Financiamentos em energias renováveis no RN podem chegar a R$ 4,1 bi

Em menos de uma década, o volume de recursos disponibilizados pelo Banco do Nordeste através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) às empresas de geração de energia eólica e fotovoltaica instaladas no Rio Grande do Norte bateu R$ 2,67 bilhões. Até o fim deste ano, porém, caso todos os contratos em processo de análise sejam aprovados, esse valor poderá crescer 55% e chegar à monta de R$ 4,1 bilhões. O Rio Grande do Norte lidera, em nível nacional, a produção e a capacidade de geração de energia eólica e desponta como um potencial produtor de energia a partir da matriz solar.
Financiamentos de eólicas sob análise ampliarão números no RN
Financiamentos de eólicas sob análise ampliarão números no RN

“Considerando a expectativa de aumento nos níveis de consumo de energia ao longo das próximas décadas, é de grande relevância se adotar ações concretas desde já no sentido de ampliarmos a matriz energética nacional. Além de contribuir com o meio ambiente, essa iniciativa proporcionará mais segurança ao desenvolvimento do País”, destaca o superintendente do Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte, Fabrizzio Feitosa. A expectativa da Superintendência do banco, em Natal, é de fechar contratos, ainda este ano, que somam R$ 1,47 bilhão na rubrica energias renováveis do FNE no estado.

De acordo com dados do banco, no primeiro ciclo de financiamentos, de cinco anos, foram aplicados R$ 1,18 bilhão em parques eólicos no estado. Os empreendimentos foram instalados nos municípios de Guamaré, Areia Branca e João Câmara. O crescimento das empresas de energia éolica no estado merece destaque quando avaliado o valor de financiamentos de novos parques entre janeiro e setembro deste ano: exatamente o mesmo desembolsado no quinquênio referente ao primeiro ciclo de desembolsos para tais indústrias. Este ano, nos primeiros nove meses, foram financiados R$ 88 milhões para uma usina fotovoltaica em Assu e pouco mais de R$ 1 bilhão empregado em parques eólicos e ao menos uma linha de transmissão.

Em relação à geração fotovoltaica, os primeiros investimentos via Banco do Nordeste remontam ao ano de 2014. Porém, a partir de 2016, com a criação do FNE Sol, é que a instituição bancária passou a dispor de estatísticas consolidadas.

Em 2016, foram 18 operações e R$ 5,1 milhões financiados; em 2017, 59 operações num montante de R$ 9,9 milhões; e em 2018, até 30 de setembro, 47 operações e quase R$ 7 milhões em contratos. São 124 pequenas plantas solares financiadas pelo Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte, chegando ao montante de R$ 22 milhões em créditos.

“Os pleitos têm sido predominantemente destinados às micro e pequenas empresas em todo o Estado e dedicados às atividades de comércio e serviço, incluindo hospedagem. Embora em pequena quantidade, já existem financiamentos para empreendimentos industriais, agroindustriais e atividades rurais mais simples. Estamos animados em poder levar a ideia da energia limpa a todo o RN”, declara o gerente da Célula de Desenvolvimento Territorial, Agnelo Peixoto Neto.

Conforme Peixoto Neto, existe demanda de mais 60 projetos de FNE Sol em negociação e/ou tramitação no Banco do Nordeste no Rio Grande do Norte, que somam mais de R$ 15 milhões em financiamentos.

Apoio governamental

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales de Araújo, afirma que o Governo do Estado vem ampliando o apoio ao setor de geração de energia renovável, mas precisa ir além. “Eu acredito que o Estado está apoiando empresas na área de energia, criando infraestrutura. Há uma preocupação com as linhas de transmissão que deve ser permanente. A governadora (eleita Fátima Bezerra) também disse que é um assunto que interessa ao Estado, pois ocupamos o primeiro lugar na geração de energia eólica e fotovoltaica”.

Sales destaca, ainda, que que o reflexo dessa grande produção de energia deve chegar ao consumidor final, com preço menor, e também às indústrias que estão estabelecidas no estado. “É um pleito nosso, da Federação das Indústrias, que a gente possa oferecer às empresas que aqui cheguem uma energia mais barata e competitiva. Nas indústrias, o custo com energia representa, depois da matéria e mão de obra, um custo bem acentuado. Principalmente na indústria de transformação”, ressalta o presidente da FIERN.