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FLASHES E BRILHOS

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad decidirão eleição para presidente no segundo turno

Os candidatos do PSL, Jair Bolsonaro, e do PT, Fernando Haddad — Foto: REUTERS/Paulo Whitaker/Nacho Doce

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) decidirão no segundo turno quem será o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos, segundo os dados de apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados na noite deste domingo (7).

Bolsonaro e Haddad disputam a Presidência pela primeira vez e foram os dois mais votados entre os 13 postulantes ao Palácio do Planalto.

Esta é a oitava eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980. O vencedor governará o Brasil de 1º de janeiro 2019 a 31 de dezembro de 2022.

O resultado do primeiro turno quebrou a polarização entre PT e PSDB na eleição presidencial. Nas últimas seis eleições, os dois primeiros colocados foram dos dois partidos, e houve duas vitórias do PSDB (1994 e 1998) e quatro do PT (2002, 2006, 2010 e 2014).

A campanha

A campanha eleitoral teve início em agosto com 13 candidatos à Presidência da República, o maior número de concorrentes desde 1989, quando houve 22 postulantes.

A corrida ao Planalto deste ano foi marcada por dois fatos que podem ter influenciado até mesmo o desempenho de outras candidaturas:

  • O registro de candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva foi rejeitado; o PT substituiu o ex-presidente por Fernando Haddad;
  • Bolsonaro levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG) e ficou 23 dias internado.

Lula

Preso desde abril em Curitiba, e com sucessivos recursos negados pela Justiça, Lula liderava as pesquisas de intenção de voto quando teve o registro da candidatura rejeitado pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de condenados em órgão colegiado da Justiça.

O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês em regime inicialmente fechado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.

Mesmo ciente de que o registro poderia ser negado, o PT registrou a candidatura de Lula, que recebeu 16 contestações.

Antes da decisão do TSE, um parecer assinado por dois integrantes do Comitê de Direitos Humanos da ONU recomendou ao Brasil que garantisse os direitos políticos de Lula, e permitisse que ele impedi-lo de concorrer até o término da análise de todos os recursos judiciais de sua condenação.

O TSE entendeu que a manifestação dos integrantes do comitê não tinha caráter vinculante. A defesa do ex-presidente tentou usar essa posição para suspender a inelegibilidade dele, mas o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido.

Fernando Haddad

Fernando Haddad

Haddad candidato

O PT confirmou em 11 de setembro o acordo costurado nos bastidores pelo próprio ex-presidente Lula: elevar Fernando Haddad, vice na chapa, à condição de presidenciável. A deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) assumiu a vaga de vice, na aliança com o PCdoB.

Nas palavras de Haddad, que percorria o país como vice, Lula lhe conferiu a missão de assumir a candidatura com o slogan “O Brasil feliz de novo”, com a promessa ao eleitor de trazer de volta o “Brasil de Lula”.

A estratégia de manter a candidatura de Lula até o limite permitido pela Justiça foi definida pelo petista na sede da Polícia Federal no Paraná, onde, preso, recebeu uma romaria de aliados e advogados, entre os quais, Haddad. O partido apostou na transferência de votos do ex-presidente. Haddad tinha 4% nas pesquisas e passou da faixa dos 20% – metade das intenções de voto que o padrinho vinha obtendo.

A candidatura teve de lidar com desgastes. Em setembro, Haddad foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Mas a Corregedoria do Ministério Público decidiu investigar o procuradorque denunciou Haddad por ter apresentado a acusação no período eleitoral.

Outro ponto de degaste para Haddad foi a situação de Lula. No último dia 1º, o juiz federal Sergio Moro retirou o sigilo de parte do acordo de delação de Antonio Palocci, ministro nos governos petistas. A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deu 15 dias para Moro explicar a divulgação justamente na semana anterior à eleição.

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro

Facada em Bolsonaro

Deputado federal desde 1991, Bolsonaro filiou-se ao PSL em marçopara disputar a primeira eleição presidencial. Em 6 de setembro, foi vítima de uma facada no abdômen durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

O candidato do PSL passou por cirurgias e ficou 23 dias internado. Em razão do atentado, Bolsonaro concentrou a campanha nas redes sociais, com a publicação de mensagens por escrito e de vídeos.

Sem fazer campanha nas ruas, manteve o primeiro lugar nas pesquisas – liderou desde o início nos cenários sem o ex-presidente Lula – mesmo sem um espectro grande de alianças e com pouco tempo na propaganda eleitoral gratuita de TV. A popularidade de Bolsonaro cresceu à base de um discurso anti-PT e antiesquerda.

A campanha do deputado federal também teve polêmicas envolvendo declarações de Bolsonaro e do candidato a vice na chapa dele, general Hamilton Mourão.

Bolsonaro:

  • Disse que iria “fuzilar a petralhada”; depois, afirmou que era uma “figura de linguagem”;
  • Defendeu condecorar policiais que matam criminosos;
  • Disse que não aceitará o resultado se não for o eleito; depois, disse que “não tem nada para fazer” em caso de derrota e que somente não ligaria para cumprimentar Haddad.

General Mourão:

  • Criticou o 13º salário; depois, foi afirmou que a declaração foi “descontextualizada”; na ocasição, o general foi repreendido por Bolsonaro
  • Afirmou que, em situação hipotética de anarquia, o presidente eleito pode dar um “autogolpe” com apoio das Forças Armadas;
  • Disse que o Brasil herdou a cultura do “privilégio” do português, a “indolência” do índio e a “malandragem” do africano; depois, disse que foi “mal interpretado”.

Bolsonaro também teve de explicar frases polêmicas ditas ao longo da carreira política, em especial sobre negros, gays e mulheres – o STF rejeitou denúncia de racismo contra ele.

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência,  fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Ciro Gomes

Coligado ao PT nas duas últimas eleições presidenciais, o PDT também reapareceu na corrida presidencial, desta vez com Ciro Gomes, que apresentou como uma terceira via, na esperança de obter votos no centro e na esquerda, como alternativa aos eleitores desencantados com o PT e refratários a Bolsonaro.

Ele insistiu nas críticas à postura do PT em relação à sua candidatura e, inclusive, chegou a declarar que “não é mais possível” apoiar o partido.

A proposta de Ciro que mais chamou atenção foi o projeto para quitar débitos de consumidores no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

Conhecido pelo temperamento forte e pelas frases ríspidas, Ciro teve entre seus alvos preferidos na campanha o general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro.

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin — Foto: Evaristo Sa/AFP

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin — Foto: Evaristo Sa/AFP

Alckmin e PSDB

Disputando a Presidência da República pela segunda vez, Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou nas pesquisas Datafolha e Ibope entre 7% e 10% e não disputará o segundo turno.

Durante a campanha, na tentativa de se firmar como a “terceira via” entre Bolsonaro e Haddad, o tucano fechou aliança com oito partidos, apoio que incluiu legendas do “Centrão” (DEM, PP, PR, PRB e SD) e garantiu a Alckmin quase metade do tempo na propaganda de rádio e TV.

Para tentar justificar o desgaste causado pela união com o bloco, tido publicamente como fisiologista por ocupar cargos nos governos do PT e do MDB, Alckmin defendeu a necessidade de alianças para governar e aprovar reformas para o país voltar a gerar empregos.

Alckmin se apresentou ao longo da campanha como um gestor experiente e focou em um discurso de combate ao “radicalismo” de Bolsonaro e ao retorno do PT ao poder.

As alianças, o tempo de TV e o discurso de Alckmin não funcionaram. O tucano estacionou nas pesquisas, foi abandonado por aliados do Centrão e de setores do próprio PSDB, que passaram a apoiar Bolsonaro e Marina Silva (Rede).

Marina Silva, candidata da Rede à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Marina Silva, candidata da Rede à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1

Marina Silva

Em sua terceira candidatura presidencial, agora pela Rede, Marina Silva também se apresentou como alternativa ao PT e a Bolsonaro. Começou bem nas pesquisas, mas perdeu força e teve desempenho bem inferior ao terceiro lugar registrado em 2010 e 2014.

O candidato do Podemos à Presidência da República, Alvaro Dias, durante debate nos estúdios da TV Globo no Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

O candidato do Podemos à Presidência da República, Alvaro Dias, durante debate nos estúdios da TV Globo no Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Alvaro Dias

O senador Alvaro Dias, candidato do Podemos, centrou no discurso de combate à corrupção. Tentou seduzir sem sucesso o eleitor com um convite, caso eleito, para que o juiz Sergio Moro assumisse o Ministério da Justiça.

Henrique Meirelles

Vice do PT em 2010 e 2014 e partido do presidente Michel Temer, o MDB voltou a ter candidato próprio, algo inédito desde 1994. Temer ensaiou buscar a reeleição, mas a impopularidade transformou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles no candidato do partido. Ele tirou R$ 45 milhões do próprio bolso para financiar a campanha, apostou no discurso de recuperação da economia, mas não decolou.

João Amoêdo

Outro candidato com origem no mercado financeiro foi João Amoêdo, do Partido Novo, que estreou em eleições com discurso liberal na economia. O engajamento nas redes sociais de seus apoiadores não foi suficiente.

O candidato do Patriota à Presidência, Cabo Daciolo, no debate do SBT — Foto: Reprodução

O candidato do Patriota à Presidência, Cabo Daciolo, no debate do SBT — Foto: Reprodução

Outros candidatos

A corrida presidencial ainda teve as candidaturas à esquerda de Guilherme Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU).

João Goulart Filho (PPL), filho do ex-presidente Jango, também tentou a sorte, assim como o “democrata cristão” José Maria Eymael. Ele reapareceu com o bordão “Sinais, fortes sinais”.

Mas foi Cabo Daciolo (Patriota) quem gerou a maior repercussão nas redes sociais, repetindo sempre que podia a expressão “Glória a Deus”. Ele até optou por jejuar e orar em um monte durante parte da campanha.

No primeiro debate da TV, Daciolo questionou Ciro Gomes sobre a criação da Ursal: “Ciro, o senhor é um dos fundadores do Foro de São Paulo. O senhor pode falar aqui para a população brasileira, para a nação brasileira, sobre o plano Ursal? O que o senhor tem a dizer sobre o plano Ursal, a União da República Socialista Latino-americana? Tem algo a dizer para a nação brasileira?”

Ciro Gomes, então, respondeu: “Meu estimado cabo, eu tive muito prazer de conhecê-lo hoje e, pelo visto, o amigo também não me conhece. Eu não sei o que é isso, não fui fundador do Foro de São Paulo e acho que está respondido”, arracando risos e aplausos da plateia presente ao debate.

G1

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Fátima Bezerra e Carlos Eduardo disputam segundo turno no RN

 

Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo (PDT) — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi

Os candidatos Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo (PDT) seguem para o segundo turno na disputa ao governo do Rio Grande do Norte, de acordo com as apurações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas urnas do estado. Confira a apuração em tempo real (aqui). Com 96% das urnas apuradas, Fátima tem 45,86% dos votos válidos e Carlos Eduardo, 32,66%.

Oito candidatos concorreram ao governo do RN no primeiro turno das eleições 2018. Entre eles, o atual governador do estado, Robinson Faria(PSD), que ficou em terceiro lugar nas votações e ficou fora da disputa.

Fátima já era apontada pelas pesquisas Ibope como a líder das intenções de voto, inclusive no último sábado (6), com 45% dos votos válidos. Atualmente ela ocupa o cargo de senadora, conquistado em 2014. Se eleita, vai ocupar pela primeira vez um cargo do Poder Executivo. Professora e sindicalista, Fátima entrou na carreira político-eleitoral em 1994, como deputada estadual. Foi reeleita uma vez e, antes de chegar ao Senado, cumpriu três mandatos na Câmara Federal.

Carlos Eduardo também era apontado pelas pesquisas para o segundo turno, com expectativa de 32% dos votos válidos. Ele já foi prefeito de Natal por quatro vezes e deixou a chefia do Poder Executivo em abril deste ano para concorrer ao governo do estado. Ele começou na vida política como deputado estadual em 1986, ocupando o cargo por quatro mandatos consecutivos. Também foi secretário de estado.

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Alexandre Frota é eleito deputado federal em São Paulo

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O ex-ator Alexandre Frota foi eleito neste domingo (7) deputado federal de São Paulo. Filiado ao PSL, mesmo partido de Jair Bolsonaro, o ativista político recebeu 152.958 votos.

Frota tem 53 anos e tem uma das trajetórias mais contraditórias entre os candidatos a deputado federal. Fez fama como ator pornográfico brasileiro, foi casado com celebridades como Claudia Raia, já foi funkeiro e até jogador de futebol americano.

Hoje, com uma postura conservadora e de extrema direita, Frota é ativista político e acompanhou de perto os últimos grandes acontecimentos da política brasileira, como o impeachment contra Dilma Rousseff, que se efetivou em 2016. Também se envolveu fortemente com o chamado Escola sem Partido, , que prevê o fim da “ideologia de gênero” e “doutrinação de esquerda” nas escolas.

Alexandre Frota também é bem ativo nas redes sociais, meio em que distribui ofensas a artistas e compartilha muitas “fake news”.

Ele já foi condenado a pagar R$ 50 mil a Chico Buarque por danos morais, por ter ofendido e xingado o cantor no Twitter em outubro de 2017, e também foi condenado a pagar R$ 20 mil a Gilberto Gil, por um tuíte que diz que o cantor “não poderia mais roubar recursos da Lei Rouanet”.

Alexandre Frota inflou sua candidatura a deputado federal com apoio de Bolsonaro. Em um vídeo enviado a Frota, o candidato à presidente chega a convidá-lo para ser ministro da Cultura, caso seja eleito presidente.

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Tiririca é reeleito deputado federal em SP com 445 mil votos

UESLEI MARCELINO / REUTERS

Após voltar atrás no jejum da política, o candidato a deputado federal Tiririca (PR-SP) foi reeleito com 445.521 mil votos, cerca de 2,15% do total, para o seu terceiro mandato. Em São Paulo, 95% das urnas já foram apuradas.

Além dele, nomes como Eduardo Bolsonaro (PSL), Joice Hasselmann (PSL), Celso Russomano (PRB) e Kim Kataguiri (DEM) também foram eleitos.

Tiririca havia desistido da candidatura no fim de 2017 por se dizer”decepcionado com a Câmara”, mas desistiu da desistência e, em agosto, se lançou oficialmente na disputa do pleito com um adendo: quer voltar às tribunas para poder disputar a presidência em 2022.

Um dos objetivos da campanha do humorista Francisco Everardo Oliveira Silva era ser eleito “com a maior quantidade de votos da história do país”. Nas eleições de 2010, ele foi o deputado mais votado do país, com mais de 1,3 milhão de votos. Em 2014, o deputado ficou com a segunda posição entre os candidatos mais votado, com 1 milhão de votos. Este ano, Tiririca teve 445mil votos.

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Movimento em maior colégio eleitoral do RN foi intenso durante a manhã

Na Universidade Potiguar (UnP) da Avenida Engenheiro Roberto Freire, maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, o movimento foi intenso durante toda a manhã. São esperados no local quase 11 mil eleitores, mas, segundo o supervisor do TRE-RN, Adriano, a circulação de pessoas deve chegar a 30 mil. “Muita gente vem votar com criança, parente, amigo. Então o fluxo cresce bastante”, comenta.

Maior colégio eleitoral do RN, UNP tem movimento intenso
Movimento intenso na UNP de Capim Macio

Mas há também que vem acompanhado do seu bichinho de estimação. O senhor Jesiel Cunha veio com Futrica, uma cadelinha bem comportada que o acompanhou até mesmo na urna. “Não tinha com quem deixar ela em casa. Então vim com ela. É mais velha que eu, tem prioridade”, diz com bom humor.

Jesiel acredita que nesta eleição as pessoas estão mais politizadas. “Houve muitos debates, entrevistas, muita informação. As pessoas estão indo votar mais interessada”, reflete. Sobre as fake News, as notícias falsa, um problema bastante comentado neste pleito, Jesiel reconhece que é um perigo. “É importante ter cuidado com o que se recebe nas redes sociais. Ir atrás de checar a informação antes de compartilhar. Temos que fazer valer que a verdade sempre prevaleça”.

Voto em Trânsito

Durante a manhã o movimento de eleitores na Unp da Roberto Freire que votam em trânsito foi grande. Das 22 urnas do local, duas são voltadas exclusivamente para o voto em trânsito. “Estamos com atenção especial com esse grupo de eleitores porque nem todos chegam informados aqui. Por exemplo, quem é eleitor do RN mas está fora da sua cidade vota para todos os cargos. Mas quem é de fora do estado, não. Vota só para presidente. Nem todos os eleitores chegam aqui informados”, comenta Adriano, supervisor do TRE-RN.

Fora essa atenção especial, Adriano diz que a eleição no maior colégio eleitoral do RN está dentro da normalidade. “Estamos atentos às irregularidades, como propaganda irregular. Na rua teve gente com bandeira, conversamos com as pessoas e eles entenderam que a distância para esse tipo de manifestação é de 200 metros”, informa o supervisor. Ele acrescenta que quem tiver dúvidas sobre local de votação pode ligar para o número 0800 084 5464.

Agência Brasil

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Robinson vota com familiares e defende seu Governo

O candidato à reeleição e atual governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), chegou à seção de votação na sede social do América Futebol Clube, no bairro Tirol, em Natal, mantendo a previsão informada por sua assessoria de que estaria no local às 11h deste domingo (7).

Robinson concede entrevista em local de votação

Acompanhado dos seis filhos, disse que está confiante de chegar ao segundo turno se houver “um julgamento com tranquilidade” por parte dos eleitores: “Tenho um acervo de 1,2 mil obras, que vou prestar conta delas mesmo se não vier a vencer essas eleições. As pessoas precisam lembrar que eu poderia ter resolvido a questão dos atrasos na folha salarial se tivesse optado demitir servidor. Mas não acho isso justo, eu recebi o Estado quebrado e consegui resolver muita coisa”, lembrou Faria.

Robinson também veio ao local de votação acompanhado da chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha. O movimento de eleitores no Clube América é grande, há filas para as sete seções que funcionam no local, e o governador passou mais de 30 minutos aguardando a vez para depositar seu voto na urna.

O governador Robinson Faria informou que irá aguardar a apuração dos votos em casa com a família.

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Qual deve ser a primeira medida do novo presidente para melhorar a economia?

Governo deve tentar aprovar medidas econômicas assim que assumir, dizem economistas — Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Governo deve tentar aprovar medidas econômicas assim que assumir, dizem economistas — Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

A economia do Brasil parece uma sinuca de bico. O desemprego atinge 13 milhões de brasileiros, famílias estão endividadas e não consomem, empresários estão receosos e deixam de investir, e o governo tampouco pode desenvolver novos projetos se suas despesas crescem a cada dia.

Seja quem for o escolhido nestas eleições, a partir de janeiro ele terá que enfrentar esse cenário. Mas por onde começar?

A BBC News Brasil conversou com economistas para discutir qual deveria ser a primeira medida do novo presidente para tirar o país da estagnação.

Para todos os entrevistados, a solução é uma só: mexer no orçamento.

Eles dizem que não adianta prometer obras, programas e a recuperação do mercado de trabalho se o governo não tem dinheiro. O passo inicial deveria ser, portanto, reequilibrar as contas públicas.

Nos últimos anos, o governo tem gastado mais do que arrecada. No primeiro semestre, as despesas federais (pagamentos de servidores, programas sociais, benefícios da previdência, etc.) ultrapassaram a arrecadação em R$ 32,8 bilhões, segundo o Ministério da Fazenda. Apesar de a receita ter subido pela primeira vez em quatro anos, mostrando alguma melhora da economia, os gastos continuam aumentando.

Para acabar com esse problema, em 2016 foi instituído o teto dos gastos, medida que tenta conter o avanço das despesas. Pela regra, o crescimento dos gastos deve seguir a inflação acumulada até junho do ano anterior: em 2018, por exemplo, a alta está restrita a 3%. Na prática, há uma margem de expansão de 7,1%, já que o limite de 2017 não foi usado completamente. Até maio as despesas cresceram muito perto dessa linha: 6,9%.

Há grande risco da conta não fechar em 2019, segundo especialistas. As despesas obrigatórias, como pagamento de pessoal e de benefícios previdenciários, seguem expandindo, tirando espaço das não obrigatórias, como investimentos.

Como o número total não pode mudar, o Planalto tenta diminuir o que pode, afetando um importante motor do crescimento: o dinheiro que ele mesmo pode injetar na economia.

Além disso, cada vez mais endividado, o governo não conquista a confiança dos empresários – e dos consumidores.

Os economistas ouvidos concordam que é preciso mudar algo nesse cálculo, mas diferem sobre o que seria. Leia abaixo suas sugestões:

Reforma da Previdência economizaria R$ 650 bilhões, segundo estimativas do governo — Foto: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Reforma da Previdência economizaria R$ 650 bilhões, segundo estimativas do governo — Foto: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Reforma da Previdência – o retorno

Para parte deles, é preciso tentar aprovar a reforma da Previdência, anunciada pelo presidente Michel Temer em 2016, mas paralisada antes de chegar ao plenário da Câmara. O texto aumenta a idade mínima de aposentadoria, entre outras alterações, e, segundo o Ministério da Fazenda, pouparia R$ 650 bilhões em dez anos. Em seus discursos, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou claro que o teto de gastos foi concebido para funcionar atrelado a esta reforma.

O pagamento de aposentadorias e outros benefícios do tipo é um dos fatores que mais pesa no caixa do governo: o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2019 prevê que 44% dos gastos obrigatórios serão com Previdência.

Sem diminuir essas despesas, não haveria como aliviar a situação financeira do país.

“Esta deve ser a reforma zero. Se nada for feito, pode inviabilizar o governo nos próximos anos. Vai ficar muito apertado”, diz o professor da Escola de Economia da FGV, Rogerio Mori.

O efeito imediato dessa medida, explica Mori, seria sinalizar aos empresários que os próximos quatro anos serão de responsabilidade com as contas públicas. Além disso, a reforma enfrentaria um problema que, se não tratado, tende a piorar. Como não sobra dinheiro para pagar a dívida pública – os títulos que o governo vende para se financiar -, ela segue aumentando e deve chegar a 80% do PIB em 2020, de acordo com estimativa oficial.

“Se não fizer agora, logo vamos ter que pensar nisso de novo. Não adianta achar que o Brasil tem muito mais tempo.”

Mori considera que a mensagem seria forte o suficiente para fazer o empresariado voltar a investir. No ano passado, os investimentos ficaram na menor taxa desde 1996.

“Com essa medida, o novo presidente iria sinalizar que, do ponto de vista econômico, não vai fazer nenhuma loucura. Isso deve gerar otimismo tanto dos investidores, quanto do mercado financeiro.”

Mas como esse movimento chega até o consumidor?

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, diz a questão orçamentária é o primeiro nó de uma corrente que termina no bolso do brasileiro.

Segundo ela, diferentemente de propostas de impacto mais rápido, como o aumento do crédito, essa reforma seria uma via indireta de melhorar a renda das famílias e permitir que voltem a consumir, porque animaria os empresários a contratar.

“Os empresários não deixam de contratar porque a situação está ruim hoje, mas porque imaginam que amanhã também estará. Se acreditam que o país vai crescer, voltam a abrir vagas. Eles se preparam para o aumento da demanda no futuro.”

O desemprego, estabilizado em 12% mas ainda alto, é um dos principais motivos da queda na confiança do consumidor, cujos índices recentes indicam pessimismo. Sem uma fonte segura de renda, o brasileiro evita gastar e não contribui para o aquecimento da economia.

Reduzir impostos é uma das ações propostas para estimular o setor produtivo — Foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Reduzir impostos é uma das ações propostas para estimular o setor produtivo — Foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Reforma tributária

Nada de Previdência. O que o novo presidente deve priorizar, para a professora de Economia da PUC-SP Cristina Helena de Mello, é uma revisão dos impostos. Ela considera que uma reforma tributária poderia melhorar a economia em menos tempo, dado que a reforma previdenciária levaria alguns anos para aliviar as contas públicas.

“O problema é priorizar a Previdência como se ela fosse salvar o orçamento do governo agora quando, na verdade, o impacto dela no curto prazo é marginal.”

Será necessário tocar no assunto eventualmente, pondera a professora, mas nos próximos meses é preciso fazer algo que ajude a recuperar a atividade produtiva imediatamente, como reduzir ou simplificar os tributos.

“Quando a gente conversa com empresários, eles reclamam muito do custo das matérias-primas por causa da tributação. Isso diminui a competitividade e eles gastam muito tempo e dinheiro para lidar com sistemas tão complexos.”

Para Mello, em vez de diminuir a arrecadação, tal medida poderia aumentá-la, já que daria novo ânimo ao setor produtivo. A maior produção compensaria a retirada ou mudanças nos tributos, melhorando o caixa do governo.

Depois de um histórico de queda nos últimos anos, a arrecadação federal vê uma lenta retomada desde 2017. Neste ano, até agosto, houve uma alta de 6,9% ante o mesmo período do ano passado, segundo a Receita Federal.

No entanto, é importante lembrar que a carga tributária do Brasil é a maior da América Latina: hoje, ela representa 33% do PIB e não é suficiente para pagar todas as obrigações do Estado.

Mello acredita que só uma ação de corte, sentida rapidamente pelo mercado, poderia melhorar a confiança, estimular investimentos e gerar empregos. Depois das idas e vindas das propostas do governo Temer, só sinalizações de que algo vai mudar não surtiriam efeito.

“Eles precisam confiar que essas reformas vão ser implementadas, que não é mais um desgaste com o Congresso sem qualquer impacto na realidade.”

O mesmo serviria para os consumidores, que perceberiam a redução dos preços dos produtos finais e teriam um incentivo a mais para comprar.

O professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Rossi concorda que apenas otimismo não faz a roda da economia girar. Para ele, também apoiador da reforma tributária como medida emergencial, a ideia de que expectativas positivas antecipam o crescimento é ilusória.

“Não faz sentido o empresário investir porque o governo cortou gasto com a Previdência. Ele investe porque está vendo lucros, demanda.”

Ainda mais importante do que a mudança dos tributos, diz Rossi, é flexibilizar o teto de gastos. Ele argumenta que esse deve ser o carro-chefe da nova agenda econômica.

Em seus discursos como ministro da Fazenda, Henrique Meirelles falava que teto de gastos funcionaria atrelado à reforma da Previdência — Foto: TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

Em seus discursos como ministro da Fazenda, Henrique Meirelles falava que teto de gastos funcionaria atrelado à reforma da Previdência — Foto: TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

Mudar ou manter o teto de gastos

Os economistas se dividem sobre o que fazer com o teto. Para alguns deles, como Rossi, o limite é uma “armadilha” que deixa o governo refém de gastos que só crescem e apertam os investimentos.

“É inviável governar com esse limite, a não ser que o próximo presidente queira fazer uma reconstrução radical do Estado. No ano que vem, quando você não conseguir mais cortar, vai ter que demitir funcionários, terceirizar, asfixiar as instituições públicas.”

O professor vê os investimentos públicos como a principal chave para destravar a economia. Nesse cenário, aumentar o teto e retomar obras paradas, incentivar setores e gastar mais com programas sociais deveriam ser as primeiras medidas do eleito.

“O governo tem, sim, responsabilidade sobre a atividade econômica e deve atuar em momentos de crise. Ele deve estimular o emprego diretamente pelo investimento.”

Para ele, o discurso ajuda, mas a “fadinha da confiança” não existe. Para voltar a investir e consumir, os empresários precisam de estímulo e as famílias, de emprego e renda.

A reforma tributária seria um complemento à mudança no teto, explica Rossi.

Nem sempre a alteração do teto de gastos é a principal ação recomendada pelos economistas. Rogerio Mori, da FGV, diz que ela deve ser feita junto à reforma da Previdência, como uma estratégia para abrandar o aperto do governo afirmando, ao mesmo tempo, que existe preocupação em manter as despesas sob controle.

“Se você só flexibilizar o teto, parece que não está comprometido com nada. É importante a nova equipe mostrar que controla a inflação, ajusta as contas e que não vai só aumentar a carga tributária, o que ninguém aguenta mais.”

Já para Cristina de Mello, da PUC-SP, e Marcela Kawauti, do SPC, é melhor não mexer nisso agora.

Mello acha a regra ruim, mas acredita que sua revogação provocaria uma série de discussões sobre reajustes salariais com funcionários públicos que tiveram suas remunerações afetadas no último ano – o que só atrapalharia o governo neste início.

Kawauti elogia o teto e não gostaria de ver a nova equipe econômica “voltando atrás”. Suavizar a regra, afirma, seria aprofundar o problema fiscal. Ela diz que a ideia é boa e só não está sendo aplicada da melhor forma, já que gastos com a Previdência e com outras despesas estão crescendo progressivamente.

“Se alterarem esse limite, não significa que vão investir mais em Saúde e Educação, mas vão continuar gastando com outras coisas.”

Entraves

Todas as reformas propostas trabalham com um cenário “ideal”, dizem os economistas. Colocá-las na agenda do Congresso e aprová-las pode ser muito mais difícil.

Apesar de contar com a legitimidade fornecida pelas eleições, o próximo presidente pode enfrentar uma forte oposição por causa do cenário de forte polarização do país.

Com tanta tensão à vista, diz Rogerio Mori, da FGV, é aconselhável que o governo apresente suas medidas econômicas “no dia 2 de janeiro”.

“Não tem muito tempo. FHC fez grandes reformas constitucionais e Lula sugeriu a reforma da Previdência do setor público logo no começo, quando ainda tinham a força das urnas. Tem que chegar forte, para criar boas expectativas.”

Outra preocupação é o alto endividamento das famílias, que pode retardar a recuperação da economia. Mesmo que o investimento volte, novas vagas de trabalho apareçam e a renda melhore, o brasileiros ainda precisa pagar o que deve.

Há 63 milhões de pessoas inadimplentes hoje no Brasil, o pior patamar da série histórica do SPC.

Além da quantidade de endividados, o que mais inquieta a economista-chefe do serviço, Marcela Kawauti, é o tipo de dívida: cartão de crédito e cheque especial.

“Metade do endividamento é em relação a bancos. Na parte do cartão e do cheque estão os consumidores que não foram filtrados, que não tiveram a capacidade financeira verificada. O cara vai lá, compra as coisas e não tem uma garantia. Cheque e cartão deveriam ser a última opção, mas não é isso que você vê nas pesquisas.”

Kawauti diz que 7,9% das dívidas dizem respeito a contas de água é luz. A porcentagem é pequena, mas traz um alerta.

“Mostra como o orçamento está apertado, como a situação está crítica. Não me preocupa o número em si, mas o que ele revela.”

FLASHES E BRILHOS

O que o eleitor pode fazer na internet no dia da eleição

Agências governamentais e partidos políticos estão explorando redes sociais para difundir notícias falsas e desinformação  (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

A votação de amanhã (7) tem regras especiais em diversos aspectos na legislação eleitoral. Estas tratam do uso de materiais (como camisetas, adesivos e bandeiras), dos procedimentos eleitorais e da propaganda de candidatos. Contudo, no caso do uso da internet por eleitores, as normas abrem espaço para interpretações diversas. Diante disso, quem for votar deve se informar e ter cautela, alertam especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

A Lei 9.504, de 1997, contendo normas específicas para eleições, proíbe em seu Artigo 39 a boca de urna no dia da votação e “a publicação de novos conteúdos ou o impulsionamento de conteúdos nas aplicações de internet, podendo ser mantidos em funcionamento as aplicações e os conteúdos publicados anteriormente”.

Ao mesmo tempo, a lei (atualizada pela minirreforma eleitoral do ano passado) permite em seu Artigo 57-B a propaganda na internet “por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e aplicações de internet assemelhadas cujo conteúdo seja gerado ou editado por qualquer pessoa natural, desde que não contrate impulsionamento de conteúdos”.

A Resolução 23.551, de 2017, que regulamentou a propaganda eleitoral na disputa deste ano, estabelece, no Artigo 22, que a “livre manifestação do pensamento do eleitor identificado ou identificável na internet somente é passível de limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos”.

A mesma norma afirma que “a  manifestação  espontânea na internet de pessoas naturais em matéria político eleitoral,  mesmo que sob a forma de elogio ou crítica a candidato ou partido político, não será considerada propaganda eleitoral”.

Ausência de clareza
A legislação, por um lado, assegura o direito de livre manifestação do eleitor, inclusive na internet. Por outro, veda um conjunto de condutas no dia da eleição, como a boca de urna, a publicação de novas mensagens e conteúdos impulsionados.

Poderia, então, uma mensagem em uma rede social neste domingo ser considerada boca de urna? Ou só o seria com determinado conteúdo (como, por exemplo, pedido explícito de voto)? As proibições sobre propaganda eleitoral valem para eleitores ou somente candidatos ou partidos? Como isso pode ser averiguado e fiscalizado?

Frente a várias dúvidas deixadas pela legislação eleitoral, a Agência Brasil consultou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em resposta, a assessoria do tribunal informou que “não se pronuncia sobre casos concretos até que eles sejam, efetivamente, objeto de análise e eventual decisão da Corte. Questões de interpretação jurídica, o jornalista deve se orientar junto a advogados da área eleitoral”.

A reportagem consultou professores e advogados especializados em direito eleitoral. E encontrou posições divergentes sobre o tema. “A legislação no que diz respeito à propaganda é muito subjetiva em vários aspectos. Tamanho de bandeira foi definido, foi algo mais objetiva. No mais, muitas coisas ficam no caso a caso”, avalia Alessandro Costa, especialista em direito eleitoral e professor no Instituto de Direito Público (IDP) e no Centro Universitário do Brasília (UniCeub).

Boca de urna?
Na avaliação do ex-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF), Bruno Rangel, as publicações de eleitores na internet não poderiam ser enquadradas como boca de urna.

“Boca de urna não é proibição de falar sobre candidatos. Ela é aquela em que eleitores fisicamente abordam outros eleitores e o constrangem a votar em determinado candidato. Nas redes sociais, você como eleitor não é obrigado a abrir aquela mensagem. Ao mesmo tempo, em que há liberdade de pedir apoio, há também de excluir mensagem. O problema é abordagem física”, comenta.

Já para o advogado eleitoral Gabriel Vilarim a divulgação de mensagens na internet pode ser enquadrada como boca de urna, sendo, assim, passível de punição. Por isso, seria proibida a partir das 22h deste sábado.

“Por mais que a legislação não fale explicitamente, já é pacífico na jurisprudência da Justiça eleitoral que propaganda no dia da eleição é considerada boca de urna. Então, na hora do julgamento do caso concreto, pode ser aplicado extensivamente essas decisões anteriores já tomadas”, afirmou.

Proibições
Uma segunda polêmica seria se as proibições relativas à propaganda eleitoral valeriam também para votantes ou somente para candidatos. Para o advogado especializado em direito eleitoral Ademar Costa, a definição do que pode e do que não pode na web passa por caracterizar o que deve ser considerado propaganda eleitoral.

“Propaganda é o pedido de voto expresso. Defender uma proposta é propaganda? Não é. A crítica a candidatos está liberada. Aí entra em um campo da liberdade de expressão. Propaganda eleitoral é aquilo que quer vender um candidato. Nas redes sociais, o cuidado é evitar postar o número e pedir o voto”, avaliou.

Na opinião do professor Alessandro Costa, a definição de propaganda eleitoral varia conforme o tipo de abordagem nas redes. A manifestação de apoio do usuário “normal” seria permitida. Mas no caso de pessoas com influência fora suas redes (como blogueiros ou os chamados “influencers”), a tentativa de convencer seguidores poderia ser passível de questionamentos.

“Manifestação de apoio do eleitor, a própria legislação diz que é manifestação individual. Contudo, há jurisprudência sobre aqueles que tentem usar seu alcance nas redes sociais. Se você pegar ‘influencers’ e a Justiça Eleitoral ou o Ministério Público verificar que uma manifestação teve repercussão e o teor ultrapassa a manifestação individual, pode ter uma representação no caso concreto”, exemplificou o professor.

Na interpretação do ex-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-DF Bruno Rangel , essas proibições referentes à propaganda eleitoral seriam direcionadas apenas para quem está concorrendo e para partidos. Aos eleitores, valeria a garantia da liberdade de expressão. A exceção seria somente em casos em que a divulgação de mensagens contou com a anuência de um candidato.

Contudo, o advogado alerta que em função da falta de clareza o eleitor deve ter cautela. “Minha opinião é que liberdade de expressão espontânea do eleitor na internet não está cerceada no dia da eleição. Mas recomendo cautela tendo em vista que a Justiça Eleitoral pode vir a interpretar que a restrição da resolução também se direciona aos eleitores”, recomenda.

FLASHES E BRILHOS

ZapZap surfa na onda do WhatsApp e já tem 10 milhões de downloads

O apelido que o WhatsApp ganhou no Brasil acabou sendo inspiração para a criação de outro aplicativo de mensagens: o ZapZap. O app, disponível apenas para Android, foi desenvolvido por um brasileiro em abril de 2014, utilizando tecnologias do rival Telegram, e alcançou a marca de 10 milhões de downloads na Google Play Store. O número é expressivo, mas a título de comparação, o WhatsApp original tem 120 milhões de usuários ativos só no país.

Apesar de ter o mesmo propósito de trocar mensagens, o ZapZap possui funcionalidades para incrementar as conversas, como enviar stickers, mudar as cores do layout, participar de grupos públicos e publicar em um feed no estilo das redes sociais. Conheça, a seguir, as funções do ZapZap que o WhatsApp não tem.

ZapZap é rival brasileiro do Whatsapp — Foto: Rodrigo Fernandes/TechTudo

ZapZap é rival brasileiro do Whatsapp — Foto: Rodrigo Fernandes/TechTudo

Stickers

ZapZap tem stickers para deixar conversas mais divertidas — Foto: Reprodução/Rodrigo Fernandes

ZapZap tem stickers para deixar conversas mais divertidas — Foto: Reprodução/Rodrigo Fernandes

O ZapZap permite adicionar stickers nas conversas. Diferentemente dos emojis ou de fotos, os adesivos são enviados como um ícone solto no chat, demonstrando emoções, geralmente com tom de humor. É possível usar adesivos populares no momento no ZapZap ou adicionar kits de adesivos customizados, como do Ursinho Pooh, do Bob Esponja ou de celebridades, como Lady Gaga. Eles podem ser sincronizados com emojis para serem substituídos ao serem digitados, facilitando o envio.

Mudar cores

ZapZap permite mudar cores do layout do aplicativo — Foto: Reprodução/Rodrigo Fernandes

ZapZap permite mudar cores do layout do aplicativo — Foto: Reprodução/Rodrigo Fernandes

É possível mudar as cores do layout do ZapZap. O aplicativo permite selecionar entre as cores pré-definidas ou criar novos temas com a cor que desejar, selecionando o tom entre uma paleta.

Para alterar a cor do ZapZap, acesse o menu de opções → Opções ZapZap → Alterar Tema.

Grupos públicos

Grupos públicos do ZapZap podem receber até 20 mil pessoas — Foto: Divulgação/ZapZap

Grupos públicos do ZapZap podem receber até 20 mil pessoas — Foto: Divulgação/ZapZap

O ZapZap deixa criar grupos públicos acessíveis a qualquer pessoa, ao contrário dos grupos particulares do WhatsApp. O limite de membros em cada conversa é assustador: 20 mil pessoas. Atualmente, o aplicativo diz ter mais de 150 mil grupos públicos, com temas de interesse variados, como amor, paquera, amizade, entre outros.

Canais públicos

Canais do ZapZap são usados para fazer divulgações — Foto: Divulgação/ZapZap

Canais do ZapZap são usados para fazer divulgações — Foto: Divulgação/ZapZap

Também é possível criar canais públicos em que só o proprietário pode publicar e os assinantes visualizam o conteúdo. O ZapZap informa que possui milhares de canais disponíveis, destinados a divulgação de temas variados, inclusive de anúncios, que podem ser monetizados e gerar renda.

Chat secreto

Conversas secretas do ZapZap tem mensagens autodestrutivas, não permitem prints nem encaminhar mensagens para fora — Foto: Rodrigo Fernandes/TechTudo

Conversas secretas do ZapZap tem mensagens autodestrutivas, não permitem prints nem encaminhar mensagens para fora — Foto: Rodrigo Fernandes/TechTudo

Nos chats secretos, é possível conversar com um amigo com recurso de criptografia de ponta-a-ponta, sem deixar rastros nos servidores. Além disso, o usuário pode ativar um timer de autodestruição de mensagens e desabilitar o encaminhamento de mensagens.

Feed

ZapZap permite publicar em feed parecido com redes sociais — Foto: Divulgação/ZapZap

ZapZap permite publicar em feed parecido com redes sociais — Foto: Divulgação/ZapZap

O ZapZap oferece a opção de publicar mensagens, fotos e vídeos em um feed muito parecido com o de redes sociais, como o Facebook. O usuário pode seguir pessoas e ver suas publicações, assim como receber visitas de amigos. O app permite inclusive saber quem visualizou o seu perfil.

Via ZapZap

FLASHES E BRILHOS

Demora em votação gera longas filas em locais de votação de Natal

Conforme antecipado pela Justiça Eleitoral, os 2,3 milhões de eleitores do RN estão tendo que enfrentar a formação de filas para votação em algumas zonas eleitorais do Estado. Isso acontece pelo pleito requerer seis escolhas (uma para deputado federal, uma para deputado estadual, uma para governador, uma para presidente e duas para senador), número bem superior do processo eleitoral passado, que envolveu apenas duas (prefeito e vereador).

Demora na votação causou filas na Escola Estadual Berilo Wanderley, no Conjunto Pirangi
Demora na votação causa longas filas em Escola do Conjunto Pirangi, bairro Neópolis

Na Escola Estadual Berilo Wanderley, localizada no Conjunto Pirangi, em Neópolis, os eleitores enfrentaram uma espera bem superior ao um minuto e meio estimado para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a escolha dos seis candidatos. A demora causou longas filas.

O engenheiro Glauber Nóbrega, 38 anos, ficou surpreso com a fila que encontrou no local de votação: “Em outros anos, nesse horário, a votação sempre foi bem tranquila. Tinha umas cinco ou seis pessoas… e eu não ficava mais de cinco minutos na fila”.

Longas filas também no Hipócrates, em Candelária
Em Candelária, o Hipócrates Zona Sul foi uma das zonas com formação de filas e princípio de tumulto

A estudante de administração Laiz Amadeu conta que passou mais de uma hora na fila para poder votar, na faculdade Estácio, da Roberto Freire. “A fila estava muito longa e andado muito devagar. Tiveram também que trocar a urna, então demorou ainda mais”, relata a estudante.

A Justiça Eleitoral  orientar que os eleitores compareçam à urna eletrônica com os números dos candidatos nos quais pretendem votar (anotados ou impressos). A orientação vai ser dada para evitar transtornos, diante da expectativa de que alguns tenham dificuldades na hora da votação, o que pode implicar na possibilidade de formação de filas.

O eleitor também pode, no site do TSE na internet, acessar um link onde pode simular o seu voto e até tirar uma “cola” para levar no dia da eleição à seção eleitoral.

Confira o vídeo com o registro das longas filas formadas na Escola Estadual Berilo Wanderley:

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