Além das disciplinas tradicionais, como Matemática, Português, História e Biologia, algumas escolas de Natal estão mais empenhadas em trabalhar também a inteligência emocional dos seus alunos em sala de aula. Na visão de especialistas da área educacional, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais é até mais importante para a formação dos alunos. Pois, se forem bem trabalhadas, facilitam o aprendizado cognitivo.
“Acreditamos que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais ajuda os alunos a se tornarem mais focados. Por consequência, eles se concentram mais, interessam-se pelo conteúdo passado e o desempenho escolar aumenta expressivamente”, explica Ana Cecília Durigan, psicóloga do Complexo Educacional Contemporâneo, escola localizada na capital potiguar que incluiu aulas de inteligência emocional em seu currículo.
Como conta a especialista, as novas aulas, com uso de técnicas da psicologia e da pedagogia, permite aos alunos que eles reconheçam suas próprias emoções e a maneira mais adequada de lidar com elas. “A impulsividade e a ansiedade são emoções muito fortes entre os jovens. Porém, nem todos sabem como administrá-las. Isso implica em problemas de convivência, tanto dentro quanto fora da escola. Mas é possível ensiná-los a ter mais controle, a administrar tudo isso da melhor forma possível”, diz a pedagoga.
A diretora do Contemporâneo, educadora Irany Xavier de Andrade, explica que as aulas foram inseridas na grade curricular da escola no início deste ano e acontecem uma vez por semana. Os temas, segundo ela, são trabalhados por meio da reflexão. “A psicóloga promove debates para que os alunos saibam lidar, por exemplo, com o nervosismo e adquiram autocontrole”, explana ela.
Na rede pública, a inteligência emocional também deve ganhar espaço. A importância do desenvolvimento das habilidades socioemocionais para os alunos de escolas municipais e estaduais entrou pauta. A questão foi reforçada, recentemente, pelo Ministério da Educação, que destacou a necessidade de trabalhar essas habilidades nas escolas públicas do país. Uma forma de cuidar do emocional para assegurar a absorção do conhecimento.