Telemedicina potencializa regionalização da Saúde no RN

Implantado no estado em setembro de 2010, o Programa de Telemedicina se destaca no processo de regionalização que vêm sendo implementado no RN e ganha força na atual gestão da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A telemedicina realiza em média 10 mil exames por mês e, desde sua implantação, já realizou 706 mil exames de eletrocardiograma e mais de 1 milhão de diagnósticos. 

O RN foi o primeiro estado do Brasil a adotar a telemedicina como política de saúde pública, atuando na prevenção e tratamento das doenças do coração através de diagnósticos via eletrocardiógrafos de 12 derivações simultâneas por meio de telefonia fixa, móvel ou internet. O programa disponibiliza atualmente 225 aparelhos de eletrocardiograma nos 167 municípios do RN, com investimento de R$ 1,1 milhão ao ano, por parte do Ministério da Saúde.

“A telemedicina é essencial para avançarmos na assistência da população em sua totalidade, principalmente nos locais mais remotos. Estamos conseguindo salvar vidas, dando celeridade na assistência e apoio no interior do estado. Dentro do processo de regionalização dos serviços de saúde, a telemedicina é um aliado assistencial de grande importância, principalmente quando vivenciamos essa crise de subfinanciamento que o SUS atravessa. Podemos colocar um cardiologista virtual em cada unidade de saúde, o que traz benefícios como a diminuição de filas para consultas especializadas, encaminhadas pela Atenção Básica, a economia de recursos e o aumento da segurança do médico generalista presente no local, que passa a contar com uma segunda opinião médica e orientações necessárias advindas de um especialista”, ressaltou o coordenador do programa no estado, Carlos Eduardo de Albuquerque Costa.

Novos exames

Para 2019, o Governo do RN, por meio da Sesap, solicitou ao Ministério da Saúde uma ampliação no programa para incluir novos exames, como Tele M.A.P.A (pressão arterial), Tele Holter (frequência cardíaca), Espirometria (capacidade pulmonar), Eletroencefalograma (funcionalidade cerebral), além dos exames de imagem (tomógrafo, mamografia e raio-x), garantindo um incremento de mais R$ 11,9 milhões.

Como funciona

O programa funciona de forma simples: o atendimento é focado no paciente que busca uma unidade tipo UBS – Unidade Básica de Saúde, UESF – Unidade de Estratégia de Saúde da Família, UPA – Unidade de Pronto atendimento e hospitais do SUS, com alguma queixa de dor precordial, comum em serviços de emergência, onde segundo os protocolos da área de cardiologia é possível a realização de um eletrocardiograma. Além disso, os exames são voltados a pacientes que necessitam de risco cirúrgico cardiológico para a realização de cirurgias eletivas.

“Basta uma linha telefônica convencional ou smartphone e internet para enviar o exame para uma Central da Telemedicina e imediatamente a equipe médica de plantão analisa o eletrocardiograma enviado pelo médico e dentro de poucos minutos o diagnóstico é fornecido”, explicou Carlos Eduardo.

Após o diagnóstico, caso seja necessária a realização de procedimentos como cateterismo cardíaco, angioplastia e cirurgias cardíacas, implante de marca-passo, o paciente é encaminhado para uma das unidades de referência. A rede estadual de saúde possui um Centro de Alta Complexidade Cardiovascular em Natal (Hospital Universitário Onofre Lopes) e duas Unidades de Alta Complexidade Cardiovascular: Hospital do Coração de Natal e o Instituto do Coração de Natal (INCOR), em Natal. Em Mossoró, o Hospital Wilson Rosado é a referência para estes casos.

Números

Em 2018, foram realizados 105.462 eletrocardiogramas laudados via telemedicina, com 173.275 diagnósticos, sendo 6.556 infartos. Desde o início do Programa, de setembro de 2010 a dezembro de 2018 foram realizados 706.104 exames, sendo diagnosticados 31.256 infartos. Nesse mesmo período, um total de 416.601 atendimentos foram do sexo feminino (59%) e 289.502 do sexo masculino (41%), nas oito regiões de saúde do Rio Grande do Norte.