FLASHES E BRILHOS

Seis coisas que você não deve fazer no WhatsApp

Parte do cotidiano do brasileiro, o WhatsApp exige alguns cuidados para uma experiência longe de problemas. O aplicativo de mensagens para Android e iPhone (iOS) oferece recursos de segurança importantes que podem ser ativados pelos usuários, como a verificação em duas etapas e o backup de mensagens. Boas práticas durante sua utilização, como ficar atento a links suspeitos e evitar envio de dados sensíveis, também fazem a diferença no dia a dia. Confira, na lista a seguir, o que não fazer no WhatsApp durante o uso do mensageiro.

Saiba o que não fazer no WhatsApp — Foto: Marvin Costa/TechTudo

Saiba o que não fazer no WhatsApp — Foto: Marvin Costa/TechTudo

1. Abrir e compartilhar links suspeitos

Abrir qualquer link recebido pelo WhatsApp, sem qualquer avaliação, é dor de cabeça na certa. Se o envio foi feito por um desconhecido ou alguém com quem você tem pouco contato, desconfie. Mas, mesmo quando a mensagem vem de um parente ou amigo confiável, é preciso ter cautela, já que o link pode ser malicioso sem o conhecimento do usuário.

Ao se deparar com um link no app, observe bem a sua composição e questione: é um site conhecido? Há algo de estranho nos caracteres? No contexto da conversa, faz sentido o envio do link? Esses podem ser indicadores de spam, vírus e outras coisas indesejáveis. Na dúvida, vale também perguntar a quem mandou o link. Para evitar esse tipo de situação, o WhatsApp está testando um recurso para ajudar nessa análise.

Prints do WhatsApp com recurso de links suspeitos em funcionamento — Foto: Reprodução/WABetaInfo

Prints do WhatsApp com recurso de links suspeitos em funcionamento — Foto: Reprodução/WABetaInfo

2. Esquecer de ativar a verificação em duas etapas

Um mecanismo importante para aumentar sua segurança no WhatsApp é a autenticação em duas etapas. Com ele, qualquer tentativa de verificar o número de telefone no aplicativo deve ser acompanhada de uma senha de seis dígitos escolhida pelo próprio usuário. A funcionalidade está disponível para smartphones Android e iPhone(iOS). Para ativá-la, abra o WhatsApp, acesse “Configurações” → “Conta” → “Verificação em duas etapas” → “Ativar”. Também é possível cadastrar um e-mail para desabilitar a função caso você esqueça a senha.

WhatsApp tem verificação em duas etapas — Foto: Aline Batista/TechTudo

WhatsApp tem verificação em duas etapas — Foto: Aline Batista/TechTudo

3. Usar o WhatsApp Web em qualquer PC

O WhatsApp Web, que permite o uso do app de mensagens pelo navegador, pode ser muito prático para quem passa muito tempo no computador. Porém, alguns cuidados são necessários para manter a sua privacidade e segurança.

Evite utilizar o serviço em máquinas de outras pessoas ou de uso coletivo. Se realmente precisar, ao final, tenha certeza de que saiu de sua conta. Caso contrário, outros usuários poderão visualizar as suas mensagens. Além disso, no computador, o usuário pode ficar exposto a softwares maliciosos e sites falsos que se passam pelo mensageiro.

WhatsApp Web permite o uso do app pelo computador — Foto: Lucas Mendes/TechTudo

WhatsApp Web permite o uso do app pelo computador — Foto: Lucas Mendes/TechTudo

4. Ativar o download automático de mídias

Caso você não tenha um plano com dados de sobra ou bastante espaço no celular, desative já o download automático de mídias via rede 3G/4G ou Wi-Fi. Os vídeos, fotos e áudios recebidos pelo WhatsApp podem consumir uma quantidade enorme de dados e armazenamento. Configure o app para que você tenha que optar pelo download de cada mídia ao receber as mensagens. Dessa forma, você poupa memória do seu smartphone e garante mais Internet durante o mês.

Para fazer esses ajustes, acesse “Configurações” → “Dados e armazenamento” → “Download automático”. O caminho vale para celulares Android e iPhone. Há diversas opções para atender às necessidades dos usuários, que podem escolher, item a item, se o aplicativo deve ou não baixar fotos, áudio, vídeos e documentos, na rede de dados e via Wi-Fi.

Download de todas as mídias do WhatsApp desativado na rede de dados  — Foto: Reprodução/Raquel Freire

Download de todas as mídias do WhatsApp desativado na rede de dados — Foto: Reprodução/Raquel Freire

5. Desativar o backup automático

Com o backup de conversas do WhatsApp, os usuários não correm o risco de perder suas mensagens e arquivos caso o celular tenha um problema ou seja roubado, por exemplo. O recurso é útil ainda simplesmente para a troca de aparelhos. Para isso, no app para Android ou no iPhone, vá até “Configurações” → “Conversas” → “Backup de conversas” para ativar ou configurar a função. Depois, todas as suas informações estarão guardadas para caso necessite resgatá-las novamente.

Vale lembrar que o WhatsApp terá backup ilimitado em breve via Google Drive, para celulares Android.

WhatsApp terá backup ilimitado no Android em breve — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

WhatsApp terá backup ilimitado no Android em breve — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

6. Descuidar-se ao compartilhar informações sensíveis pelo mensageiro

O WhatsApp protege mensagens e chamadas automaticamente com criptografia de ponta-a-ponta, para que ninguém possa ter acesso a elas. O aplicativo é considerado bastante seguro nesse sentido, porém, há quem acredite que existem vulnerabilidades no serviço. Além disso, dados pessoais podem ser compartilhados indevidamente por outros usuários, uma vez que não há como controlar quem pode visualizar o conteúdo repassado. Portanto, é melhor se prevenir e evitar a troca de informações sensíveis pelo app, como dados pessoais, documentos, senhas e endereços.

Evite a troca de informações sensíveis via WhatsApp  — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

Evite a troca de informações sensíveis via WhatsApp — Foto: Anna Kellen Bull/TechTudo

Coluna Versátil News

Desemprego recua para 12,1% em agosto, mas ainda atinge 12,7 milhões de pessoas, diz IBGE

G1

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,1% no trimestre encerrado em agosto, mas ainda atinge 12,7 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a quinta queda mensal seguida e trata-se da menor taxa de desemprego registrada no ano.

O contingente de desempregados é 4% menor que o registrado no trimestre encerrado em maio (529 mil pessoas a menos). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando havia 13,1 milhões de desempregados no país, a população desocupada caiu 3,1% (menos 406 mil pessoas).

O resultado ficou ligeiramente melhor do que a média das expectativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava uma taxa de 12,2%.

Coluna Versátil News

PIS/Pasep: hoje é último dia para saque das cotas; saiba se você tem direito ao benefício

Saque do PIS
Saque do PIS Foto: Mônica Imbuzeiro
Extra

O prazo para sacar os recursos da cota do PIS/Pasep para quem tem menos de 60 anos termina nesta sexta-feira e, segundo o Ministério do Planejamento, não há possibilidade de prorrogação do período de retirada. De acordo com a pasta, a data limite está fixada na lei que possibilitou a ampliação do saque aos trabalhadores cotistas. Tem direito ao benefício quem trabalhou em empresas privadas ou no setor público de 1971 a 1988. Para os demais, que atendem a um dos critérios habituais (veja abaixo), o saque continuará liberado após o dia 28 de setembro.

Segundo a Caixa Econômica Federal, mais de quatro milhões de pessoas com menos de 60 anos que têm direito ao benefício ainda não resgataram suas cotas do PIS, contabilizando R$ 5,7 bilhões disponíveis para saque.

Coluna Versátil News

Veja como saber se você está entre os eleitores que tiveram o título cancelado por faltar à biometria

G1

Mais de 3 milhões de brasileiros não poderão votar nas eleições de 2018 porque não fizeram o cadastramento biométrico e tiveram seus títulos eleitorais cancelados.

É possível consultar a situação do seu título de eleitor no site do TSE. Nesta quinta (27), a plataforma passa por momentos de instabilidade, segundo o órgão.

A situação dos eleitores com títulos cancelados por conta da biometria foi revelada em uma reportagem publicada pelo G1 no dia 15 de setembro. O levantamento apontou que mais de 3 milhões de eleitores tiveram os títulos cancelados durante o ciclo 2017-2018 por terem faltado ao cadastramento biométrico em cidades em que o processo era obrigatório.

Coluna Versátil News

OUTBACK ESTENDE ENCONTRO DOS FAVORITOS ATÉ 14 DE OUTUBRO

Crédito das fotos: Danilo Quadros

Fãs ganham mais tempo para curtir as releituras dos pratos icônicos em todos os restaurantes da marca no Brasil

Ainda não provou o maior encontro de todos os tempos? O Outback Steakhouse dá aos clientes mais chances para experimentar o menu que está dando o que falar: o Encontro dos Favoritos. Com versões inéditas dos pratos mais amados da marca, como as Ribs On the Barbie e o clássico brownie do Chocolate Thunder from Down Under®, o Encontro dos Favoritos foi prorrogado e fica disponível até o dia 14 de outubro.

FLASHES E BRILHOS

No alto de seus 87 anos, Palmirinha acaba de ser contratada pela Globo

 Palmirinha Onofre é a nova contratada da Globo (Foto: Divulgação/Veja)
Palmirinha Onofre é a nova contratada da Globo (Foto: Divulgação/Veja)

Palmirinha Onofre com 87 anos de idade, sendo bons deles dedicados a culinária e ao mundo da TV, acaba de ser a mais nova contratada da Globo. Segundo o site Notícias da TV, a vovó mais amada do Brasil fechou contrato com o canal pago GNT, que pertence ao grupo Globo.

No caso, Palmirinha será uma espécie de consultora do reality show Chef ao Pé do Ouvido, uma espécie de MasterChef , que vai estrear no próximo ano no canal pago. Como Palmirinha está com 87 anos e não tem toda aquele vitalidade do passado, a vovó fará gravações rápidas diretamente da casa dela.

A ideia é que Palmirinha dê dicas de como preparar pratos, além de falar sobre a importância da segurança no uso de utensílios da cozinha. O GNT da Globo, por enquanto, faz suspense, sobre mais detalhes do programa ou o número de participantes. Palmirinha, por exemplo, teve que assinar um contrato no qual ela fica proibida de falar sobre a novidade. A apresentação do novo programa ficará por conta da influenciadora digital Thaynara OG.

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No Prêmio Multishow 2018, Tatá Werneck e Anitta ‘repetem’ looks usados por outras famosas

Anitta e Tatá Werneck comandaram o Prêmio Multishow 2018. (Foto: Reprodução)

Anitta e Tatá Werneck foram as apresentadoras do vigésimo quinto Prêmio Multishow, exibido na noite da última terça-feira, 25, em todas as plataformas do canal de TV por assinatura. A festa premiou diversos cantores, como Ivete Sangalo, Marília Mendonça e Luan Santana.

Nas redes sociais, o look usado por Anitta e por Tatá Werneck chamaram a atenção e demonstraram uma certa inspiração das duas. Tatá se baseou em um modelito usado por Ivete Sangalo com um decote em ‘v’. A única diferença é que a atriz e apresentadora preferiu esticar um pouco mais a peça, pois o maridão (Rafael Vitti) estava por ali.

Ivete Sangalo e Rihanna serviram de inspiração para as apresentadoras. (Foto: Reprodução)

Já Anitta, foi até a gringa buscar inspiração. A morena, que está separada do empresário Thiago Magalhães, optou por um look sensual de couro com cinto e uma fivela gigantesca. Rihanna também já usou algo muito parecido durante o lançamento do seu perfume exclusivo.

De acordo com informações do jornalista Leo Dias, do Fofocalizando, a assessoria da Anitta é a mesma do grupo Atitude 67, do qual Leandro faz parte. Nas redes sociais o beijo é apontado como golpe de marketing para o grupo de pagode e também para Anitta colocar fim no nome do ex, Thiago Magalhães.

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600 mil recorrem à informalidade

Por de trás da Casa de Saúde São Lucas, no bairro de Petrópolis, em Natal, o vendedor ambulante Samuelson da Costa, 44 anos, tornou-se presença certa nas tardes de segunda à sexta. Costuma chegar às 13h com o seu carro, modelo Parati de cor preta, carregado de bolos, tortas, salgados, sucos e comidas regionais, e só sai quando vende tudo. Têm dias que isso não demora a acontecer, segundo relata: os clientes conquistados pelo simpático vendedor fazem fila no início da tarde para levar os seus produtos para casa. “Graças a Jesus, as coisas estão dando certo”, afirma sorridente, ao falar das vendas.

Samuelson da Costa vende salgados, bolos e comidinhas na rua por trás da Casa de Saúde São Lucas, em Petrópolis

Samuelson da Costa vende salgados, bolos e comidinhas na rua por trás da Casa de Saúde São Lucas, em Petrópolis

O autônomo é um entre os mais de 600 mil trabalhadores informais do Rio Grande do Norte, que se dedicam a ocupações sem garantias de previdência e outros direitos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A parcela significa quase a metade dos 1,3 milhão de pessoas que têm alguma ocupação de renda no estado. Desde 2015, início da crise econômica, esse número está em crescimento.

Cobrador de ônibus durante nove anos e oito meses, Samuelson mudou de trabalho há um ano e dois meses, depois de passar um período desempregado. “Deixei de ser cobrador e comecei a entregar currículos em outras áreas, mas foi na época da crise econômica e não consegui nada”, relembra. Com uma larga experiência no transporte coletivo, queria procurar outra área para se sustentar. “Aí minha esposa lançou o desafio: por que não vender produtos?”.

Aceitou o desafio e começou  a venda  com salgados, bolos e refrigerantes. O local escolhido para improvisar o seu ponto de vendas foi a rua atrás da Casa São Lucas, lugar de trabalho da esposa. Assim a divulgação do trabalho ficaria mais fácil. Foi ganhando clientes aos poucos – a maior parte funcionários do hospital – e hoje é conhecido por todos. “A divulgação foi boca a boca”, diz. “Hoje, o pessoal todo já conhece, e eu já tenho clientes até de outros locais de trabalho aqui perto”.

Samuelson se tornou tão conhecido, junto com a esposa Naide, que começaram a expandir a lista de produtos e serviços oferecidos. Em 14 meses, passou de três para mais de oito. Hoje, o homem, além de vender no ponto montado, faz encomendas de tapiocas recheadas, cuscuz, tortas doces e salgadas, munguzá, arroz doce, mais de três sabores de bolo, refrigerantes, salgados e sucos variados.

Com exceção do refrigerante e do salgado, o restante é preparado por Naide. Todos os dias, antes de ir para o trabalho, a técnica em enfermagem prepara os produtos em casa. A tarde, a mulher passa a atuar no Centro Cirúrgico do São Lucas e Samuelson vende. Quando acaba de vender, o autônomo aproveita para lavar a louça de casa e evitar trabalho de limpeza no outro dia, e, se for o caso, vai ao supermercado para comprar os produtos que vai necessitar. Às 19h, volta para buscar ao São Lucas para buscar a esposa.

O casal tem se dado bem com a rotina. Naide, segundo conta o marido, é “uma boleira de mão cheia” e “sempre soube cozinhar”, mas nunca havia trabalhado com vendas. As únicas encomendas eram para os familiares. “Aprendeu tudo sozinha e hoje faz sucesso”, elogia. Para dar o descanso à esposa, escolheu trabalhar de segunda à sexta. Os fins de semana e feriado não estavam valendo a pena. “No fim de semana estava vendendo pouco”, explica. “E eu também prefiro não trabalhar por conta da minha esposa, que é a responsável pelos produtos. Ela merece um descanso”.

Fazendo um balanço, Samuelson não se arrepende de ter topado o desafio da esposa. Juntos, conseguem a renda da casa, composta somente pelos dois – o casal não tem filhos. “Isso aqui está dando certo primeiramente por conta de Deus e, depois, dos amigos”, relata. “Hoje, eu consigo pagar as despesas do mês direito e estou melhor do que quando estava dentro da área de transporte coletivo”. Se pensa em largar? “Só se aparecer uma proposta muito boa, mas eu penso no hoje. E, hoje, eu estou satisfeito”.

Do bugre à parati
Quando decidiu se tornar vendedor autônomo, um obstáculo se postou diante de Samuelson: como transportar os produtos e onde montá-los? Nem ele, nem a esposa tinham veículo para isso. A solução foi um bugre inutilizado do irmão, dado para ajudá-los.

Nos primeiros meses, era na traseira do bugre cor de vinho, já velho, que as vasilhas e bandejas de produtos eram colocadas para a venda. Aos poucos, o vendedor juntou dinheiro e comprou uma parati, em estado mais novo. É na mala do carro que os produtos são colocados em exposição. “Daqui a uns quatro anos eu quito, mas ficou melhor porque é um carro que cabe mais coisa”, relata.

O carro é utilizado também para o lazer do casal. Ele facilitou a vida de Samuelson para comprar os ingredientes e melhorar o deslocamento. Outro fator positivo foi a segurança. “O bugre é um carro aberto, os produtos ficavam todos lá, mas nunca aconteceu nada não, ainda bem”, relembra, aos sorrisos.
Por trás dos números 
A série “Por trás dos números – Emprego” traz, nesta última semana do mês de setembro, reportagens sobre a vida das pessoas que estão em diversas situações de ocupação. Nesta quarta-feira, abordamos os trabalhadores que atuam na informalidade.

Rio Grande do Norte
627 mil trabalhadores estão em situação de trabalho informal no Rio Grande do Norte

1.330.000 pessoas tem alguma ocupação no estado

Fonte: IBGE

FLASHES E BRILHOS

Diploma não é garantia de emprego

O taekwondo surgiu na vida de Fábio Matias em 2007 e ganha cada vez mais importância desde então. O potiguar começou a dar aulas da modalidade em escolas de Natal com apenas três anos de prática e, em 2012, iniciou a graduação de Educação Física para se qualificar e seguir em definitivo na área. A formação e as aulas ministradas se tornaram inconciliáveis por causa do horário. Fábio teve que trocar de emprego e hoje, um ano depois de formado, insere-se entre 1,3 milhão de brasileiros com ensino superior completo que ingressaram no mercado de trabalho entre 2014 e 2017 em funções que exigem somente o ensino médio.

Fábio Matias prefere trabalhar na área de formação: “dar aulas me satisfaz, é algo que eu gosto e faço com maior prazer”

Fábio Matias prefere trabalhar na área de formação: “dar aulas me satisfaz, é algo que eu gosto e faço com maior prazer”

 

Os dados são de um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Diesee) no ano de 2017. Não há números regionais. O estudo mostra que grande parte dos profissionais desempregados empreendem ou aceitam trabalhos com menor nível de especialização. No caso de Fábio, o problema não foi diretamente o desemprego: quando se graduou, em julho de 2017, já ocupava a vaga de atendente online em uma empresa de telecomunicação. Entretanto, a mudança, para retornar para a área de Educação Física, está sendo um desafio.

“Dar aulas me satisfaz, é algo que eu gosto e faço com o maior prazer”, declara o educador físico, de 30 anos. “Mas desde que eu me formei ainda não consegui uma vaga de emprego na área, apesar de estar distribuindo currículos e me preparando para fazer concursos públicos”.

Professor de taekwondo mesmo sem a formação superior, Fábio chegou a dar aulas em três escolas de Natal, localizadas na zona Norte.  A carga horária dependia do dia, mas, na maior parte da semana, as aulas findavam somente às 17h. Depois que passou a fazer Educação Física em uma faculdade particular localizada na zona Sul, começou a se prejudicar. As aulas começavam às 18h. Entre a hora em que era professor e a em que era aluno, precisava se arrumar para a aula e atravessar a cidade de ônibus. Não havia tempo e era normal chegar trinta minutos atrasado.

Nas três escolas, Fábio tinha contrato de prestação de serviço, sem carteira assinada. Pesou os prós e contras de se manter neles e trancar o cursos superior ou procurar outras áreas para trabalhar, permanecendo no emprego. Optou pelo segundo e acabou sendo aceito por uma empresa de telecomunicação com atuação no estado, com o horário de trabalho entre às 8h e às 14h. “Passei a ganhar menos, mas consegui carteira assinada e podendo ir para as aulas, conseguir terminar o curso”, relata.

A formação veio em julho de 2017. Um ano depois, ele continua no mesmo cargo na empresa de telecomunicação, com duas tentativas frustradas de promoção. Mas, hoje, sente-se mais qualificado dentro da educação física para procurar empregos mais rentáveis na área. Não há muito tempo, fez entrevistas para escolas. Agora, aguarda a resposta, com a expectativa de voltar a ser professor – seja de educação física geral ou somente da modalidade em que luta há 11 anos.

No rastreio das vagas, Fábio vê o mercado de educação física um pouco restrito, mas não desanima. Se a vaga em que fez a entrevista der certo, já sabe que vai trocar de emprego. “Vou passar a ganhar semelhante, mas terei folgas nos feriados e fins de semana e um horário de trabalho melhor”, avalia. “Sai mais em conta”. Isso também possibilitaria ele voltar a atuar em mais de uma escola, o que aumentaria a sua renda.

Outra opção são os concursos – “um pouco restritos para a educação física, mas que sempre tem vagas” – de professor e de outras áreas fora da educação, como a Polícia Militar e a Polícia Federal. A área de segurança é outra do seu interesse, desde que serviu obrigatoriamente o Exército, aos 18 anos.

Ainda na espera dos resultados e de lançamento dos editais, o que Fábio sabe, com certeza, é que permanecer no seu cargo hoje não é algo que pensa a longo-prazo. “Eu vejo outras oportunidades, até mesmo o mestrado”, diz. “Quando eu era mais moleque, não pensava em educação física, mas isso foi mudando ao longo do tempo e hoje é uma área em que eu me encontrei”.
Por Trás dos Números
A série “Por trás dos números – Emprego” traz, nesta última semana do mês de setembro, reportagens sobre a vida das pessoas que estão em diversas situações de ocupação. Nesta quinta-feira, abordamos os trabalhadores com formação superior que ocupam vagas que exigem qualificação de ensino médio ou semelhante.

Brasil
2,2 milhões de pessoas com formação de ensino superior ingressaram no mercado de trabalho no Brasil entre 2014 e 2017,

1,3 milhão passou a ocupar vaga em funções que exigem somente o ensino médio

Fonte: Dieese

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