso de declaração falsa, haverá sanções administrativas, civis e penais.

Os órgãos públicos também não poderão exigir do cidadão a apresentação de certidão ou documento expedido por outro órgão ou entidade do mesmo poder, com exceção dos seguintes casos: certidão de antecedentes criminais, informações sobre pessoa jurídica e outras previstas expressamente em lei.

Selo de desburocratização

A nova lei ainda tenta racionalizar e simplificar atos e procedimentos administrativos dentro dos próprios órgãos públicos. Esses poderão criar grupos de trabalho com o objetivo de identificar exigências descabidas ou exageradas ou procedimentos desnecessários, além de sugerir medidas legais ou regulamentares para eliminar o excesso de burocracia.

O texto também prevê a criação do Selo de Desburocratização e Simplificação, destinado a reconhecer e a estimular projetos, programas e práticas que simplifiquem o funcionamento da administração pública e melhorem o atendimento aos usuários dos serviços públicos.

O Selo será concedido por comissão formada por representantes da administração pública e da sociedade civil, com base em critérios de racionalização de processos e procedimentos administrativos, eliminação de formalidades desnecessárias, ganhos sociais, redução do tempo de espera no atendimento ao usuário, além de adoção de soluções tecnológicas ou organizacionais que possam ser replicadas em outras esferas da administração.

Serão premiados, anualmente, dois órgãos ou entidades, em cada unidade federativa, selecionados com base nos critérios estabelecidos pela nova lei.

Vetos

Foi vetada, entre outros pontos, a previsão de que órgãos públicos disponibilizem em página de internet mecanismo próprio para a apresentação, pelo cidadão, de requerimento relativo a seus direitos.

A razão para o veto reconhece a importância desse mecanismo, mas alega que requer alta complexidade técnica, o que levaria tempo para a implementação. “O assunto poderá ser tratado posteriormente, de modo mais adequado, sem prejuízo de, exercendo sua autonomia federativa, os demais entes regulem por leis próprias a desburocratização do acesso do cidadão aos seus direitos”, completa a justificativa.

Também foi vetada a previsão de que a lei entraria em vigor já nesta terça-feira, na data de publicação no Diário Oficial da União. “A norma possui amplo alcance, pois afeta a relação dos cidadãos com o poder público, em seus atos e procedimentos administrativos. Sempre que a norma possua grande repercussão, deverá ter sua vigência iniciada em prazo que permita sua divulgação e conhecimento, bem como a necessária adaptação de processos e sistemas de trabalho”, justifica o Executivo.

FLASHES E BRILHOS

Comércio e serviços devem gerar 59,2 mil vagas para o fim de ano, aponta pesquisa

José Aldenir / Agora RN
Remuneração média deve girar em torno de R$ 1.420

Faltando três meses para a chegada das festas de fim de ano, os setores de comércio e serviços já abriram as portas para a contratação de trabalhadores. Para os empresários, essa pode ser a última oportunidade do ano para recuperar os prejuízos, enquanto os profissionais desempregados veem nesse período a chance de voltar ao mercado de trabalho. Uma pesquisa feita nas capitais e interior do país pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que, pelos próximos meses, aproximadamente 59,2 mil vagas serão abertas nos segmentos do comércio e serviços. O número é levemente superior aos 51 mil novos postos que foram previstos para o mesmo período do ano passado.

Para este ano, os dados mostram um cenário de moderada melhora na comparação com 2017. Embora ainda representem a maioria, caiu de 82% para 72% o percentual de empresários que não têm a intenção de fazer contratações extras nesse fim de ano. Em sentido oposto, aumentou de 13% para 17% o percentual dos que devem integrar ao menos um novo colaborador à sua equipe. Reforçar o quadro de funcionários para dar conta do aumento da demanda neste período do ano (81%) é o motivo mais citado na hora de justificar as contratações, mas há também empresários que contratam pensando em melhorar sua competição no mercado (8%) e aqueles que se planejam para lidar com a rotatividade de funcionários (5%). A maior parte (46%) dos empresários consultados deve contratar apenas um funcionário, enquanto 28% pretendem contratar dois novos colaboradores.

Já entre aqueles que não irão contratar, 49% acham que o movimento nas lojas não crescerá de forma que justifique admissões. Outros 15% não possuem verba suficiente e 11% consideram os encargos trabalhistas elevados, o que não compensa esse tipo de investimento. Em alguns casos, mesmo sem contratar funcionários, os empresários devem adotar outras estratégias para lidar com o período aquecido de vendas, tanto que 17% planejam ampliar as horas trabalhadas por dia da atual equipe.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, embora o número de 59,2 mil vagas seja uma pequena fração diante do contingente de quase 13 milhões de desempregados no país, os dados sinalizam uma recuperação gradual da economia e injetam algum otimismo para o início do novo ano. “Para um país que há pouco tempo fechava postos de trabalho, esse número serve de alento e de oportunidade para muitas pessoas. Quem procura há meses uma recolocação no mercado de trabalho pode encontrar nas vagas de fim de ano a chance para começar a colocar a vida financeira em ordem”, afirma a economista.

43% dos que vão contratar pretendem empregar temporários e 29% profissionais informais. Maioria das vagas temporárias deve durar, no máximo, três meses

Dentre os empresários que já contrataram ou que irão contratar neste fim de ano, 43% empregarão temporários, 33% abrirão vagas formais e 29% informais, ou seja, sem carteira assinada. Há ainda 16% de casos em que a contratação será terceirizada. Dentre os que recorrerão a mão-de-obra informal, a maioria (61%) justifica que se trata de uma contratação específica para o período natalino, sendo inviável a carteira assinada. Outros 19% argumentam que dessa forma reduzirão as despesas com folha de pagamento.

A pesquisa também descobriu que 26% dos empresários que pretendem contratar devem empregar funcionários por meio do regime de trabalho intermitente, aquele que adota o regime de hora móvel em vez de hora fixa e que passou a vigorar com a nova legislação trabalhista.

O estudo mostra ainda que quem procura uma vaga de trabalho neste fim de ano deve ficar atento, pois a maioria das contratações deve ocorrer entre os meses de outubro (28%) e novembro (33%), segundo a avaliação dos empresários pesquisados. Apenas 8% já efetuaram as contratações nos meses de agosto e setembro e 17% devem realizá-las somente em dezembro, quando faltarem poucas semanas para o Natal. Como costuma ocorrer no contexto das vagas temporárias, o tempo de contratação é relativamente curto na maioria dos casos. De acordo com a pesquisa, 78% das empresas que vão contratar funcionários temporários o farão por até no máximo três meses.

De qualquer modo, há motivos para o trabalhador temporário se esforçar para permanecer no emprego com a chegada do novo ano. Em cada dez empresários que vão contratar funcionários temporários, três (28%) planejam efetivar ao menos um colaborador após o término do contrato. A maior parte (41%), contudo, não deve efetivar nenhum.

Média de 28 anos de idade, com ensino médio e experiência na área, formam perfil do trabalhador desejado

Considerando quem contratou ou pretende contratar funcionários neste ano, a remuneração média dos novos trabalhadores deve ser de aproximadamente R$ 1.421,56, o que corresponde a cerca de um salário mínimo e meio. As funções mais procuradas devem ser as de vendedores (28%), ajudantes (21%), balconistas (11%), recepcionistas (4%), cabeleireiros (4%), estoquistas (4%) e caixas (4%). Em média, a jornada de trabalho deve ser de sete horas diárias.

Na comparação entre gêneros, nota-se um relativo equilíbrio: 34% dos empresários devem optar por homens, enquanto 31% por mulheres e 33% mostram-se indiferentes com relação a isso. No que diz respeito a faixa etária, a idade média dos novos funcionários deve ser de 28 anos. Além disso, espera-se que o novo funcionário tenha ao menos o ensino médio completo (48%).

Quanto às competências profissionais, 48% dos empresários solicitam experiência anterior na área, mas 35% se contentam em contratar alguém que não possui conhecimento específico sobre a nova função. Outros 13% dão preferência a quem tenha feito algum curso técnico na área. “Para quem vai fazer uma entrevista, o ideal é apostar em um currículo enxuto, priorizando a escolaridade e as experiências profissionais mais relevantes para a vaga. Ter desenvoltura para lidar com o público e dedicação são essenciais. Também é importante a seriedade para quem vai encarar o trabalho temporário pois pode vir a ser uma porta de entrada para permanecer na empresa”, afirma a economista Marcela Kawauti.

41% dos empresários apostam em vendas melhores neste fim de ano; expectativa é de alta de 7,94%

A leve melhora no quadro de contratação está em linha com a expectativa de que as vendas nesse ano devem ser melhores do que em 2017. De modo geral, 41% dos empresários que atuam no comércio e no ramo de serviços acreditam que o desempenho de 2018 será melhor do que o do ano passado, enquanto 36% falam em resultados iguais e apenas 8% esperam números piores – no ano passado, o percentual de pessimistas estava em 21%. A expectativa média é de um crescimento de 7,94% nas vendas neste fim de ano. No ano passado, o número estava em 1,07%.

Metodologia

A pesquisa ouviu 1.168 empresários de todos os portes que atuam no comércio e ramo de serviços nas 27 capitais, entre os dias 27 de agosto a 10 de setembro de 2018. A margem de erro é de no máximo 3,0 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.

FLASHES E BRILHOS

Para Meirelles, programa de Haddad retoma recessão e de Bolsonaro é duvidoso

retrato de meirelles

O programa de governo de Fernando Haddad (PT) para a economia é voltar à recessão, enquanto o de Jair Bolsonaro (PSL) é incompreensível, segundo a opinião de Henrique Meirelles, candidato do MDB à Presidência derrotado no domingo (7).

Após obter só 1,20% dos votos, ele afirma que não apoiará nenhum dos candidatos no segundo turno enquanto suas propostas econômicas permanecerem como estão.

Meirelles, 73, que foi convidado para ser presidente do Banco Central na gestão Lula e ministro da Fazenda de Michel Temer, também não aceitará participar de governos cujas ideias não estejam em linha com as suas.

Se voltar a concorrer no futuro, ele diz que vai considerar “tudo”, inclusive avaliar o papel que o MDB, partido do impopular presidente Temer, teve em sua candidatura.

O ex-ministro —que nasceu em Anápolis, fez carreira no BankBoston e custeou parte da campanha com a própria fortuna— diz que está “em paz” e planeja criar um canal de informação digital para reunir propostas para o Brasil.

Quem é o culpado pela polarização desta eleição entre Haddad e Bolsonaro, que prejudicou a votação de todos os outros candidatos, inclusive o sr.?
Há uma série de fatores. Teve a crise econômica, que levou à maior recessão da história e deixou as pessoas com uma visão muito negativa da realidade. Saímos da recessão [na minha gestão no ministério da Fazenda], mas não houve tempo para a população perceber, então continuou aquela sensação e logo vieram as incertezas eleitorais.

Quando eu estive no Banco Central por oito anos, houve um tempo para que a economia melhorasse e as pessoas percebessem o bem-estar. Outro fator é o descrédito com a classe política por toda a revelação de recursos desviados. A Lava Jato fez um belo trabalho mas deixou a indignação. Isso já tinha se manifestado nos protestos de 2013, quando o detonador foi o preço de passagem de ônibus, mas na realidade expressava um problema difuso da sociedade.

Nesse clima, nós entramos em uma eleição tendo um candidato de direita e um de esquerda com seus componentes que levaram à passionalidade. De um lado, o esfaqueamento do Bolsonaro e de outro, a prisão do Lula. A conjunção desses fatores causou a polarização que, principalmente  no fim da campanha, levou as pessoas a deixarem de votar no candidato que achavam o melhor. Aí nós tivemos esse resultado e estamos vivendo o segundo turno nesse clima.

Quando o mercado reage bem à escalada de Bolsonaro nas pesquisas, ele alimenta a polarização? 

O mercado  não é um ente político. É uma definição de preços por pessoas que estão comprando e vendendo títulos.

Mas ele funciona como um componente da eleição? O nome do sr., por exemplo, se tivesse crescido no início da campanha, poderia ter agradado e trazido confiança ao mercado?

 Certamente. É verdade, existe esse componente. O mercado é formado por pessoas que compram e vendem títulos em função do que acham que vai subir de preço. Tem um efeito político, mas a motivação inicial é a da formação de preço. Se o mercado se preocupa com um lado, favorece o outro.

O mercado já escolheu Bolsonaro. Ainda dá tempo de Haddad ajustar o programa de governo e fazer  aceno como fez Lula em 2002 com a carta ao povo brasileiro?
Sim, desde que viesse a fazer isso. Em 2002, Lula fez a carta aos brasileiros em maio. Não sei o que o PT vai fazer. Não estou participando das reuniões do PT,  assim como não estou participando das do Bolsonaro. Vamos aguardar.

O sr. já criticou os programas dos dois candidatos. O que mais incomoda em cada um?
O grande problema do programa do PT é se propor a desfazer exatamente aquilo que permitiu que a economia brasileira se recuperasse da crise. Ele reforça aquela linha de ação que levou à crise, ou seja, resgata o que foi feito pela Dilma. É um caminho que claramente leva a uma recessão. Ele propõe, e isso é só um exemplo, eliminar o teto de gastos, que foi fundamental para resgatar a confiança. A dívida pública estava insustentável, e as despesas, crescendo. Então nós colocamos um teto para dar uma sinalização clara, colocar um limite, mudando a maneira até de funcionamento do Congresso, em que cada parlamentar tinha um projeto para apresentar, que custava recursos, e ele passou a ter que definir prioridades. Foi uma mudança fundamental na discussão orçamentária do Brasil. O que o PT propõe é voltar para trás. É gastar o que desejam os congressistas e o executivo. E isso leva ao aumento de juros, da inflação e do risco.

E o programa de Bolsonaro?
Ele nunca colocou com clareza o programa econômico dele. Anunciou um assessor econômico [Paulo Guedes] que tem dito algumas coisas que ele mesmo tem contrariado. Ele desmentiu e depois prestigiou o assessor.  Mas eu não sei o que vai prevalecer no governo de Bolsonaro.

Ele já andou anunciando nomes da equipe. O que o sr. achou?
São nomes ventilados. Não significa que fulano de tal foi convidado e aceitou fazer parte do governo.

O sr. aceitaria um convite para atuar em um governo de Haddad ou Bolsonaro?
Primeiro, eu preciso saber qual é a proposta. Estou trabalhando aqui sobre hipóteses. Eu entendo que uma série de coisas são fundamentais para o país. Eu precisaria saber, e a população também, se eles se propõem a fazer aquilo que eu acho fundamental para o país. Eu tenho uma série de propostas objetivas que já apresentei. Temos que discutir exatamente isso, e a partir daí, eu poderei tomar uma decisão. Antes disso, é meramente especulação.

Para aceitar, seria necessário que o sr. tivesse uma carta branca, como exigiu na época em que Lula, tentou levar seu nome para o governo de Dilma?
Eu não usei exatamente essa expressão “carta branca”. Naquela época, eu tinha propostas objetivas que eram diferentes do que ela estava fazendo, como por exemplo, o controle da inflação. E ela tinha uma prioridade de baixar juros. Enquanto eu propunha o limite dos gastos públicos, ela tinha uma proposta, e uma ação, para aumentar os gastos públicos. Nós tínhamos divergências fundamentais. Naquele momento, o Lula falou comigo, então eu coloquei o seguinte: naquela linha de ação, eu disse achava difícil. Ela tinha uma outra visão e eu não achei o projeto viável. Eu não estava disposto a aceitar a visão dela. Ainda bem, porque deu errado. E ela não estava disposta a mudar, infelizmente para o Brasil. Posteriormente, ela voltou a me convidar, já no final de 2015, mas aí eu achei que já era tarde demais.

Então, considerando o programa de governo que o Haddad ainda tem hoje, seria o mesmo cenário?
Sim. Dentro deste programa não adianta.  Eles vão sinalizar uma mudança? Não sei. Para ter uma proposta econômica que viabilize o crescimento do país, eu acho que teria que ser um programa diferente.

Há quem diga que esse nacionalismo que o Bolsonaro demonstra poderia afastar investidor estrangeiro. O sr. concorda?
Não há dúvida. A questão é que precisamos entender o que o Bolsonaro vai fazer. Existe uma diferença entre o que o assessor dele diz e o que ele votou em toda a vida política dele como parlamentar. Ele votou em muitos projetos apoiados pelo PT, mas agora ele tem uma proposta liberal, que é a proposta da assessoria dele. O que vai ser de fato o governo Bolsonaro? Isso é relevante: não há o que discutir em termos concretos.

A promessa da candidatura de Bolsonaro de zerar o deficit primário em um ano é vazia?
Totalmente irrealista. Tem que cortar abruptamente quase R$ 200 bilhões em despesas, ou vai ter um choque de aumento de imposto que vai paralisar o país. Como vai fazer isso em curto prazo? Tem outros problemas, como esse de privatizar. Vai entregar o Banco do Brasil para uma grande instituição financeira internacional? Ou vai entregar para um dos dois grandes bancos brasileiros privados e provocar uma concentração maior no sistema bancário brasileiro? E onde é que tem capital para isso? Ou venderia no mercado de capitais brasileiro? Existe recurso suficiente para absorver essas grandes estatais todas em curto prazo? Há uma série de coisas que são bonitas de falar mas poucos factíveis.  Já estamos na reta final. O presidente que assumir terá de fazer as coisas.

E qual é o caminho?
Há três ações fundamentais. A primeira é assegurar o crescimento sustentável nos próximos anos sem voo de pato, ou seja, sem crescer e entrar em crise. Para isso, precisa assegurar o equilíbrio fiscal, e com teto de gastos obedecido e viável. A longo prazo podemos nos estabilizar na faixa de 2% a 2,5% de crescimento simplesmente com equilíbrio fiscal. A curto prazo, o Brasil pode crescer até mais porque tem muita capacidade ociosa na economia.  É uma taxa positiva, porém, não suficiente para resolver todo o problema de emprego no Brasil. Para crescer mais, nós precisamos  fazer as reformas para aumentar a produtividade, como a reforma tributária e toda a agenda da burocracia no Brasil. Eu já anunciei 15 propostas. A maior parte já foi para o Congresso, uma ou outra ainda está em elaboração, como a tributária. O terceiro ponto é infraestrutura. Mesmo para a infraestrutura, temos que atrair a maior quantidade possível de capital nacional, mas ainda assim, possivelmente, não será suficiente. Temos que trazer investidores internacionais.  Com esses três pontos, o país pode crescer de forma sustentável nas próximas décadas, até acima de 3%. Em algum momento, pode crescer a 4%, como já crescemos no período em que eu fui presidente do Banco Central, de 2003 a 2010.

O sr., que defende tanto o teto de gastos, o que sente ao ver um candidato que tem chance de chegar à Presidência falando em derrubar isso?
Significa que ele está propondo trazer a recessão de volta. E trazer o baixo crescimento, que é a situação que temos vivido nos últimos anos. Essa proposta não é nova, ela já foi apresentada em 2010 e 2011, foi aplicada. Não é algo desconhecido, uma esperança que ainda não foi aplicada no Brasil. Ela já fracassou e trouxe a maior recessão da história. É uma sensação de volta ao passado recente.

Me lembro de ter visto o sr. em uma agenda de campanha na periferia de São Paulo, em que o sr. viu esgoto a céu aberto e disse que era “chocante”. O sr. deve ter saído modificado da campanha. Esse tipo de experiência falta aos currículos de presidentes do Banco Central e ministros da Fazenda?
Eu já tinha tido uma experiência nesse sentido quando venci a eleição para deputado federal [em 2002]. Tive oportunidade de vivenciar isso na época, e de fato me foi muito útil no Banco Central porque eu pude entender carências básicas. É fundamental para um presidente do país entender que não se pode deixar levar apenas pela crise do momento, que é grave mas não é a única.  Por isso o esgoto é importante. Aquele foi chocante porque está em São Paulo, no centro industrial financeiro e comercial. E as pessoas vivem em condições medievais. O contraste é chocante. Eu fiz uma campanha que foi bem avaliada até pelos adversários. E a população ficou com uma imagem do que pode ser feito pelo Brasil.

Que retorno o sr. tem recebido disso?
Dia e noite, tenho recebido mensagens de pessoas dizendo que agora minha voz é importante. Vou continuar levando essa mensagem do que é necessário ao Brasil, que é competência e recursos para investir.  Precisamos cobrar quem for eleito. Esse fica sendo o meu papel.

O senhor disse outro dia que tem gente que critica a sua iniciativa de ter investido mais de R$ 50 milhões em campanha e que essas pessoas dizem que ou há uma intenção desconhecida ou o sr. é otário. Como responde a esse tipo de crítica?
Para mim foi bem gasto. Pela mensagem que eu levei aos brasileiros de que é necessário que os governantes cuidem dos recursos públicos como cada um cuida do recurso da sua casa. Foi uma mensagem de responsabilidade e competência.  Essa era a finalidade. Eu saí [das urnas] com o percentual muito baixo porque nunca fui candidato e também porque não fiz propostas populistas, desviando a atenção, dando piruetas. Eu disse na minha campanha: posso não ganhar o seu voto mas vou ganhar o seu respeito. Eu julgava que precisava retribuir ao povo brasileiro tudo que o país me proporcionou com educação pública, do ensino fundamental ao mestrado na UFRJ, e que me fez chegar à presidência de uma grande instituição internacional. Eu pude retribuir isso com prestação de serviço, quando fui presidente do Banco Central e agora fazendo essa campanha. Fiz a campanha eleitoral mais transparente e entreguei minha mensagem. Estou em paz e agora posso usar todo esse patrimônio de imagem e reconhecimento que obtive com uma nova campanha para contribuir para o país.

Pretende se candidatar novamente para algum cargo?
O que tenho claro é que vou fazer isto que já eu estou fazendo. Vou continuar defendendo as propostas para o Brasil, e em um passo seguinte vou transformar isto em algo mais permanente, criando um canal de comunicação com mídia digital e mantendo também a minha presença na mídia. É onde eu pretendo defender essas ideias e depois especificar mais os temas, como na questão do saneamento. Este é o projeto mais imediato que eu já tenho e vai me ocupar muito. Hoje eu já conversei com voluntários que querem participar produzindo conteúdo para diversas áreas neste canal digital.

O sr. vai apoiar um dos dois candidatos?
Em primeiro lugar, eu preciso de uma sinalização clara do que os candidatos vão fazer de fato. Não é só falatório e sinalização. Após saber disso, seria uma consequência. Eu não apoio um candidato. Apoio uma agenda.

Considerando que o sr. avalia que nada está claro, enquanto houver proposta vazia dos dois candidatos, Henrique Meirelles não apoia ninguém?
Exatamente.  Quando existir uma proposta, terei absoluta disposição de apoiar a agenda que já estou apoiando, que é a agenda do Brasil, para melhorar o padrão de vida dos brasileiros. Dou apoio para isso, antes ou depois da eleição.

Isso é independente do partido?
Independente.

O candidato do MDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, anunciou apoio a Bolsonaro enquanto o sr. ainda estava na corrida. Isso sinalizou falta de compromisso no partido. Todo mundo sabe que a impopularidade do MDB, partido que o sr. escolheu para concorrer, pode ter sido responsável por parte de seu fraco resultado. Isso seria levado em consideração em uma possível próxima candidatura do sr.?
Vamos levar tudo em consideração. Não tenha dúvida. Sobre Skaf, ele colocou isso em uma hipótese e me apoiou até o fim. É passado. Sobre o partido, o MDB não é um partido, digamos, como esses partidos ideológicos como o Novo e o PSOL, que são partidos pequenos e com ideologia muito definida, independentemente de serem ou não de extremos. O MDB é um partido que surgiu há 50 anos e está presente no Brasil inteiro, tem milhares de pessoas eleitas como prefeitos, vereadores, deputados. É um partido que tem uma grande diversidade de opiniões. Eu sempre disse que convivia muito bem com a diversidade de opiniões no MDB. As últimas convenções do MDB historicamente têm sido muito divididas. Mas eu tive uma vitória arrasadora, de 85% da convenção. Mesmo assim, houve votos divergentes, e mesmo durante a campanha.

FLASHES E BRILHOS

PE e SP terão mandatos coletivos em Assembleias; veja como vai funcionar

Juntas (PSOL-PE) é formado por Jô Cavalcanti, Kátia Cunha, Carol Vergolino, Joelma Carla e Robeyoncé Lima

Dois anos depois de um grupo de cinco pessoas se eleger para uma vaga da Câmara Municipal de Alto do Paraíso de Goiás, inaugurando o que se conhece como “mandato coletivo” no Brasil, as Assembleias Legislativas de São Paulo e Pernambuco também terão mandatos com essas características, pela primeira vez, a partir do ano que vem.

Com 149.844 votos, eleitores paulistas conseguiram eleger a Bancada Ativista, do PSOL, um grupo formado por nove membros de coletivos ligados ao meio ambiente, direitos das mulheres, LGBTs, negros e negras, povos indígenas, entre outras temáticas, de diversas regiões do estado de São Paulo, para ocupar uma vaga na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). O Juntas, grupo formado por cinco mulheres, também do PSOL, recebeu 39.175 votos dos eleitores pernambucanos e conquistou uma vaga na Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco).

Segundo levantamento feito pelo UOL, São Paulo teve sete candidaturas dessa natureza: três visavam a Alesp;outras três à Câmara dos Deputados, e uma ao Senado. O PSOL lançou seis delas. A chapa que concorreu ao Senado foi registrada pela Rede. A reportagem identificou 11 candidaturas coletivas registradas em São Paulo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernambuco.

Apesar de coletivas, apenas um dos nomes é considerado oficialmente detentor do mandato pela Justiça Eleitoral, por que mandatos dessa natureza são informais e não estão previstos na legislação eleitoral.

A jornalista Mônica Seixas, 32, foi o rosto escolhido pelo grupo para aparecer na urna eletrônica do paulista que votou na Bancada Ativista no domingo (7). Ela diz que os codeputados do mandato ficaram surpresos com o volume dos votos. “A gente pensou que ia ficar com a quarta cadeira do PSOL. Nossa estimativa de votos era de 50 mil votos. É sinal que as pessoas estão esperando pelo novo”, diz.

Divulgação

Bancada Ativista (PSOL-SP) tem Mônica Seixas como titular e outros oito codeputados

Além dela, participam do mandato Anne Rammi, Chirley Pankará, Claudia Visoni, Erika Hilton, Fernando Ferrari, Jesus dos Santos, Paula Aparecida e Raquel Marques.

A estudante Joelma Carla, 20, do Juntas, também disse que as cinco não esperavam que a chapa coletiva fosse eleita. “Ficamos muito surpresas porque fizemos uma campanha praticamente sem dinheiro, conseguimos doadores. Foram 20 mil votos na capital e quase 20 mil no interior. Eu sou de Surubim, no interior de Pernambuco, e sei da dificuldade de fazer política no interior”, diz.

O rosto que apareceu na urna foi o da vendedora ambulante Jô Cavalcanti. Além das duas, também são codeputadas Robeyoncé Lima, Kátia Cunha e Carol Vergolino.

Uma cadeira, várias pessoas: como isso vai funcionar?

Juntas e Bancada Ativista buscam, dizem elas, uma maior renovação política e representatividade dentro dos espaços de tomada de decisão. Seixas disse que o mandato coletivo em São Paulo é uma crítica à democracia representativa no Brasil.

[O sistema] não representa ninguém, mas personaliza o poder cria gurus, mestres. Eu acho que a gente conseguiu despersonalizar era o que a gente queria

Mônica Seixas, da Bancada Ativista, eleita para a Alesp

Mas como várias pessoas vão conseguir ocupar uma única cadeira do parlamento estadual?

Mônica explica que os outros oito integrantes do mandato coletivo serão registrados como assessores parlamentes. “Eu devo abrir mão de parte do meu salário para igualar com o deles”, conta Mônica. Diferente do que acontece em mandatos regulares, ela afirma que não será “chefe deles, mas porta-voz do coletivo”. “Eu vou sentar no parlamento, mas de posse das decisões que a gente toma em conjunto”, diz.

Joelma diz que a ambulante Jô Cavalcanti, a “mandata” do coletivo, é quem vai votar nas decisões da Alepe. “Mas ela só vai votar lá quando a gente se reunir e decidir como uma pessoa única”, disse.

Divergências, no entanto, são esperadas e podem complicar a tomada de decisão dos grupos. A Bancada Ativista pretende usar um método que foca “na positiva”, segundo Mônica Seixas, para superá-las. “A gente defende no porquê de querer alguma coisa e não por que não quer essa coisa”, explica. São feitas várias rodadas de votações até deixar a proposta “boa para todo mundo”. Ela conta que o método foi usado na campanha e deu certo.

Já o Juntas vai contar com um conselho político formado por movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Quando houver divergência, ele será o desempate. Vencerá a vontade da maioria.

Queremos ser chamadas na Alepe de codeputadas, esperamos ser respeitadas como tal com o tempo. Vamos dividir o salário entre as cinco e isso já vinha sendo falado na pré-campanha

Joelma Carla, do pernambucano Juntas

Se um só tem o mandato, quem garante a manutenção do grupo?

Apesar de serem vistas como novidade, a ausência de regras na legislação eleitoral pode ser um problema para os mandatos coletivos, segundo os especialistas ouvidos pelo UOL. Daniel Falcão, professor de direito constitucional e eleitoral do IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), diz “isso é bonito na teoria”, mas os mandatos coletivos podem ter vários problemas.

“Mesmo que essa pessoa fique os quatro anos, não tem nada que garanta que vai manter essas outras pessoas do mandato coletivo. Se a pessoa disser ‘agora ganhei, vou dar as costas para elas’, as outras não poderão reclamar na Justiça, porque elas não têm esse direito”, afirma.

Mônica Seixas diz que o grupo tem “a confiança como estratégia política”. “Somo um grupo de coletivos que tem confiança política um no outro e que quer construir junto”, diz. Ela afirma que a Bancada Ativista tem acordos preestabelecidos, ainda que informais. “A gente tem acordo como: eu não posso sair, não posso concorrer a um outro cargo durante esses quatro anos e os outros oito, se por algum motivo de saúde, algum acidente, precisarem sair do mandato, o coletivo deles indica outra pessoa para substitui-lo”, explica.

Já o Juntas diz que as cinco codeputadas registrarão em cartório uma carta de compromisso em que se comprometem a dividir os salários e trabalharem juntas para renovar o parlamento pernambucano e levar representação popular para dentro dele.

“Vamos tornar o documento público, postar nas redes sociais”, diz Joelma Carla.

Falcão explica, no entanto, que contratos e outros documentos, ainda que reconhecidos em cartório, não têm validade porque os mandatos coletivos não existem na legislação eleitoral.

Mas que contrato vale quando a lei não permite aquilo? Quais são as regras? Nenhuma. Isso não existe na legislação eleitoral

Daniel Falcão, professor de direito do IDP 

Alberto Luis Rollo, advogado especialista em direito eleitoral e doutor pela PUC-SP (Pontifícia Universidade de São Paulo), questiona ainda o que será feito se houver desentendimento por parte do grupo. “É um risco perfeitamente possível. A pessoa que foi eleita é a que exerce o mandato [para a Justiça Eleitoral]”, diz.

“Fico imaginando uma sessão secreta [onde] não pode entrar todo mundo. Como fica o mandato coletivo? É uma pessoa só que pode entrar e participar, é é uma pessoa só que vota”, diz Rollo.

Se a “mandata” sair, quem assume é o suplente

Falcão conta ainda que como qualquer mandato, se acontecer algo com o deputado eleito, ou seja, se ele for cassado, morrer, sofrer alguma situação que o impossibilite de exercer a função, é o suplente que o substituirá.

“Não é alguém do mandato coletivo que substitui. E se esse cara que foi eleito resolver mudar de partido? Se perde o mandato por infidelidade partidária, quem assume é o suplente, não essas pessoas do mandato coletivo”, exemplifica. Segundo ele, é preciso deixar isso claro para o eleitor. “Pode ser uma enganação ao eleitor. O eleitor está achando que está votando em cinco e na verdade está votando em um só”, diz.

Rollo diz que se mandatos coletivos “virarem moda”, regras deverão ser estabelecidas legalmente. “Não vi na Justiça Eleitoral nenhuma discussão mais profunda disso que foi apresentado. Se isso virar moda, talvez tenha que partir para uma regulamentação melhor”, acredita.

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