DoSol mira na vanguarda indie
Para a produtora Ana Morena, idealizadora do Festival Dosol ao lado de Anderson Foca, tão especial quanto ver o evento completar 15 anos, é ver que o projeto está forte e antenado com a produção nacional independente. “Quando a gente começou lá atrás, dentro do Blackout, na Ribeira, com apenas 10 bandas locais, era impossível imaginar que chegaríamos a uma data tão importante. Hoje estamos com um mostra principal com mais de 50 atrações do Brasil inteiro. Podemos contar com uma cena local aquecida e trazer algumas bandas grandes. É bonito ver esse amadurecimento”, conta a produtora, que também é baixista das bandas Camarones e Talma&Gadelha, ambas presentes na programação.
Com um som mais de vanguarda, pode-se citar os paulistas Metá Metá, Hurtmold e, com levada mais lounge, a Bratislava. No rock descontraído marcam presença Huey (SP), Camarones (RN) e Joseph Little Drop (RN. Com trabalho mais de canção, estão cantoras como Angela Castro (RN), Céu (SP) e Letrux (RJ). Ainda vale o destaque para nomes como Luísa e Os Alquimistas (RN), Potyguara Bardo (RN), Canto dos Malditos na Terra do Nunca (BA), Carne Doce (GO), Molho Negro (PA), Facada (CE), Merdada (ES/CE), Skarimbó (RN), Baleia (RJ) e Orquestra Greiosa (RN).
Ana também ressalta outra novidade. “Neste ano vamos ter uma abertura especial. Algo que nunca fizemos, que é trazer a Nação da Zamberacatu (RN) para uma abertura percussiva. Temos acompanhado o pessoal desde o começo do ano. Tem tudo para ser um dos momentos mais bonitos. O som deles é muito poderoso”.
Outro aspecto que norteia a seleção das atrações é o formato do evento, que não comporta bandas que requerem uma estrutura complexa. “Queremos as pessoas todas juntas. No backstage é assim. Na verdade no festival inteiro é assim. Artistas e público tem contato direto, estão misturados. Aquelas bandas que requerem uma montagem exclusiva de palco, a gente não tem estrutura para atender. Então nós escolhemos as bandas que pensam parecido com a gente, que curtem esse tipo de formato. E com relação a grande quantidade de atrações, o motivo é simples: é muito difícil captar recursos, montar a logística de um festival, então a gente aproveita ao máximo essa estrutura de palco, som e divulgação para dar visibilidade ao maior número de bandas possível, principalmente as potiguares”.
O festival vai acontecer pelo segundo ano consecutivo no Beach Club, na Via Costeira, um espaço com capacidade para receber até 4 mil pessoas por dia. No lugar serão montados quatro palcos de tamanhos diferentes. Alguns shows são simultâneos. A programação começa sempre às 16h e vai até a madrugada. “O Beach Club foi um achado. Juntamos aquilo que o festival já tem, que é a união, o todo mundo junto e misturado, artistas e público, com a coisa da praia, da brisa, do mar. E acho que vai ser muito bonito novamente. Teremos o momento do pôr-do-sol, umas áreas gramadas para o pessoal sentar e assistir uma banda legal com o mar atrás”.
Além do Festival, nos dias 24 e 25, outras dez datas no mês de novembro serão contempladas com shows de bandas locais e de outros estados. As apresentações – algumas gratuitas – vão acontecer em três espaços da cidade: C.C.Dosol (Ribeira), El Rock (Candelária) e Bar do Zé Reeira (Cidade Alta).
“Resolvemos fazer um mês de programação, com mais de dez apresentações que acontecem antes e depois da mostra principal. Tem sideshow de rock, rap, voz e violão. É uma programação diversificada e cheia de gente”, conta Morena.
Dentre as bandas já escaladas para essa programação estão Boogarins (GO), Deaf Kids (RJ), Máquinas (CE), Ana Mulller (ES), Nervecell (Dubai) e Zimbra (SP). Algumas surpresas também estão previstas e serão anunciadas na hora certa. “Cada vez mais vamos espalhar o festival. Tivemos vários aquecimentos neste ano. Fizemos eventos em São Paulo e Brasília. Quanto mais coisas acontecendo em mais lugares na cidade melhor. Democratiza e abrange a arte”.
Ana Morena lamenta ter deixado o interior do RN de fora da programação pelo segundo ano seguido. “Recuamos por causa de questões financeiras, mas em 2019 não passa”, afirma a produtora. Ela anuncia uma novidade para o ano que vem. Trata-se de um projeto antigo do Dosol, o Festival Natal Instrumental. “É um projeto muito querido. Já fizemos duas edições dele em anos anteriores e está certo que vamos retomar em 2019”.
O Festival Dosol 2018 tem o patrocínio da Oi, através da Lei Câmara Cascudo do Governo do RN, Natura Musical, Red Bull Músic e Spotify. Os ingressos para todas as datas já estão à venda pelo site Sympla.