Governo do RN Gestores debatem sobre o teletrabalho na pandemia em live promovida pela SeadGestores debatem sobre o teletrabalho na pandemia em live promovida pela Sead

A Secretaria de Estado da Administração (Sead), por meio da Escola de Governo (EGRN), iniciou nesta terça-feira (14) o projeto “Gestão Pública em Pauta”, que consiste numa série de lives com autoridades, professores e especialistas renomados para debater temáticas atuais relacionadas à gestão pública. O assunto da transmissão de estreia, que contou com a participação de aproximadamente 180 espectadores, foi “Home Office na Administração Pública nos tempos da pandemia”.

O bate-papo foi realizado entre o secretário estadual de Tributação (SET), Carlos Eduardo Xavier,  e o coordenador da Escola de Tecnologia da Informação, Hideljundes Macêdo. A mediação foi feita pela doutora em Educação e assessora técnica da EGRN, Lúcia Pessoa. Durante quase uma hora, os convidados falaram sobre como servidores públicos devem lidar com o teletrabalho – especialmente o da modalidade home office, a busca pela produtividade e as dificuldades que surgiram por causa dessa nova forma de prestação do serviço público. 

O titular da SET lembrou que a pandemia do novo coronavírus fez com que a mudança para o teletrabalho ocorresse de forma inesperada. Uma mudança na qual ninguém tinha planejado ou estava muito preparado, sobretudo no âmbito da administração pública, mas que aconteceu e com a qual deve se tirar proveito. “Nosso servidor que está em casa, não foi por opção; foi por motivos de proteção desse servidor. Não foi uma situação preparada, planejada”, frisou o secretário. No entanto, ele ressaltou que o o home office tenha sido a maior revolução desse momento. “Acredito que nesses quatro meses avançamos o que levaríamos talvez cerca de 5 a 10 anos para conquistar”. 

Carlos Eduardo Xavier citou a experiência da Secretaria da Tributação com relação ao atendimento ao público durante a pandemia no Rio Grande do Norte. Ele disse que, desde quando foi autorizado o teletrabalho por força de decreto estadual, muitos servidores da pasta ficaram trabalhando de casa. Isso fez com que a SET totalizasse nesse período mais de 15 mil atendimentos por meio de e-mails e 5 mil atendimentos por meio de aplicativo de mensagens. “Quanto tempo temos essas tecnologias à nossa disposição! Mas aplicando como atendimento público é uma novidade. Sou um entusiasta do teletrabalho e o êxito que estamos conseguindo é um ponto positivo dentro da pandemia”, complementou.

Modalidade home office

Para Macêdo, que é analista de sistemas e mestre em Gestão Pública, o indivíduo que foi posto em teletrabalho na modalidade home office deve se preocupar com alguns pontos a fim de entregar melhores resultados. Segundo ele, o primeiro passo é encontrar e preparar um lugar dentro de casa que se torne o ambiente de trabalho, assim como conversar com os familiares que residem no mesmo domicílio para que entenda a nova sistemática do lar. “As pessoas que convivem com você tem que entender o seu envolvimento e comprometimento com as suas atividades profissionais. É preciso avisar a todos, pois as interrupções podem atrapalhar seu trabalho”.

Manter a motivação  também é muito importante. Hideljundes Macêdo destacou que, por mais que tenhamos a tecnologia a nosso favor, faltam as emoções, os estímulos. “É preciso criar estímulos para que a sua motivação não caia, mas não distrações demasiadas que te desviem do trabalho. A mente precisa de pequenas distrações, mas não demais para não serem prejudiciais para sua produção. Precisamos colocar isso na balança”, disse.

Outro ponto abordado pelo coordenador da Escola de TI se refere aos recursos tecnológicos acessíveis aos servidores enquanto atuam no home office, os quais na maioria das vezes não são os mesmos disponíveis no escritório presencial. “Todos esses recursos precisam ser avaliados. Nós dependemos de tecnologia e temos que gerenciar esses recursos”, ponderou Macêdo.  

Para gerenciar tudo isso existem várias ferramentas, apesar de muitas delas serem pagas e não estarem presentes na Administração Pública. “É preciso a partir de agora pensar nessas ferramentas. É importante pensar numa maneira ágil de trabalhar, reuniões rápidas, tarefas pequenas fáceis de realizar. Os gestores públicos estão acostumados com reuniões longas que nem sempre rendem o resultado esperado. Com equipes pequenas de 4 a 8 pessoas, no máximo, você consegue pontuar e realizar melhor as tarefas”, colaborou. 

Produtividade

A questão da produtividade foi discutida como ponto central para se pensar na normatização do teletrabalho. “Precisamos evoluir na questão de aferição de produtividade, ter ferramentas de produtividade. O servidor pode escolher o horário para realizar suas tarefas e cumprir os prazos”, pontuou o secretário de Tributação.

Segundo os debatedores, a forma de trabalho remota já é considerada uma tendência irreversível. Inclusive, muitos trabalhadores tiveram uma produtividade melhor em sistema de home office. “O grande desafio hoje é aferir e ter o tempo certo para cada coisa”, disse Hildeljundes Macêdo.

“A gestão pública está inserida no contexto da humanidade. O fato de você obrigar o servidor a estar presente no seu ambiente de trabalho não garante que ele está produzindo. A gestão pública moderna deve atentar para a aferição dessa produtividade. Realmente não vejo volta para esse caminho do teletrabalho. Esse será o grande legado da pandemia”, concluiu Carlos Eduardo Xavier.

Gestão Pública em Pauta

O projeto de lives tem como objetivo fomentar debates no campo do serviço público ao mesmo tempo em que visa estimular as pessoas a cultivarem o hábito da aprendizagem online. Semanalmente, com transmissões sempre nas terças-feiras, às 10h30, no perfil do Instagram da Sead, um ou dois profissionais são convidados para compartilhar conhecimentos sobre temas diversos relacionados à gestão pública. Os espectadores podem avaliar a qualidade do debate por meio de um questionário online disponibilizado pelo Departamento de Capacitação da EGRN ao final das transmissões.